-Eai cara, cadê você? - eu atendo o celular e escuto a voz do César.
-No momento, ocupado. - digo sem muitos detalhes.
-É aquela missão particular?
-Se você prefere chamar assim. - digo sem tirar os olhos do meu "alvo", aparentemente, uma simples garota.
- Você tem que parar com isso, nem espião mais você é. Tem que seguir sua vida na empresa e parar de sair todo o dia pra isso.
-Isso eu que descido. E não se preocupe, daqui a pouco volto pra empresa.
-Você que sabe então.- desligo logo depois.
O dia estava nublado, então não me surpreendi quando começou a chover. E vejo a garota tentando se proteger da chuva.
Faz alguns anos que comecei a segui-la até a sua casa. Não que eu era um perseguidor maluco que queria raptar, abusar e matar sem remorso. Fazia isso apenas para saber se ela chegaria bem em casa.
Ficava sempre a uma distância razoável, pra ela não me perceber e nem para perdê- lá de vista.
E hoje, eu não fui o único que fez isso. Um cara começa a segui- lá também, e quando viu uma oportunidade, tapa a boca dela pra não gritar, e a arrastou pra um beco.
Sem pensar, fui correndo em direção deles.
Quando cheguei, ele ainda tapava a boca dela, e segurava uma faça. Ela tinha vários cortes, nas pernas e braços. E ele estava cortando a blusa dela.
Eu avancei nele, tirando- o de perto dela e jogando contra a outra parede. Comecei a lhe dar vários socos sem dó, até que ele ficou inconsciente e com sangue saindo pela sua boca e nariz.
Voltei- me para ela, e vi no seu olhar o pânico, e sei que parte dele foi por minha causa. Ela estava toda molhada por causa da chuva, mas percebi que ela estava chorando.
Mandei uma mensagem para o meu motorista, Fred, com o endereço de onde eu estava.
Tentei me aproximar dela devagar, ela tentou se afastar, mas com a parede atrás foi meio impossível. Ela não tirava os olhos de mim, e eu sustentava seu olhar.
Quando finalmente cheguei perto o bastante, ela desviou o olhar para o homem inconsciente.
-Eu não vou te machucar. - disse, e ela voltou a olhar para mim. Seus olhos eram castanhos escuros, e senti saudade de olhar para aqueles olhos, que não mudaram nada. Seu cabelo continuava ruivo, e estavam curto, antigamente eram maiores, mas ainda continuava liso. Além disso, ela deveria ter 1.60, e estava magra, isso não impedia seu corpo de ter algumas curvas. Resumindo, ficou linda depois de 15 anos.
-Então vai me deixar ir para casa?- que saudade desta voz, meiga, gentil, mas, infelizmente, com medo.
-Não, vou te levar para outro lugar.
E neste momento vejo um BMW X1 branco parado ali perto, e reconheço sendo o meu. Pego ela pela cintura, e a levo em direção ao carro.
Eu abro a porta de trás, e faço um gesto pra ela entrar, e mesmo um pouco desconfiada, ela entra, e eu sento do lado dela. Dou ordens ao Fred de nos levar pra a minha casa.
Ela fica me olhando desconfiada, e tento me segurar pra não ficar encarando.
Tiro o meu casaco molhado, e pego um que sempre fica no carro, e ofereço a ela.
-Toma, antes que você fique resfriada.- digo.
-Não quero.- ela não para de olhar pra mim. -E me leva pra casa, por favor. - E faz uma carinha que quase me faz desistir, mas lembro que não posso agora.
-Não vou ainda, você vai pra minha casa.- tento não ser duro com ela, e ofereço de novo casaco, e para a minha surpresa lá pega, resmungando bem baixinho, e eu tento segurar o riso pra ela não ficar pior.
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Apaixonei pelo Nascer do Sol
RomanceEla, 25 anos, e vive sozinha. Trabalha como programadora de jogos, mas se vê atolada em dividas. Tenta manter as aparências, mas os pesadelos a perseguem desde a morte de seus pais. Ele, dono de uma empresa de jogos, ex-espião, mas que nunca esquece...