Le Soleil Se Couche

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Louis passou toda a noite em claro. Enquanto Harry dormia tranquilo ao seu lado, o alfa não conseguia fechar seus olhos por mais de um minuto sem que antes começasse a pensar na discussão que tiveram mais cedo. Louis sabia que aquele momento chegaria, sabia que Harry iria querer retornar à sua casa e aquilo estava o apavorando. A forma com que o alfa se encontrava atado ao ômega naquele momento era assustadora. Ele temia que não soubesse mais sobreviver sem ter os olhos cor de esmeraldas para lhe dar bom dia todas as manhãs.

Isso estava o matando. Desde quando se importava tanto com o sentimento de uma pessoa sobre si ao ponto de proibi-la de ir? Aquilo nunca havia sido de seu feitio, todas as pessoas naquele navio, exceto os prisioneiros, estavam ali por vontade própria, então por que estava tão desesperado para manter Harry ali, mesmo contra sua vontade?

Capitão Tomlinson envergonhou-se do que se tornou, do que fez, e passou o resto da noite ensaiando sobre como comunicaria aquilo ao ômega. Quando os primeiros raios de sol adentraram a cabine pela pequena janela, o alfa levantou-se e se vestiu, em seguida lavando o rosto na bacia de metal separada especialmente para isso. Na tentativa de ser o mais silencioso possível, Louis fez tudo calmamente, mas não foi o suficiente para o sono leve do ômega e logo Harry acordou, murmurando e espreguiçando seu corpo na cama confortável.

— Bom dia. — Louis disse breve enquanto prendia seu cinto largo de couro ao redor da cintura e ouviu Harry resmungar as mesmas palavras de volta, ainda sonolento. — Ômega, eu… Estive pensando sobre o que me pediu ontem e talvez, se for realmente do seu desejo, eu possa reconsiderar algumas coisas.

Aquilo rapidamente chamou a atenção de Harry, que se sentou na cama macia e puxou os cobertores para seu peitoral, olhando atentamente para o alfa na sua frente.

— Vai permitir que eu encontre minha mãe e irmã? — Questionou com um brilho especial nos olhos, como uma criança e assistiu enquanto Louis suspirava, em seguida esfregando o rosto em descrença do que estava prestes a dizer.

— Vou, ômega. — Disse baixo, mas já havia sido o suficiente para encher Harry de alegria e mais que imediatamente o ômega pulou da cama e correu até os braços do alfa, pulando ali e o agarrando com as pernas e braços, obrigando que Louis lhe segurasse no colo.

— Oh, meu Deus, alfa! Obrigado, obrigado, obrigado! — Disse enquanto distribuía beijos pelo rosto de Louis, fazendo-o rir pela reação infantil de Styles.

— Mas haverão algumas restrições… — O alfa disse ao que se sentava na cama, com Harry ainda em seu colo. — Você passará uma noite com elas, chegará à meia noite e sairá às cinco da manhã, antes que o sol nasça.

Harry reconhecia que aquilo era pouquíssimo tempo, mas faria valer a pena. Qualquer minuto que passasse ao lado delas já era importante para si.

— Eu estarei bem na porta, esperando-lhe. — Louis completou e Harry franziu o cenho, não compreendendo bem o que o Capitão queria dizer.

— Por que? Quero dizer, não quer entrar e conhecê-las? — O ômega perguntou ao que segurava o rosto de Louis entre suas mãos, olhando bem em seus olhos e viu quando o alfa desviou o olhar, parecendo ansioso, aquilo não era um comportamento usual seu.

— Não tenho certeza se sua mãe quer conhecer o alfa que sequestrou seu filho… — Louis disse baixo e Harry pôde ouvir o incômodo em sua voz.

— Nós não precisamos falar sobre isso, alfa, além do quê, eu continuei aqui por vontade própria. — Styles lhe explicou a situação, mas Louis parecia irredutível.

— Pergunto-me se ainda quereria ficar caso não estivesse apaixonado por mim… — O alfa disse baixo, deixando mais uma vertente de sua insegurança aparecer e Harry quase não pôde acreditar no que estava ouvindo, então sorriu gradativamente, percebendo o tamanho daquela bobagem. 

Sailing Heart - l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora