Minha morada

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Minha morada...
Não é aonde vivo...
Não é aonde estou...
É de onde eu vim...
É para onde vou
É onde estou...
E tudo ao mesmo tempo...
Não é o céu na terra...
Não vos querer levar para o inferno...
É as palavras que escrevo...
A verdade que prevalece...
Que se vai demonstrando...
Que se demonstra...
Que destruirá muros de falsos julgamentos...
Que destruirá castelos em que me enclausuraram...
É feito de fé daquilo que sou...
Em que será construído um novo castelo...
De portas abertas...
Das conversas trocadas...
Da audiência de outros...
Da procura de segredos que se irão descobrir...
Mas que não forçarei...
Que o pano se levantará...
E eu sem vingança...
Não me deslumbrarei com esses segredos...
Nem quererei responder ao que me foi escondido...
Estou sozinho...
Não me sinto sozinho...
Sinto-me com a melhor pessoa que sou eu...
Que se vai esprimindo nestas palavras...
Que vai mostrando a própria morada...
Uma moradia simples...
Aonde poderão dormir lá...
Aonde poderão tomar lá banho...
Aonde poderão comer...
Da minha sabedoria...
Que é o que sou sem exageros nem diminuições...

Minha moradia...
Fora do que se vê...
Fora do que se ouve...
Fora do que se sente...
Que vai para além de mim...
Que vai para além de ti...
Que é a comunhão com o divino...
Que é todo o universo...
Que és tu em mim...
Que sou eu em ti...
Que somos todos e um.

Minha morada...
Fora dos vícios...
Sem traumas...
Ignorando as injustiças feitas...
Ignorando os limites...

Minha morada...
Não é nenhum labirinto...
Para lá se perderem...
Nem para eu me perder...
A saída está a vista...
E podem voltar quando quiserem...
Não tem portas...

Minha morada...
É sapiência sem a ter...
É o sentimento sem sentir...
É a vida para além da vida...
É amor que não se prende...

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora