Portas abertas

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Não vou dar uso ao boato...
Não vou deixar especularem sobre mim...
Não me vou distanciar de onde estou...
Quero ser uma personalidade...
Mas quero que os outros que conheço também sejam...
E já o são!!!
Como também já o sou!
Quero ser visto sob os olhos do público...
Vivo protegido das intempéries....
E não dos olhares alheios...
Não tenho nada a esconder...
Vou baixar as cortinas...
Vou baixar a guarda...
Expor tudo...
Expor as minhas fraquezas...
Não temo nem temerei os ataques...
Desenvelhecirei-me dos meus vícios....
Eu sei!!!
Que os meus vícios...
Me estão atacando sem pudor...
Usando qualquer estratagema...
Para eu ceder a eles....
Digo ou terei de dizer:
Chega!!!
Chega de me fazerem de fraco...
Chega de me protegerem-me...
Sei que vocês finjem que me protegem...
Abrirei as portas da minha moradia...
Não temerei os ladrões....
Porque sei de certeza!!!
Que não levarão nada que seja meu...
Poderão me levar os anéis....
Poderão me levar a roupa...
Poderão me levar as jóias...
Nada disso é meu...
E onde estiver...
Conhecerão a minha morada...
Saberão onde viverei...
Saberão o que eu como...
Saberão o que eu bebo...
Não ficarei a dever nada a ninguém!!!

Ass. : JC

Caminhos de um estóico da era modernaOnde histórias criam vida. Descubra agora