Fiquei um tanto quanto surpresa em ver o Rafael no cemitério. Ele me levou até seu carro e entrei, fiquei meio receosa caso ele me levasse para o meu apartamento, não me sentia segura lá, por isso fugi, foi então que vi uma mala.
- Você vai pra algum lugar?- perguntei.
- Não.- respondeu franzindo a testa.
- Então de quem é a mala?
- Sua.- ele percebeu meu olhar de dúvida e continuou. - Eu não estava brincando quando disse que a manteria segura. Você vai ficar na minha casa a partir de hoje.
Não reclamei, não resmunguei, não falei absolutamente nada, apenas fique olhando pela janela do carro até chegarmos ao seu prédio. Ele saiu do carro primeiro, e eu relutei um pouco antes de sair, mas levantei e andei perto dele, que já tinha pegado minha mala no carro.
Subimos pelo elevador e não trocamos nenhuma palavra, quase não olhei para ele, mas sabia que seus olhos observavam cada movimento meu. Ele saiu na frente, e eu o segui até o seu apartamento, e quando entrei, percebi que continuava o mesmo, nenhum milímetro diferente.
- Fique à vontade. - disse ele.
- Obrigada. - respondi, peguei minha mala com ele, e fiquei igual uma estátua ainda na entrada, e ele foi em direção a cozinha. - Vou tomar banho. - talvez um banho ajude a me acalmar. Ele só olhou para mim e assentiu.
- Vou preparar o jantar enquanto isso. - respondeu, e seu olhar em mim estava começando a me deixar nervosa.
Virei rapidamente, e andei ate o banheiro. Meu banho foi rápido, e sem muitos pensamentos. Fiz questão de demorar escolhendo minha roupa: Uma lingerie branca, um short jeans básico, e uma regata azul. Fiquei frustrada por não ter demorado nem 3 minutos com isso.
Com muito custo, levantei-me e voltei para a cozinha e o encontrei de costas para mim.Sentei no banco silenciosamente, e tentei ficar quieta, mas a curiosidade foi maior.
- O que você fez nos últimos 15 anos?
- Nada interessante. - respondeu, virando para mim.
- Sempre tem alguma coisa interessante.
- Prefiro não falar.
- Você mudou. - não era uma pergunta, e ele percebeu isso.
- Isso é bom? - disse levantando uma sobrancelha.
- No seu caso foi bom, porque agora você não machuca mais as pessoas porque quer. - comentei, e ele franziu a testa. - Falei isso porque eu fiquei triste quando você me tratou daquele jeito quando estava no hospital.
- Você também mudou. - falou. - Só que não foi tão bom. - olhei para baixo porque sabia o que ele iria falar, mas não o impedi. - Você se afasta das pessoa, prefere ficar sozinha, você não era assim quando me conheceu. E se você acha que eu mudei, foi porque você me mudou naquela época.
- Você fala isso, mas deve ter ficado com alguma menina?- a pergunta saiu sem querer, e ele deu um sorriso torto para mim.
- Fiquei com algumas, mas nunca namorei.- fiquei meio sem graça quando ele disse isso, então preferir mudar de assunto.
- Como conseguiu a empresa?
- Quem estava no meu lugar antes, era o meu tio, só que ele precisou sair, e me deixou em seu lugar, já que seu único filho queria seguir carreira de lutador.
- Isso é uma coisa interessante de se falar. - comentei rindo.
- Se você diz.- respondeu dando de ombros e se voltando para o fogão.
- O que você está fazendo?
- Omelete recheada. - terminou de falar colocando a omelete metade da omelete em um prato e o outra metade em outro, ambos já tinham arroz.
- Você cozinha muito bem. - comentei logo depois da minha primeira garfada.
- Vantagens de se morar sozinho.- respondeu com um pequeno sorriso.
- Não acho, moro sozinha e não cozinho assim, só sei fazer comida instantânea.- retruquei, e começamos a rir.
- Posso te ensinar, se você quiser.
- Adoraria.- depois disso, terminamos de comer em silêncio.
Fiz questão de ajuda-lo com a louça, então eu lavei e ele secou. Depois disso, a gente se sentou na sala, um do lado do outro, ele chegou a ligar a tv, mas tirei o controle da sua mão e desliguei. Ele se virou para mim com uma expressão de dúvida.
- Quero que você me diga porquê estou em perigo a ponto de você me proteger.- falei, ele fechou os olhos e suspirou.
- É complicado.
- Tem relação com a parte interessante dos últimos 15 anos que você não me contou?
- Não, isso foi antes de eu te conhecer.
- Eu preciso saber, não acha?- perguntei, mas ele não disse nada, apenas ficou olhando para mim. - E se eu te contar algo interessante que aconteceu comigo?
- Por exemplo?
- Algo que eu não contei para ninguém. - dei uma pausa, que se seguiu com um suspiro. - Como eu vivi nos últimos 5 anos.
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Hey pessoas,
Sei que não postei semana passada, e me desculpem por isso. Essa semana eu vou postar dois, esse e mais outro quando o livro chegar a 2k (já que falta bem pouco).
Obrigada pelos comentários, sempre fico muito feliz com eles *-*
Beijos
Lawriaqui
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Apaixonei pelo Nascer do Sol
Storie d'amoreEla, 25 anos, e vive sozinha. Trabalha como programadora de jogos, mas se vê atolada em dividas. Tenta manter as aparências, mas os pesadelos a perseguem desde a morte de seus pais. Ele, dono de uma empresa de jogos, ex-espião, mas que nunca esquece...