Je Ne L'aime Pas

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Louis, em algum momento da noite, acabou rolando para o lado da cama em que Harry costumava dormir e ao sentir que nada havia ali, abriu os olhos devagar, vendo que o ômega havia saído. Pensou em fechar os olhos novamente e voltar a dormir, já que ele e o ômega não estavam em um bom momento de qualquer forma. Harry certamente teria saído para tomar um ar, imaginou, mas ao se lembrar do motivo da briga que tiveram no dia passado, se sentou na cama rapidamente. Styles queria ver um prisioneiro, Matias.

Nem conseguia cogitar qual castigo daria ao ômega caso ele lhe desobedecesse, algo que ele não duvidava que Harry fizesse, já que o ômega era teimoso como um burro e isso era um dos motivos que mais irritava Louis recentemente. 

Vestiu rapidamente suas roupas e se calçou, sabia que Harry poderia estar no deck apenas observando as estrelas como costumavam fazer, mas não era uma certeza. De qualquer forma, sempre havia outros marujos rondando pelo deck principal durante a madrugada e não queria que vissem Harry com uma simples roupa de dormir. Independentemente da ocasião, Louis estava preparado. Pegou sua espada a colocando em sua cintura e seu tricon, o pondo sobre sua cabeça. 

Saiu de sua cabine sentindo o vento gélido da noite lhe tocar o rosto. Suspirou pesado, ainda estava cansado do trabalho que teve durante o dia e apenas gostaria de uma boa noite de sono, mas não conseguiria dormir novamente sabendo que Harry não estava na cama, criaria diversas teorias sobre o que o ômega estaria fazendo e nenhuma delas lhe seria agradável, ainda mais conhecendo o histórico do ômega e sua capacidade de se meter em problemas naquela navio.

Olhou em volta, vendo o deck praticamente deserto a não ser pelo seu timoneiro que fazia sua função de sempre, guiando o leme. Devagar, o capitão se aproximou, o suficiente para que o beta o notasse.

— Capitão, está sem sono? — Indagou ao que Louis parou ao seu lado. 

— Onde está Harry? — Louis perguntou rígido, sem paciência para conversas paralelas. 

— Ele disse que você havia o mandado para ver um dos novos prisioneiros e eu o levei até lá. Imaginei que estivesse ciente disso, por isso não quis lhe incomodar. 

Louis grunhiu, irritado. Sabia que não podia culpar o homem por não lhe alertar sobre o que havia feito, afinal, Harry, como seu ômega, acabava tendo alguns privilégios e todos respeitavam isso. E todos também sabiam como Louis odiava ser acordado a noite, principalmente sobre algo banal. Ainda sim, raiva lhe apossou. 

Não deu respostas para o homem e caminhou de modo rápido até onde os prisioneiros estavam, mas antes que pudesse sequer descer as escadas para procurar por Harry, o avistou e não do modo que queria. Harry estava rendido, seus olhos medrosos procuravam por Louis e a faca em seu pescoço era afiada o suficiente para matá-lo mais rápido do que Louis poderia piscar.

Ao que Matias saía do lugar com Harry contra seu corpo, Capitão Tomlinson foi obrigado a se afastar devagar, vendo que a única coisa que poderia fazer para manter Harry vivo era não reagir.

— Não deveria deixar seu ômega sozinho por aí, ainda mais estando bêbado. — Matias disse, fazendo o ômega andar ainda mais para frente. Louis dava passos para trás a cada momento, levando-os inconscientemente para onde queria. O meio do deck. 

O beta que havia falado com Louis há pouco viu a movimentação e entendeu o que ali acontecia. Rapidamente saiu sem fazer barulho, indo para o dormitório. Se continuasse ali, iria apenas atrapalhar e sabia que se algo acontecesse com Harry por sua culpa, Louis poderia facilmente colocar fogo naquele navio com todos dentro. 

— Acha que me assusta? — Louis indagou, olhando sem medo nos olhos do garoto a sua frente. 

— Se não, deveria, Capitão, já que seu ômega é o meu refém. — Rebateu, convicto do que dizia. 

Sailing Heart - l.s aboOnde histórias criam vida. Descubra agora