Nove

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- Ai! - Caio reclama.
- A beleza dói, querido. Acostume-se. - Rose o advertiu enquanto limpava sua sobrancelha.
- Não sei como você consegue... Ah, minha primeira vez me montando. Dá pra acreditar?
- Pare de se mexer, Caio. Preciso terminar isso aqui rápido. Você não tem muito tempo. Precisa ver seu príncipe.
- Ele nem vai me reconhecer, madrinha. - Caio a chama do modo que sempre gostou de chamar quando Pedro encarnava a Rose.
- Isso porque sou a melhor em montar alguém. - Ela virou Caio para o espelho e o menino suspirou ao se ver maquiado. Antes que ele pudesse dizer algo, Rose o cortou. - Poupe sua voz pra quando você for fazer um dueto de amor.
- Não posso cantar, Pedro! - Caio se alarmou.
- E agora é a parte que você me conta o que está acontecendo. - Ela diz pegando o vestido que separou para o afilhado.
Caio abaixa os olhos e não consegue encara-la. Ele realmente poderia mentir pra todo mundo menos para Pedro... Mesmo vestido de Rose, ele ainda era o Pedro, a pessoa que mais conhecia bem o Caio. Quando descobriu estar apaixonado por um menino, Pedro quem esteve lá para apoia-lo e dizer que não havia nada de errado com ele. Que sentimentos são sentimentos, independente por quem você sinta e Caio tinha o privilégio de escolher como viver e ele poderia viver na sombras com medo do que o mundo iria pensar dele ou ser ele mesmo e encontrar a felicidade dentro de si.
 Então ele contou tudo. O plano de Suzana, o fato de não poder contar o motivo pelo qual ela não quer que ele vá a festa e que ele acha que Joaquim pode estar apaixonado por Amanda.
Quando o garoto terminou, Rose ponderou com a cabeça. Estava com uma expressão de homicida no rosto, mas respirou fundo, se acalmou e depois se virou para Caio e o olhou nos olhos e disse:
- Você acha que os outros podem te controlar, mas não podem. Só mesmo você pode te fazer se sentir inferior. As palavras, o hate, o bullying e até os planos do mal só vão interferir em sua vida se você deixar. É isso o que você quer, Caio? Meu filho, o que já conversamos sobre você não poder viver nas sombras? - Rose olhou para o relógio. - Tic tac, tic tac. O tempo está passando... Então, qual vai ser sua escolha?
O garoto a encarou e depois voltou os olhos para o espelho. Se achava linda e de repente ganhou confiança. Todos tinham razão. Ele deixou a oportunidade de não se inscrever no concurso passar, mas não iria abrir mão do que sentia por Joaquim. Ele voltou os olhos para a sua fada madrinha e disse:
- Acho que a Cinderella vai ao baile hoje.
Rose sorriu e ergueu o vestido dourado e brilhante para ele.

Quando Caio desceu as escadas, Cleyton deixou a bandeja cair. Ele estava mesmo irreconhecível. Agora ele era uma garota muito bonita. A peruca coçava um pouco e suas partes estavam apertadas com o truque que Rose deu, mas ele forçou um sorriso e fez carão de confiança.
- Nossa, você está... - Zack perdeu a fala.
- Linda! - Diana o pegou pelo braço. - Vamos, temos que correr pro metrô.
- Que metrô o quê? - Rose desdenhou. - Já falei com o meu amigo e vocês vão de carro. Agora anda logo, você só tem duas horas até que aquela vaca retorne.
- Opa, opa, opa! - Dudu protestou.
- Foi mal, esqueci que aquele monstro é sua mãe. Vamos! Depressa! - Rose os enxotou.
- Não é isso. Parece que alguém se esqueceu de colocar meus brownies no forno. - Ele olhou para Sabrina que bufou e foi para a cozinha, fazendo gesto feio para Dudu por suas costas. - Eu vi isso! - Ele cruzou os braços e sorriu sem olhar pra trás.
Caio soltou uma gargalhada e depois olhou para a madrinha e sorriu para ela.
- Obrigado.
- Não tem de quê. - Ela piscou pra ele.
Quando chegaram do lado de fora ele, Diana e Zack vibraram. Diana soltou uns gritinhos e pulou e Caio segurou a emoção. Não era um carro que o esperava, era uma limousine. Ele se virou para Rose que o interrompeu antes que ele falasse algo.
- Não, sem mais agradecimentos. Agora se apresse! Pois você irá ao baile!
Eles entraram na limousine e Jonas, amigo de Rose se apresentou para eles. Eles agradeceram a carona e Jonas partiu com eles. Rose suspirou satisfeita e depois voltou pra dentro.
- Agora, vamos continuar a festa! - Todos gritaram e bateram palmas. Rose foi para o palanque e pegou o microfone. - Solta o som!
Então ela começou a cantar Mamma Mia!

Um Diferente Conto Da Nova CinderelaOnde histórias criam vida. Descubra agora