Capitulo 2 - Aurora

654 41 0
                                    

Vocês já acordaram alguma vez, e tiveram a sensação que o dia não seria bom, e sentiram uma vontade muito grande de ficar na cama. Eu estava assim.

Ontem o dia estava tão lindo, o Sol brilhando, o céu azul, e hoje está tão nublado,  escuro, e com certeza iria chover. E por causa da minha imunidade, que não é lá essas coisas,  acordo com dor de cabeça, com o nariz entupido, e espirrando sem parar.

E  acabo acreditando na Lei de Murphy: "Se alguma coisa tiver que dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior estrago possível." Existem várias explicações para essa Lei, essa é a que eu mais gosto, pode ser exagerado, mas acredite, hoje, meu dia foi péssimo.

Tomei banho,  arrumei-me para o trabalho, até aí tudo normal.

Infelizmente, estou cheia de dívidas e mal tenho o que comer em casa. Esquentei um leite que tinha, e arrumei um biscoito pra comer.

Sair de casa, ainda tudo normal, e bem, acho que já é hora de eu me apresentar: Meu nome é Aurora Law,  tenho 25 anos, trabalho em uma empresa que cria jogos, e eu faço parte da equipe de programação. Estamos a alguns meses criando os comandos de um novo jogo, e temos mais um motivo que me fez querer ficar na cama: já era quinta feira e vários códigos estavam dando errado, praticamente a equipe toda tentava arrumar isso, o que fazia todo mundo sair com dor de cabeça.

Quando cheguei na empresa e fui para o meu lugar, liguei o computador, mas me arrependi de ter olhado o meu email. Recebi um email que dizia para eu não atrasar mais o aluguel, que já estava atrasado uns 6 meses,  e outro do banco me intimando para não atrasar.

Não queria pensar nisso, não queria pensar em nada, queria pegar alguma coisa, atirar na parede e gritar.

- Controle-se Aurora, você precisa seguir em frente. - disse baixinho, e respirando fundo.

Fiquei a tarde toda tentando encontrar um possível erro. Até que consegui encontrar alguns, mas começava a dar outros, e dei para outra pessoa olhar, e fui fazer mais códigos.

Comi pouco de tarde, e estava assim fazia algum tempo, emagreci alguns quilos desde que começamos o jogo, e fiquei só uns minutos depois que terminou meu expediente para pelo menos terminar o que tinha começado.

Quando finalmente fui embora, não via a hora de chegar em casa, e acho que a chuva também estava me esperando, pois assim sai começou a chover. Minha casa não era tão longe, por isso fui andando mesmo assim.

Confesso,  não prestava atenção nenhuma enquanto caminhava pra casa, e não estava nenhum pouco preocupada se ficaria gripada por causa de chuva.

Pensei que meu dia ficaria melhor, mas piorou. Do nada aparece um cara, e tapa a minha boca.

-Não precisa gritar, linda!- ele disse no meu ouvido e me arrastou em direção a um beco. Tentei me soltar,  mas ele era forte, me colocou contra uma parede, me forçando a olhar para ele e vi uma faca.

Arregalei os olhos,  ele sorriu, e começou a fazer pequenos cortes em mim, gritei, mas foi abafado pela mão dele, até que ele foi com a faca na minha blusa e começou a corta-la.

E então,  um outro cara aparece e jogou o primeiro na parede oposta,  e nisso, e faca passou na minha coxa, nem senti dor, porque estava tão apavorada.

Depois que o primeiro ficou inconsciente no chão de tanto apanhar,  o que me salvou se virou para mim, e veio calmamente na minha direção,  tentei recuar, mas tinha a parede no meio do caminho, e ele pode chegar bem perto de mim, mas não consegui olhar nos olhos dele, então olhei para o cara inconsciente.

- Eu não vou te machucar. - Ele disse para mim, e olhei para ele.

- Então vai me deixar ir para casa? - perguntei esperançosa.

- Não,  vou te levar para outro lugar. - Não sei porque, mas não fiquei com medo, só um pouco assustada.

Tinha um caro branco próximo de onde estávamos, não vou falar o modelo porque não entendo de carro,  mas ele passou o braço pela a minha cintura e me levou em direção ao carro.

Ele fez um gesto para eu entrar, e fui (ainda na entendo o porquê) e ele entrou logo em seguida, deu instruções ao motorista, e fomos.

Eu não parava de olhar desconfiada para ele, que nem parecia me notar.

Ele tira o casaco molhado e me lembro que eu também estou toda molhada,  ele pegou alguma coisa e me oferece.

- Toma, antes que você fique resfriada. - E me entrega um casaco.

- Não quero. - recuso, mas não tiro os olhos dele. - E me leva pra casa, por favor.

- Não vou ainda,  você vai para minha casa.

Começo a resmungar, baixinho, e evito ao máximo olhar para ele. A dor na minha perna aparece, e vejo que ele não reparou nisso.

Tenho medo do que pode acontecer se ficarmos sozinhos, pois tenho que admitir,  ele é muito lindo. Moreno, devia ter 1.80, cabelos preto, olhos da mesma cor, que de alguma forma eu ja tinha visto em algum lugar, só não me lembro. E ele deveria malhar, pois tinha um corpo bem definido,  que poderia fazer muitas mulheres suspirarem, mas eu não era assim, com tanta coisa na minha cabeça que nem tinha tempo de namorar.

Surge uma vontade enorme de espirrar, e acaba saindo bem mais alto do que eu imaginava. Que linda imunidade que tenho.

- Acho que você já está começando a gripar, melhor chegarmos logo. - ele diz com um sorriso no canto da boca. Tento esconder o corte pra ele não perceber e bufo olhando para a janela.

E mesmo tentando não pensar nele, não consigo afastar o pensamento de que eu conheço ele de algum lugar.

Apaixonei pelo Nascer do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora