Tempo

2 0 0
                                    

Furarei o tempo...
Farei o tempo perder...
Deixarei-me perder no tempo...
Nas palavras que escrevo...
Nos sentimentos que se firmem...
Não me deixarei adormecer...
Não ficarei a espera do próximo minuto, da próxima hora...
Cada risco estará fora de tempo...
É de antes de ser escrito...
De depois de ser escrito...
De quando está a ser escrito...
Furarei deduções mal feitas...
O relógio ficará parado...
O antes, o agora e o depois não terá significado...
A morte não significará nada...
O nascimento não aconteceu...
É a luz, a escuridão...
É a chuva, o bom tempo...
Não me perderei em olhares fúteis...
Não me deixarei perder por palavras mal ditas ou malditas...
Nem em palavras fúteis...
De alguém que não soube sentir a verdade...
De alguém que não soube ser verdadeira...
Que não me deixou responder...
Foi-se...
Não sendo ela...
Sendo outra envolta em falsidade...
Deixei-me levar pela injustiça...
Fugi ao tema que era o tempo...
Mas o tempo tem a suas glórias...
Na altura certa fará a sua justiça...
De um tempo que não existe...
Quiserem-me impor um tempo...
Eu não me deixei levar por ele...
Digo isso de uma nuvem muito escura que passou...
Que trovejou...
Mas que não choveu...
Porque essa chuva não era para mim...
Futilidades...
Daquilo que não sou!!!!
É o meu grito de revolta...
De resposta a trovoada...
Que não era para mim...
Não me deixarei aquecer...
Não me vou deixar esfriar...
Por um fantasma que agora existe...
Apesar de o vermos...
Eu não o vejo...
Porque não é real...
Era real antes da trovoada...
Que trovejou sem motivo...
Não me vou deixar amedrontar...
Não me exaltarei em festivais...

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora