santuário

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Quero aceder ao meu santuário...
Quero me acomodar na minha felicidade...
Quero saber da minha liberdade...
Quero ultrapassar muralhas...
Quero erguer o meu próprio santuário...
Não para me refugiar...
Mas convidando todos a lá estarem comigo.

Quero aceder ao meu santuário...
Quero poder apreciar o valor do sol...
Sem temer pelas suas queimaduras...
Quero me banhar na chuva...
Não temer ficar naufragado...
Quero sentir a noite...
Sem medo de não ver a luz do dia...

Quero aceder ao meu santuário...
Refugiando-me nele...
Sem partilha...
Mas partilhando aqui em palavras...
Todo o ouro que lá tem...
Que não é fortuna soterrada...
Que é a coragem a ser descoberta...
Que é o amor sem paixões, sem prazeres, sem vícios e sem medos.

Quero aceder ao meu santuário...
Falar o que quero e do que quero...
Como agora o digo sem pudor...
Sem medo da morte...
Eu estarei lá desprotegido...
Que se tiverem que me matar, que me matem...
Eu não serei nada nem ninguém...
Sou Deus...
E a quem me matou dou o poder de Deus.

Quero aceder ao meu santuário...
Rir até o eco não ter fim...
Chorar e ficar lá naufragado...
Morrer e dizer: fui, sou e serei sempre eu, o Jera.

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora