Harry sentia o sol queimando sobre seus cabelos, como se aqueles poucos metros que subiu fossem capazes de o aproximar infernalmente da estrela brilhante no céu. Ele não se sentia muito confortável com a altura em que estava, podia ver tudo ao seu redor, para todos os lados que olhava via infinita água azul e isso realmente o deixava agoniado, mas teria que se acostumar, sabia que Louis o deixaria ali pelo menos por alguns dias antes de começar a morrer por inanição, isso se ele realmente não o deixasse morrer.
De onde estava, podia ver tudo o que se passava no navio. Estavam preparando a prancha de onde Matias seria jogado e até que o ômega queria sentir algo como pena pelo garoto, mas após o que ele o fez passar, apenas queria que tudo aquilo terminasse o quanto antes, incluindo seu castigo.
Harry se apoiou em uma das beiradas e viu quando agarraram o menino a mando de Louis e o colocaram sobre a prancha, ele chorava em pânico, mas não havia nada que fosse salvar sua vida naquele momento.
Louis pulou sobre a prancha logo atrás de si e com a ponta de sua espada empurrou o menino, que deu alguns passos relutante, implorando por sua vida, Harry podia escutar. Capitão Tomlinson não parecia paciente, na verdade, parecia um tanto sanguinário e assustador. Ele empurrou o menino mais uma vez, o fazendo ficar bem na ponta, tão próximo de sua morte.
A cada passo que Matias dava, era possível ouvir um coro dos marujos, animados com a ideia de vê-lo morrer. Eles comemoravam e o xingavam, Harry imaginou como devia ser ruim morrer nas mãos de piratas, afinal, eles não eram conhecidos por serem muito piedosos em seus métodos.
A terceira vez que Louis o empurrou foi a que fez o menino finalmente cair ao mar, Harry viu quando ele submergiu após alguns segundos se afogando, parecia não saber nadar. Enquanto os marujos comemoravam, Matias se debatia na água, tentando sem sucesso voltar à embarcação. Lutava por sua vida com todas as forças e assim permaneceu por alguns minutos até que seu corpo se afundou e Styles supôs que estava morto. Era melhor para si mesmo que estivesse antes que Louis resolvesse lhe aplicar um castigo pior.
Após o pequeno show, Harry suspirou e se sentou na cesta, deixando de assistir tudo o que acontecia à sua volta. Era melhor ele se acostumar a ficar ali sem precisar de algo para lhe distrair, pois não sabia quanto tempo aquilo duraria e precisava aprender a lidar com o isolamento sem perder a cabeça.
4 dias depois
O ômega tentava dormir, mas seu corpo não o permitia mais fazer nada. Sentia dores por estar tão encolhido e, principalmente, por não ter tido a oportunidade de colocar uma gota de água em sua boca desde que foi colocado ali. Harry se sentia seco de todas as maneiras possíveis, sua saliva era amarga e as dores de cabeça não o deixavam nem por um segundo. Não sabia mais por quanto tempo aguentaria tudo aquilo.
Styles estava entrando em estado de sono quando foi atingido por uma forte dor em seu abdome, o fazendo se curvar no assoalho e gemer enquanto apertava a própria barriga. Aquilo nunca havia lhe acontecido antes, uma dor tão aguda que não o permitia ficar em silêncio. O ômega tentou respirar fundo, havia escutado em algum lugar que isso normalmente ajudava a controlar as dores, mas logo se deu conta de que não adiantaria, então esforçou-se para se sentar e sentiu como se houvesse algo úmido abaixo de si, o escuro não lhe permitia ver exatamente do que se tratava, então levou seus dedos esguios até suas roupas e trouxe para seu nariz, sentindo o cheiro ferroso de sangue em suas digitais.
Harry imediatamente se desesperou, estava sangrando e podia imaginar o porquê. Lembrou de sua mãe lhe contando com lágrima nos olhos sobre o bebê que tivera antes de Harry e Gemma, na verdade, o feto nem ao menos teve a chance de se consolidar como um bebê, morreu quando tinha poucas semanas de vida e sua mãe sempre dizia, “acordei com um sangramento horrível, doía tanto que pensei que fosse morrer”.
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Sailing Heart - l.s abo
Teen FictionTomlinson era o Capitão de um navio e amava ser o perfeito estereótipo de um pirata. Para o alfa, nada no mundo se igualava a sensação indescritível de cortar a jugular de um verme mau pagador. O poder corria nas suas veias, mas não apenas isso, a g...