Marin Heureux et Bon

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Aqui estamos nós novamente… sentiram saudades?

Não vou me desculpar pela minha ausência aqui porque foi por uma boa causa. Eu e mais alguns outros autores tiramos essa semana passada para um intervalo em prol do movimento #BlackLivesMatter, para que vocês pudessem focar somente nisso e não se distraírem com coisas menos importantes.

Mas estou de volta e morrendo de saudade.

Quero muitos comentários ♡

. . . 

Capitão Tomlinson segurava o pequeno baú com suas mãos trêmulas, como se estivesse prestes a abrir a Caixa de Pandora, permitindo que todos os demônios saíssem de uma vez. Ele não tinha certeza se estava pronto para isso, mas faria, faria por Harry.

Louis abriu a caixa e tirou de dentro um punhado de fotos antigas, muitas delas de quando ainda era criança. Ele observou a primeira delas, era uma foto de Phoebe e Daisy no colo de seu pai e sua mãe, as meninas ainda eram pequenos bebês.

— Essas são duas das minhas irmãs e meus pais… — Disse com a voz embargada enquanto levava a imagem para mais perto de Styles, permitindo que ele as visse sem precisar se mover. 

— Você se parece muito com sua mãe. — Harry disse baixo, tentando soar o mais doce possível, era visível a vulnerabilidade do pirata naquele momento e ele sabia que precisava ser cauteloso se não quisesse machucá-lo ainda mais.

Louis soltou uma pequena risada irônica pelo nariz.

— Todos sempre disseram isso, ela se orgulhava… — O pirata fungou, em seguida passando as mãos grosseiras pelos olhos, dissipando as lágrimas.

— Ela… ela não… — Harry tentou perguntar algo, mesmo que não soubesse exatamente o quê.

— Minha mãe morreu há oito anos, logo depois da morte de Felicité. — Louis se levantou deixando o baú próximo a Harry e o ômega se permitiu procurar por mais fotos. — Charlotte me culpa pela morte de ambas, diz que morreram de desgosto… 

— Louis, isso é… — Harry o procurou com o olhar e pela primeira vez viu Louis se encolher, não literalmente, mas sua alma parecia pequena. — Isso é horrível, alfa, meus pêsames.

O homem deu de ombros, em vão tentando mostrar que não se importava.

— Ela queria que eu voltasse, queria que eu lhes fizesse uma visita… — Louis riu novamente, irônico. — Piratas não fazem nenhuma porra de visita. — Disse amargo enquanto caminhava pelo quarto.

— Mas… Liam me disse que logo iremos às Treze Colônias e ele poderá rever sua família… — Styles o contestou e Louis imediatamente negou com a cabeça.

— Liam tem filhos, isso torna tudo diferente. Além do mais, sabe quantos fodidos anos desde que ele os viu pela última vez? Três, três fodidos anos, Harry, e quer saber? Ele nem ao menos sabe se suas crianças ainda o querem por perto, isso é um risco que ele corre todas as vezes que ancoramos nas Treze Colônias. Nós nunca sabemos quando eles deixam de sentir saudade e começam a sentir ódio.

O ômega sentiu as palavras faltarem em seus lábios e as lágrimas se juntarem em seus olhos. Como um véu que caía diversas vezes conforme Harry conhecia mais sobre a pirataria, Styles podia enxergar a dolorosa e injusta verdade de cada um daqueles marujos.

Diferente de meses atrás, agora o que o ômega via ao olhar para aqueles homens não era mais um grupo de maltrapilhos criminosos, agora Harry via suas mazelas, seus sacrifícios e as injustiças que lhes foram feitas para que precisassem se abrigar no nível mais inferior da sociedade, onde pelo menos teriam um teto sobre suas cabeças e alguma comida para que não morressem de fome.

Sailing Heart - l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora