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Now we're under the covers
Fast forward to eighteen
We are more than lovers
Yeah, we are all we need
When we're holding each other
I'm taken back to 2002




Alexia May

Avril Lavigne ecoava pelo meu quarto num volume agradável enquanto eu penteava meus cabelos enquanto cantarolava a música, sem hesitar em dançar pelo quarto e usar a escova como microfone. Provavelmente esses dias eram os únicos dias que eu gostava de acordar cedo, por conta da semana recreativa do colégio. Porque se não fosse por isso, eu estaria mandando todo mundo aqui dentro de casa pro inferno e estaria xingando milhares de palavrões enquanto Bailey me irritava de propósito.

— Alex! – ouço minha irmã mais nova no batente da porta. – Dá pra você abaixar essa música? Não é todo mundo que tá de bom humor hoje.

— E eu com isso minha filha? – falo indiferente continuando a cantarolar. – That's why I smile!

— É sério! – ela bufa batendo o pé.

— Maya, desiste e aceite logo que você vai ter que passar a manhã toda estudando enquanto a mamãe aqui vai acumular mais uma vitória! – sorrio vitoriosa.

— Filha da puta. – murmura a menina e arregalo os olhos.

— Maya Luiza May! – a repreendo.

— Não menti. – cruzou os braços birrenta.

— Essas crianças de hoje em dia. – balanço a cabeça suspirando. – Nessa época eu tava chupando dedo ainda.

— Chupando dedo. – debocha murmurando. – Chupando outra coisa isso sim.

Dessa vez, arregalo os olhos mais ainda e pego um travesseiro a tacando na cara da menina que gargalhava num tom malvado. Meu Deus olha a imagem que eu estou passando pra minha irmã mais nova! Ela continuava a rir enquanto passeava pelo meu quarto e eu apenas resmungava a fuzilando com os olhos.

— Se o Bailey ouvisse isso ele te mata! – exclamo. – Ás vezes esqueço que você já tem catorze anos...Vai sofrer muito na mão do seu irmão ainda, tu sabe né?

— Até parece. – Maya sorri confiante. – Quero ver só se Bailey vai me impedir de alguma coisa.

Realidade: se o Bailey ver Maya perto de um garoto ele já infarta do coração. Não vou negar que é fofo ele querer nos proteger e querer o nosso bem, no meu caso ele nunca me impediu de me envolver com garotos desde que eles não estejam na lista da morte que ele mesmo criou. Esse é o ponto, quanto mais perigoso, mais você quer. Desafiar as regras e fazer algo que você não pode é inegavelmente bom, porém uma hora ou outra a consciência vai pesar. E esse exatamente foi o problema: Alexia May sempre insiste em escolher se envolver com os garotos errados.

Um barulho me faz acordar dos meus milhares de pensamentos e franzo o cenho quando vejo Maya correr para a sacada do meu quarto. Ela abre a porta de vidro e vai para a beirada, se pendurando na mesma e logo olha para mim com seus olhos brilhando e um sorriso enorme no rosto.

— Noah! – exclama feliz.

A garota sai correndo do meu quarto e pude ouvir seus passos apressados pelas escadas, me deixando completamente confusa. Vou até a sacada e me apoio no guarda-corpo com minha sobrancelhas arqueadas, fitando o moreno. Ele usava óculos escuros por conta do sol forte que batia em seu rosto e usava um de seus famosos brincos. Noah, dessa vez, não vestia seus típicos casacos do time de futebol do colégio, na verdade vestia uma camisa branca estampada e sua calça skinny jeans preta de sempre. O sorriso estampado nos seus lábios vermelhos se aumentou quando me viu, porém durou apenas trinta segundos para desaparecer e sua feição nervosa aparecer.

Wrong Boy | Noah Urrea (Now United)Onde histórias criam vida. Descubra agora