Capitulo 11 - Aurora

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Fiquei um bom tempo no banheiro. Olhava-me no espelho e me assustava com a imagem que via.

Meus olhos estavam completamente vermelhos e inchados. Ainda bem que não uso maquiagem, porque senão estaria toda borrada. Minhas mãos estavam tremendo, algo que sempre tentei controlar.

Despois de analisar com calma minha situação, lavei o rosto, e voltei para a minha mesa.

Me dediquei ao máximo no meu trabalho, e felizmente tive poucos problemas com os erros para consertar.

A todo momento eu pensava nele, mesmo sendo a bastante tempo.  Queria esquecer meu passado, mais era impossível, a maioria dos meus sonhos eram sobre isso, e varias cenas surgiam.

E claro, ele também aparecia.

Sabia se eu procurasse na internet, acharia algo que comprovasse que o meu chefe é o Rafael que conheci, mas eu não queria.

Minha luta interna só piorava, e minhas mãos tremiam que chegava a ser assustador, era horrível não controla-las.

Tentei beber água, realmente tentei, mas com as mãos desse jeito não dava, com o copo na mesa, fiquei alternando entre encarar o copo e a minha mão. Incrivelmente, isso funcionou.

Quando sai da empresa, já era em torno de 18:15, e fiquei mais tranquila em pensar que iria para casa, mesmo que seja pra ficar deitada na minha cama.

Havia varias coisas na minha cabeça, e enquanto andava pra casa, organizava meus pensamentos.

Até que ouvi alguém me chamando, mesmo depois de 5 anos, ainda reconheceria aquela voz de longe, e toda a preocupação que tive durante o dia, agora deu lugar a um sentimento que não gosto: Raiva.

Continuei andando fingindo não ter ouvido, vai que ele continua fazendo o que estava antes de me vê.

Infelizmente, alguém segura meu braço, fazendo-me virar. Minha expressão era neutra, enquanto a dele tinha um sorriso no rosto.

- Esta fugindo de mim?- pergunta.

- Não preciso fazer isso, acho que você já fez, Leonardo. - minha voz sai seca, que até me assusto, mas ele merece. Eu já namorei ele, mais ou menos dos 18 até a morte dos meus pais, pode ser coincidência, mas ele simplesmente foi embora quando isso aconteceu.

- Será que poderíamos conversar em algum lugar? - ele não mudou muito, era loiro, tinha os olhos verdes, 1.87 metros, e agora tinha barba. E claro, seu jeito de falar continuava calmo e faria com que qualquer pessoa acreditasse nele.

- Creio que não. - parece fácil chegar para alguém depois de 5 anos e conversar normalmente,  acho que ele pensa assim, mas eu não.

- Sei que é difícil de perdoar o que fiz. - e suspira.- Mas será que ainda podemos ser amigos ou algo do tipo.- fico sem ação por um momento, e sinto toda a minha calma ir embora.

Não hesito em nenhum momento enquanto dou-lhe um tapa no seu rosto, e minha mão chega a arder por causa disso.

Enquanto viro falo:

- Daqui a 5 anos você descobre. - e ando sem olhar para trás, e com a cabeça ainda mais cheia que antes.

Apaixonei pelo Nascer do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora