De ânimo leve

2 0 0
                                    

Tomo o contratempo de ânimo leve...
Não o tomo a peito...
Escrevo sem ter a noção do tempo...
Escrevo não recordando o ontem...
Escrevo não temendo o que há por vir...
Escrevo ao ritmo das palavras...
Escrevo ao sopro do vendo...
Não esperando pelo vício...
Não esperando pelo prazer...
Não me deixando levar pela paixão...
Festejo o momento...
Festejo a virtude...
Acomodo-me na fadiga...
Tomo qualquer pedaço de pão como um banquete de primeira...
Acato os contratempos...
Com boa disposição...
Sem me irritar...
Sem resmungar...
Com a ausência de desejos...
Que a mim mesmo nada me faz falta...
Não me deixando arrastar pelas modas...
Viajando sem escolta...
Viajando só e solitário...
Não me deixando levar por vícios...
Não me deixo levar pela música...
Que quer ecoar por uns tempos...
Tornou-se asceta...
Não cederei a agradáveis seduções...
Não me atraindo por riqueza...
Não me atraindo pelos prazeres...
Não cedendo a beleza...
Não me perdendo na ambição...
Deixo vir a morte...
Deixo vir a dor...
Não me incomodo com a desconsideração...
Aceito de peito cheio as privações...
Não me deixo levar pelo que me alicia...
Subo a subida com todo o esforço...
Me dedicando a meditação...
Me dedicando a virtude...
Me dedicando a vida plena de amor divino.

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora