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Just a believer
Lost in the crowd
What are the matters of the ones that we surround?
Watching the ceiling
Right here and now
Somewhere we feel that we are floating off the ground


Aléxia May

Espremia meus olhos o máximo que eu conseguia com toda a concentração do mundo para que eu não errasse o esmalte da minha unha. De repente, ouço um barulho e estremeço me assustando. Por sorte, minhas unhas estavam intactas porém não por muito tempo, pois mais um grito ecoou pela casa e me fez dessa vez tremer e borrar todo o esmalte vermelho.

— Puta que parolas! – exclamo me levantando da cama num pulo.

Saio do meu quarto e desço as escadas rapidamente, tendo atenção para não pular um dos degraus e espatifar pelo chão – como inclusive aconteceu várias vezes, infelizmente. Com treze anos tive que passar o natal com um braço engessado porque eu estava brincando de pique e pega com o Bailey e eu acabei tropeçando num maldito degrau. O resultado foi uma bela de uma queda e um osso quebrado.

Sem contar da vez em que Sabina me empurrou dessa escada e me fez quebrar o meu outro braço. Mas essa é uma um história para outra hora, porque no momento, meu foco era brigar com meu irmão ou minha irmã pela barulheira caótico que estava acontecendo e me fez sujar minha mão de novo com esmalte. Quando chego no primeiro andar, estava Bailey, Lamar Morris, Krystian Wang, Josh Beauchamp e Noah Urrea jogando vídeo-game e comendo salgadinhos.

Agora tá explicado essa baderna. Eles gargalhavam com alguma coisa enquanto gritavam com o Josh – que era um dos que tinha o controle do playstation nas mãos. Ponho as duas mãos na cintura e lanço uma encarada para os garotos, que só perceberam minha presença quando havia acabado a partida do que seja lá o que estavam jogando.

— Alex! – Lamar exclama ao me ver.

— Não vem com "Alex" pra cima de mim não! – digo cruzando os braços. – Vocês poderiam parar de gritar? Olha que horas são!

— São quatro horas da tarde, Aléxia. – Noah responde e bufo.

— Vocês me fizeram cagar minhas unhas duas vezes! – choramingo. – Da próxima vez eu faço cada um de vocês pintarem para mim.

— Desculpa, bebê. – Bailey diz segurando o riso.

Desculpa, bebê. – imito afinando a voz e dou língua, ouvindo risadas dos garotos.

— Ah, e coloca um short. – aponta meu irmão e olho para minhas roupas, vendo que eu só usava um moletom que eu tinha roubado dele e o puxo para baixo, vendo que os outros meninos me acompanhava com os olhos.

Minhas bochechas esquentam e saio de lá marchando para dentro da cozinha. Toda hora isso acontecia, ele podia ao menos me avisar quando chamasse os quatro patetas para cá. Com certeza isso evitaria as minhas unhas borradas e os papelões que eu passo com minhas roupas de ficar em casa.

Meus pais e Maya estavam sentados na mesa enquanto comiam provavelmente o lanche da tarde, vendo que tinha um grande bolo de chocolate e um bule de café preto. Aproveito e pego uma xícara de café para bebericar, me sentando ao lado de Maya.

— Sua unha tá borrada. – ela avisa e fecho os olhos, chamando meu espírito animal ou qualquer coisa do meu interior para que eu me acalmasse.

— Eu sei. – grunho. – Culpa do quinteto na sala.

— Não fala assim do Noah. – diz ela com os olhos brilhando e quase cuspo todo o café na mesa.

— Eu nem mencionei o nome dele, Maya.

Wrong Boy | Noah Urrea (Now United)Onde histórias criam vida. Descubra agora