27-Último capítulo

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*Maria*

Ouço um toque de campainha e a Sarah está quase a dormir. Levantei-me e dirigi-me à porta. Era a Johanna.

-Então? Como é que tu estás?

Encolhi os ombros como resposta.

-O que é isto?- Ela pega do chão um envelope rosa.

Tirei-o da mão dela e corri para a sala. Abri rapidamente e percebi que é do Pedro. Estou na dúvida se devo ou não ler.

-Então de quem é?- Perguntou a Joh, mas não respondi.

-Quem era, Maria?- A Sarah parou e olhou para mim e para a carta.- O que é isso?

-É uma carta... do Pedro.

-Maria, não leias! Ele não merece. Eu sei que tu sabes disso.

Não ele não merece, AGORA, porque quando ele ainda me amava e eu sabia que ele me amava. Ele merece que eu leia a carta. 

Voltei a abrir a carta, depois de muitos avisos das minhas amigas.

"Quando eu te conheci eu realmente amei-te. (...) Eu não seria capaz de ficar contigo no sofá a mexer-te no cabelo se não senti-se alguma coisa por ti. Sabes que não." Eu sei que não.

"Quando a Katy apareceu em tua casa (...) eu comecei a olhar para ela de uma forma diferente."  Comecei a chorar.

"Eu beijei-te e não senti o mesmo. Desculpa"  Cada vez chorava mais.

"(...) funeral da tua irmã e dos teus pais (...)" As lembranças doem.

"E quando finalmente voltei a arranjar coragem, fui até tua casa para dizer pessoalmente (...)" Mais uma onda de lágrimas corre pelas minhas bochechas. Fecho os olhos com força para arranjar forças para continuar a ler.

"E eu provavelmente não devia estar a falar contigo agora, depois do que a Sarah falou comigo." O quê? De que é que ele está a falar? Olho para cima para a encontrar sentada no meu sofá a olhar fixamente para mim. 

" Sim, ela disse-me para ficar longe de ti e não te magoar mais." O quê? Eu não quero que fiques longe de mim. Eu não quero que ela se meta na minha vida. Eu só quero PAZ! É tudo o que eu peço.

"E por favor não fiques zangada por ela se ter metido na tua vida. Não o faças porque ela só te quer quer ajudar e está preocupada"  Respiro fundo, suficientemente alto para dar a entender que há tensão no ar. Eu não quero estar zangada com a Sarah, mas eu fico super passada quando alguém tenta resolver uma situação na minha vida. Atenção: MINHA VIDA! 

" Só te quero pedir mais uma coisa. Não fiques com rancor da Katy." Ainda não tinha pensado bem nisso. Sinceramente, não estou chateada ou algo parecido. Quero dizer, sim, preferia que ela não tivesse feito alguma coisa, que não tivesse provocado, mas embora tudo o que aconteceu foi à conta dela, nós criamos uma ligação que, de uma certa forma, não se desmorona ao saber desta notícia.

"Espero que algum dia me perdoes" Eu pretendo tentar. P.S: TENTAR.

Fechei a carta e guardei-a dentro do envelope. Levantei-me, com a carta na mão e dirijo-me em direção ao quarto. 

Entro e fecho a porta atrás de mim. Abro a minha gaveta de roupa intíma e guardo lá a carta. Pretendo lê-la várias vezes. Quantas forem necessárias para a dor passar. 

Entro na casa de banho, ligo o chuveiro e espero a água aquecer, ao mesmo tempo que me dispo. Assim que a água está bem quente, entro na banheira e deixo que a pressão da água leve consigo a minha tensão. A tensão, a tristeza, os maus pensamentos, as más memórias, tudo o que me faça lembrar que no meu relacionamento com o Pedro, existiram momentos menos bons. Porque as memórias boas eu quero guardá-las.

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2014 ⏰

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