Capitulo 15 - Rafael

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15 anos atras

Depois que a Aurora saiu do quarto, algumas enfermeiras passaram para ver com eu estava, e mais ou menos ás 20:30 trouxeram meu jantar. Comi apenas por comer, pois fome não sentia, e assim que terminei a enfermeira, que se apresentou como Laura, pegou a bandeja e saiu.

Fiquei sozinha o resto da noite, e não sentia nenhuma vontade de dormi. Sobre o acidente, só lembrei do meu pai desviando de um outro carro vindo na direção oposta, e logo em seguida, caimos em um barranco, e então bati forte com a minha cabeça na janela, e desmaiei.

A enfermeira Laura avisou-me que meus pais estavam piores do que eu, e era muita sorte por eu ter acordado. Digamos que sorte não era uma coisa que eu acreditava muito, e ficar acordado em uma cama sem poder levantar, não diria ser sorte.

No outro dia, percebi que tinha pegado no sono, mais não fazia ideia de quanto tempo havia dormido, e cada enfermeira que entrava no meu quarto, eu perguntava quando a Aurora ia chegar, elas sempre me davam a mesma resposta: "Depois do almoço ela já vai estar aqui." e começavam a sorrir para mim, não com pena, mas elas realmente estavam felizes por eu ter perguntado isso.

De fato, logo depois que terminei de comer, a Aurora entrou no meu quarto com um sorriso ainda maior que o de ontem.

- Ei. Como você está? Conseguiu dormi bem esta noite? Tá sentindo dor em algum lugar? Quer que eu chame alguém? - e essa chuvem de perguntas aconteceu assim que teve folego, e mesmo não tendo tempo para responder nenhuma delas, comecei a rir.

- Ei, eu estou bem, e você? - achei melhor não responder a maioria das perguntas que ela fez, e ela não pareceu notar.

- Eu estou ótima. Você não tá sentindo nenhuma dor não, né? - neguei com a cabeça, e ela pareceu aliviada.

Conversamos a tarde toda, como eu não podia sair da cama, foi a melhor coisa que fizemos. Ela ficava fazendo varias perguntas sobre mim, e eu respondia a medida do possivel. Claro que eu não ia contar a ela que meu pai estava me treinando desde pequeno para ser um espião como ele, mesmo que eu e a minha mãe não gostassemos da idéia, mas contei a ela que eu estudava em casa, e ela achou o máximo. E apesar de ter 10 anos, seus olhos brilhavam com alguma coisa nova como se tivesse 6.

Quando ela teve que ir embora, o quarto ficou vazio sem sua presença e de suas perguntas, mas fiquei feliz de ter a compania e o sorriso dela a tarde toda, e até as enfermeiras que vinha me ver, perceberam isso, brincando comigo dizendo que eu estava apaixonado, mesmo não acreditando nisso, mas não neguei.

Apesar de ficar me perguntando se era verdade o que as enfermeiras falaram, dormi até melhor esta noite do que ontem.

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Agora

Fiquei ainda um tempo olhando a Aurora de longe, pra saber se ela chegou bem em casa, e só quando entrou no prédio, que voltei para o escritório. Não tinha muito o que fazer além de assinar alguns papéis que o César me passou.

Enquanto arrumava minha mesa para enfim ir para a casa, meu celular toca, e aparece um número desconhecido.

- Alô.- atendo.

- Senhor Black?- diz uma voz masculina familiar.

- Sim.- respondo desconfiado.

- Eu sou o sindico do prédio da Aurora. - começa. - E liguei para te avisar que o apartamento dela foi arrombado, e eu não estou encontrando ela. - diz, e nesse momento começo a ficar nervoso.

- Você viu quem foi?

- Não, eles estavam de máscaras, mas fizeram isso antes dela chegar. Vieram no horário que ela geralmente chega, e por sorte, ela demorou um pouco hoje. - isso me deixou mais aliviado. - Então eles só deixaram o apartameno dela todo revirado, e sairam.

Apaixonei pelo Nascer do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora