Uma vida com Katy Perry

24-Coração partido

*4 meses depois *
* Katy*
Já todos sabem que eu ajudei a acabar com esta epidemia horrível. O presidente da república convidou-me várias vezes para eu discursar. Mas eu não quero ser conhecida por acabar com um ataque infinito de zombis. Eu quero ser reconhecida pela minha música, pelo meu trabalho.
Já recomecei a minha turné. Estou a dar shows extra gratuitos para os países onde já estive. Depois vou para a Europa. Passar por Portugal é um dos meus objetivos.Quero agradecer por me terem ajudado. Estou a pensar dar bilhetes. Eles merecem, principalmente a Maria, depois do que eu lhe fiz. Pergunto-me como é que eles estarão.

*Maria*

"As moléculas que aqui estão representadas são do tipo..." o professor fala, mas eu não consigo estar minimamente atenta. Ainda só se passaram quatro meses desde tudo e eu ainda penso no assunto. Porque é que quiseram fazer tudo aquilo e ainda mais, porque é que quiseram envolver a população neste conflito que ninguém percebe. Agora, a Lorde está morta, a Angela está morta, já para não falar dos meus pais e da minha irmã. Sinto-me completamente sozinha! 

-Menina Maria?- Sou acordada dos meus pensamentos. Desvio o olhar para o meu professor e sinto o olhar de toda a turma a queimar a minha cara. 

-Sim?- pergunto com a maior inocência.

-Responda à minha pergunta, por favor.-É nestas alturas que eu detesto a faculdade.

Mantive-me em silêncio.

-Eu sei o que aconteceu com os seus pais e irmã e lamento muito por isso, mas também sei que já se passaram cerca de quatro meses e a menina tem de superar isso. Não posso ser mais tempo compreensivo.- Ele ficou a olhar para mim e eu baixo o meu olhar a aguentar as lágrimas para não passar uma maior vergonha do que estou a passar.

Ele tinha mesmo de me lembrar de tudo? Tudo o que eu passei nestes últimos quatro meses foram os piores momentos da minha vida. Mesmo que eu estivesse com a Katy Perry e que eu pudesse, naquele momento, conhecê-la um pouco, foi horrível. A forma como eu perdi as pessoas em segundos, a forma como eu me afastei do Pedro... e a forma como estamos afastados agora.

Toca a campainha e eu arrumo as minhas coisas para poder sair o mais rápido daquela aula. O Pedro andra noutra faculdade, noutra cidade de Portugal e isso é frustrante.

-Menina Maria, posso falar consigo, por favor?

Ai não, não, por favor não. Tudo o que eu não preciso agora é falar com o meu professor. Quase que digo que não, mas relembro-me que sempre fui uma pessoa educada.

-Sim.- Lanço o meu sorriso falso, mas ele não parece perceber. Vou em direção à sua secretária e sento-me em frente dela, depois de puxar uma cadeira. 

-Suponho que já saiba o motivo pelo qual eu pedi para falar consigo.- Vejo que ele está minimamente nervoso. Provavelmente, por não saber o que dizer.

Abano com a cabeça para dizer que sim, mas mantenho-mo em silêncio.

-Pois bem, eu acho que a menina devis seguir para o psicólogo da universidade.- Ele responde rapidamente. 

O quê? Só pode estar a brincar! Nem pensar que eu vou para o psicólogo! Eu não estou bem, mas também não estou tão mal assim!

-O quê?- Pergunto sem pensar.

-É isso mesmo. A menina anada muito pensativa, ultimamente, e isso não lhe faz bem. Não pelos motivos que eu sei. 

-Eu não vou para o psicólogo! Eu não estou doente da cabeça! Só tive uma grande perda, mas não estou mal de todo!- Levanto-me da cadeira e pego na minha bolsa.