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Knock, knock, knock
You'll come tumblin' down
Karma's got a kiss for you

Aléxia May.

Gotas de suor escorriam pela minha testa e limpo com as costas da minha mão, soltando todo ar que eu nem sabia que segurava. Minhas pernas estavam um pouco bambas de tanto esforço e cansaço, o que fazia com que eu abrisse um sorriso pequeno. Isso significa que eu dei meu melhor mais uma vez.

Algumas líderes de torcida foram até mim para me pedir algumas dicas sobre a nova coreografia e respondo-as, com o olhar nas arquibancadas onde o grupo de garotos – que meu irmão pertencia – gargalhavam alto e chamavam atenção de todos. Como sempre.

Depois de responder as meninas, vou em direção às minhas amigas, que conversavam no centro da quadra.

— Eu não sei como vocês são líderes de torcida. – Sabina diz em uma careta. – Só de olhar isso tudo já me dá uma vontade de dormir por cinco dias.

— Fresca do jeito que é... – provoco a morena que revira os olhos murmurando palavrões em espanhol. – Cuida tu lenguaje, chica!

— Nem fudendo que eu participo disso. – fala Sofya. – Prefiro perder peso fazendo outra coisa...

— Meu Deus, Sofy! – Shivani a lança um olhar reprovador.

— Fala isso mas sei o que você fez no verão passado, Good Girl. – aponto para a indiana que me responde com uma feição assustada.

— Você tá animadinha hoje, né?! – a mexicana me dá um soquinho no ombro e gargalho.

Se tem uma coisa que eu amo fazer é irritar cada uma delas. Não importa o quão diferente a gente seja uma da outra, nós todas temos um podre para zelar. E foi exatamente assim que nossa amizade se fortaleceu, protegendo a nossa reputação acima de tudo. Não é atoa que éramos conhecidas como Filhas de Lilith nessa escola, não existem meninas com um passado mais obscuro que o nosso.

— Nem me fala! – Any diz também do mesmo jeito que a loira. – Eu não fico sem ar assim desde que eu transei com o...

Meninas! – a de cabelos cacheados é interrompida por uma voz masculina.

Eu e as nove garotas nos viramos para onde vinha a voz e lá estava ele, com os braços abertos e um sorriso enorme estampado no rosto. O garoto solta uma risada fraca e passa os dedos pelo seu topete loiro que estava impecável como sempre.

— O que ia dizendo, Gabrielly? – Josh Beauchamp fala num tom provocativo e a garota cora, fazendo com que todas nós nos entreolhássemos segurando o riso.

Vamos dizer que a relação dos dois era algo um pouco complicado de se explicar. Resumidamente, os dois têm sentimentos um pelo outro mas preferem ficar nessa de provocações com duplo sentido e ás vezes se pegando enquanto estão bêbados ao invés de se declararem logo. Todos nós já conhecíamos essa história.

— Caralho, a tensão sexual tá quase me sufocando! – Lamar começa a tossir falsamente e gargalho.

— O medo de ser contagioso, meu pai! – Diarra entra na brincadeira e todos riem.

O casal não-assumido fuzilam os dois com o olhar e bufam, claramente emburrados com as afirmações de que eles se sentem atraídos um pelo outro.

— A conversa tá legal mas... – tomo á frente e me aproximo dos meninos, arqueando a sobrancelha. – O que vocês querem?

— Acontece, maninha... – Bailey põe seu braço envolta do meu pescoço e bagunça meu cabelo. – Hoje é dia de encher a cara!

— Para de bagunçar meu cabelo. – bufo passando as mãos pelos fios morenos na intenção de arruma-los novamente.

— Patricinha. – ouço Noah murmurar.

— Cala a boca, Urrea. – grunho.

— Não comecem, pelo amor de Jesus Cristo! – Krystian diz levantando as mãos para o alto. — Hoje vai ter racha e estamos convidando as donzelas á irem conosco! A after vai ser na casa do idiota ali, aliás.

— Ei, bro! – Noah reclama de ser xingado e o lanço um olhar de "bem feito".

Eu e as meninas nos entreolhamos e começamos a tentar ler o que cada uma de nós pensávamos desse convite. Tento fazer a melhor expressão possível para entenderem que eu odiava o fato da after ser na casa do babaca que estava bem ali na nossa frente.

Desde pequenos a gente nunca se deu bem e nossa relação só foi piorando quando fomos crescendo e entrando na adolescência, já que é a fase em que todos fazem merdas. O único problema é que recentemente Noah descobriu o meu podre que supostamente só o nosso grupo sabia. Ou parte do grupo.

— Nós vamos. – Heyoon diz e arregalo os olhos. Qual é, elas nem levaram em consideração o meu problema!

— Ótimo. – meu irmão abre um sorriso como resposta.

Quando o grupo de garotos se viraram para a saída da quadra, Noah Urrea me fita com o celular nas pontas dos dedos, como se dissesse para eu olhar o meu aparelho. Levanto o dedo do meio para ele em resposta e ele abre um sorriso falso, dessa vez, indo atrás do seu squad.

•••••

e vamos de racha

desapareci pois estava com bloqueio criativo ta nao abandonei vcs

nao esqueçam de votar, isso ajuda muiiiito

xoxo, lily

Wrong Boy | Noah Urrea (Now United)Onde histórias criam vida. Descubra agora