Aux Ennemis La Loi

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As espadas tilintavam no ar, o som estridente e agudo se misturava com o arfar de Tomlinson, que praticamente dançava sobre seus pés, ágil, confiante e forte. Sua espada conduzia a de seu oponente, dizendo onde ele podia ou não ir. O pirata se divertia ao observar o quanto o outro se esforçava para poder acompanhar seus golpes firmes e certeiros. Louis estava apenas permitindo que aquele pobre militar vivesse mais um tempo para o seu bel prazer de vê-lo tentar o próximo golpe.

Por um segundo, os olhos do pirata recaíram sobre Malik, um de seus alfas, que mantinha uma luta acirrada contra um manto vermelho, como o pirata gostava de chamar o exército da detestável Inglaterra. Louis sentiu uma dor profunda em seu braço esquerdo, um corte feito pelo soldado com quem lutava. O pirata se virou para ele novamente, irritado consigo mesmo por ter se distraído e, ao ver um sorriso orgulhoso se formar no rosto do militar, Tomlinson soube que já estava satisfeito daquilo, firmou a espada na mão e a enfiou no pescoço do homem, fazendo com que atravessasse seu corpo de uma vez, em seguida a puxando para fora. Se virou antes mesmo que o homem pudesse morrer.

Tomlinson pulou ao lado de Malik, empunhando a espada com as duas mãos e bloqueando um golpe que muito provavelmente mataria o outro alfa, e, naturalmente, isso chamou a atenção do oficial. Não era ético uma luta de dois contra um, mas isso não era realmente um problema para Louis, se estivesse preocupado em ser justo, não invadiria uma aldeia miserável e levaria tudo que encontrasse pela frente, inclusive vidas.

As três espadas se batiam com força, fazendo o som irritante do metal entrar em seus cérebros e consumir seus miolos, mas nunca sendo capaz de pará-los.

O pirata tinha que assumir, aquele era um bom oponente, talvez o melhor manto vermelho que um dia enfrentou, mas ainda não suficientemente bom para vencê-lo. Louis girou sobre seus calcanhares com sua espada empurrando a de seu oponente, bloqueando mais um de seus golpes e não demorou para que Tomlinson mapeasse o ritmo do oficial. Ele era ansioso, queria atacar antes que o próximo tivesse a chance de pensar no que estava acontecendo e isso poderia ser uma técnica muito boa, se não tivesse sido sua ruína.

Aproveitando a forma com que o oficial estava completamente sem defesas por sua posição de braços levantados após mais um golpe, Louis pisou e em seu pé para tirar sua concentração e o chutou na barriga em seguida, derrubando o homem, sendo abandonado por sua espada ingrata, que escapou de sua mão e correu para longe, o deixando sem amparo algum.

Duas pontas de espada estavam perigosamente próximas de sua garganta e Styles arfava, cansado pela luta. Ele podia ver o sol tímido brilhar atrás do tricon do pirata e questionou a si mesmo como aquela merda poderia ainda continuar ali no meio de uma batalha como aquela. Devia mesmo ser O Anticristo.

— Vou acabar com você, manto vermelho de merda. — Malik disse enquanto erguia sua espada, pronto para enterrá-la no pescoço no homem deitado na sua frente, mas foi impedido por seu próprio Capitão, que apenas estendeu uma mão, parando seu movimento.

— Olha essas fodidas medalhas... Veja se não temos aqui um Capitão. — O pirata disse enquanto levantava o lábio superior, sentindo nojo do que via. — O leve para o navio, ele merece um tratamento especial. — Ordenou para Malik, que reprimiu uma arfada aborrecida, queria tê-lo matado e não arrastá-lo até o navio, mas não podia desobedecer a ordem, então fez o que seu Capitão mandou. Arrancou o casaco chique o oficial e o amarrou em torno de sua cabeça, em seguida prendendo seus pulsos com uma corda.

— Ande, seu merda. — Styles escutou alguém dizendo antes de ter suas costas cutucada com a ponta da espada e ele apenas começou com passos medrosos devido aos seus olhos tampados.

Podia ouvir o som da batalha diminuindo a cada passo que dava, os gritos e espadas se batendo gradativamente ficaram para trás até que não houvesse nada mais e assim permaneceu por longos minutos. De tempos em tempos, sentia a espada cutucar suas costas novamente, o indicando para qual direção seguir e em algum momento ele se sentiu tão bom naquilo que já nem tropeçava tanto. Percebeu o chão se tornando irregular debaixo de seus pés e, pelo barulho constante de água e o vento forte contra seu corpo, soube que estava bem próximo do navio.

Sailing Heart - l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora