Capitulo 9 - Aurora

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Fiquei sozinha no meu apartamento,  como sempre, mas na verdade prefiro assim.

O resto do meu domingo passou voando, e hoje já era segunda-feira, e eu teria que enfrentar mais um dia, e sofrer as consequências de não ter ido na sexta.

Por que isso logo agora? Eu iria terminar de pagar o empréstimo que peguei para o tratamento da minha mãe, e no próximo mês eu também pagaria o resto do dinheiro que uma enfermeira, amiga da minha mãe, usou para me ajudar com o tratamento.

Enquanto eu sentia a água do chuveiro cair no meu corpo, pensava em como uma pessoa podia ser tão azarada quanto eu.

Terminei de me arrumar,  comi alguma coisa, mais especificamente, uma maçã. Meu cabelo estava preso em um rabo, vestia uma camisa banca de manga comprida,  uma calça social feminina e uma sapatilha preta, não ligava pra maquiagem,  passei apenas baton cor de boca. Peguei minha bolsa e fui para a empresa. 

A sorte, se é que eu posso chamar isso de sorte, é que eu conversava com quase ninguém,  então ninguém reparou em mim, e não precisei dar nenhuma explicação.

Comecei meu expediente como se nada tivesse acontecido,  e consegui resolver metade do meu trabalho acumulado de sexta.

Quando deu 11 horas, a Suzanna veio até a minha mesa e falou:

-O chefe quer falar com você. - ela deu um sorriso falso, mas seus olhos me fuzilaram. Ela definitivamente não é cheias de amores por mim, e infelizmente, era a única que me notava, a gente quase saiu no tapa algumas vezes.

Ela pisava forte, e seus saltos faziam um barulho irritante, e mesmo sem eles, ela é muito mais alta que eu, aliás,  qualquer um é mais alto que eu, 25 anos e 1.60 não era fácil. Continuando, seu cabelos é loiros e cacheados, seu corpo deixaria qualquer homem babando, sempre usava roupas provocantes. Claro que o Sr Black não poderia ter escolhido uma secretaria mais bonita e arrogante, pelo menos comigo.

Quando chegamos à sala dele, ela abriu a porta, eu entrei atrás dela, e logo em seguida, saiu. O Sr. Black estava de costas para mim, conversando com alguém no celular, aproveitei para olhar a sua sala. Era aqueles típicas salas de filmes, uma mesa cheia de coisas perto das janelas, que tinha uma bela vista para o mar, havia alguns quadro na parede, nada de mais.

Continuei olhando a sala, até que ele desligou e virou para mim. Eu parei de respirar por um momento.

- Srta. Law, como vai?- Não acredito que ele estava na minha frente.

- Sr. Black, ou quer que eu continue te chamando de R? - ele deu um sorriso torto, um sorriso que já estava começando a me irritar e também me atraia. - Por que me chamou?

- Você estava com medo de ser demitida, queria que você soubesse que eu não a demitiria, aliás,  foi eu que te dei a folga. - disse assim que se sentou em sua cadeira, e fez um gesto para eu me sentar, mas não o fiz.

- Por que está me contando isso? Também lembro de ter falado que não queria mais te ver. - coloquei as mãos na mesa, confrontando-o.

- Não me lembro de ter concordado. - olhei para ele incrédula.

- Desculpa, o que você disse?

- Como seu chefe, não vou te demitir, mas não concordei com o fato de que não te iria mais te ver.

- Por que está fazendo isso?

- Você é uma funcionária dedicada, mas infelizmente é solitária desde a morte de seus pais. - ele se levantou da mesa e veio em minha direção,  instintivamente me afastei. - Teve depressão,  mas olhando para você hoje em dia, nem parece.

- Eu ficaria admirada.- ele chegou mais perto de mim,  e eu dei um passo para trás. -Mas o fato de você saber isso só diz que leu minha ficha.

- Verdade, mas seus pesadelos dizem que você não é tão forte como parece, e vive estressada por causa de dívidas. - ele chegou mais perto, eu tentei me afastar, mas já havia encontrado com a parede.

- Você ficou me espionando quando eu estava dormindo. - tentei parecer séria, mas por pouco não gaguejei.

- Mais ou menos. - Eu estava entre a parede e ele, seu olhar estava fixo em meus olhos e seus braços me estavam um em cada lado do meu corpo. - Você ficou bem mais calma quando fiquei com você.

Sai do transe em que estava, e por impulso, conseguir empurrar ele. Podia me imaginar completamente corada pela presença dele tão perto de mim, e pela cena que ele acabou de me contar.

- Olha, agradeço pelo o que você fez aquele dia, mas não vai passar daquilo. Você pode saber muita coisa de mim, mas eu te vejo como um completo desconhecido, nem o seu primeiro nome eu sei.

- Meu nome é Rafael.

Ele estendeu a mão para mim, mas eu não retribui. Pode ser estranho,  mas aquele nome me fez lembrar de uma época de quando eu tinha 10 anos. Depois de todo esse tempo, eu já não me lembrava mais dele, havia me esquecido completamente de seu rosto.

Por sorte,  alguém entrou na sala, e eu pude sair. Não reparei em nada ao meu redor, só quis procurar o banheiro pra ver o quão vermelha eu estava.

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Hey pessoas,
Só queria deixar este recado para desejar um ótimo Ano Novo para todos.
E muito obrigada a todos que estão lendo.
Beijos...
Lawriaqui

Apaixonei pelo Nascer do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora