IV Janela aberta

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Deixei a janela aberta?
Deixei o vento entrar?
Se calhar esqueci-me de a fechar...
Ou o vento forçou a janela mal fechada...
Deixo o ar entrar...
Deixo purificar o meu quarto...
E não faço disso uma tempestade...
Fez voar a minha roupa...
Fez voar as minhas escritas espalhadas...
Não há mal...
Pego na roupa...
E organizo...
O que é para lavar...
O que é para passar a ferro...
E o que é para vestir...
Visto a roupa...
A melhor que me convier...
E saio com ela vestida...
Ela me assentou no meu corpo...
Vai me ficar bem...
Vai me assentar...
Nem vão perceber...
Que ela foi levada pelo vento que entrou no meu quarto...
Pego nas minhas escritas que esvoaçaram...
Organizo-as sem me lembrar de como foram escritas...
Porque elas vão fazer sentido...
Mesmo não tendo sido escrito como estavam...
Porque nas novas palavras...
Tudo vai fazer sentido...
Com toda a virtude...
Com toda a vida...
Que irá para além da vida...
Que fará todo o sentido...
Do meu ser...
Que será muito além do meu ser...
Que é a minha verdadeira essência.

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora