Receios

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Não receio as injúrias...
Não receio as feridas...
Não receio as prisões...
Não receio a miséria...
Isso é o que me querem impor...
Eu estou preso...
Mas estou livre...
Como o correr dessas palavras...
Que não vêm limites...
Porque sou mais do que eu...
Sou mais do que a fome...
Que me faz sofrer...
Sou mais que as prisões...
Que me querem impor...
A minha alma...
Não tem fome de alimentos...
Ela alimenta-se do que é belo...
Alimenta-se do que é virtuoso...
Não se sente presa a lugar nenhum...
Porque não vem de nenhum lugar...
Não irá a lugar nenhum...
E não está em nenhum lugar...
Ela está voando...
Tudo é belo...
Tudo é virtuoso...
Eu não sinto as feridas das balas perdidas...
Só me afetaram o meu corpo.
E eu sou mais que esse corpo...
Que se quer manifestar além desse corpo.
Tudo o que me atinge é algo de mais elevado...
A beleza do mundo...
Não a beleza de um corpo...
Tudo que vai além dele.
Toda a virtuosidade que está nele...
Não me afeto pela injúria...
Não me são dirigidas a mim...
São dirigidas a algo inferior a mim...
São dirigidas a algo insignificante.

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora