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Mirela se deitou em minha cama, eu dei play novamente na música que estava ouvindo.

— Meu Deus! — Ela se levantou toda desesperada da cama, e chegou mais perto do celular. — Eu não sabia que você ouvia Red Moment!

— Eu comecei a ouvir semana passada. Você conhece?

— É minha banda preferida! Já te falei milhões de vezes sobre eles, mas você só quer saber do Ed Sherran.

— Não me lembro de você falando deles. — Peguei a escova e comecei a escovar meu cabelo. — Eu só comecei a ouvir eles, por que o Gabriel me disse que ele é amigo de um dos meninos.

— Sério? — Ela soltou um gritinho. — De qual deles?

— Leonardo. Ele estudou com o Gabriel na segunda série, e por algum motivo eles ainda tem contato.

— Aí meu Deus, eu não acredito que dispensei o Leonardo Santos!

— O quê?

— Quando ele estudava aqui, ele me pediu em namoro. É claro que era namoro de criança, mas eu não aceitei.

— Certo, certo. Enfim, eles vão fazer um show aqui sábado, e como Arthur não vai poder ir comigo, quero que você vá.

— Não precisa nem pedir duas vezes. — Então ela me olhou do jeito "o que você está me escondendo?"

— Eu e o Artur nos beijamos ontem. — Deixei a escova de cabelos de lado.

— Aí meu Deus! Aí meu Deus! — Ela deu pulinho de empolgação. — Eu não acredito nisso! Como foi?

— Foi quando ele me deixou aqui em casa. — Sorri, lembrando da sensação. — Foi tão bom.

— Aí meu Deus! — Ela pausou a música. — E depois do beijo?

— Ele foi embora.

— Só isso?

— Sim, só isso. — Me levantei da cadeira e fui pra cama, Mirela se deitou comigo. — Foi... Simples.

— Que fofo!


A campainha tocou, e eu fui de vagar atender. Gabriel segurava uma sacola nas mãos.

— Oi. — Ele sorriu.

— Oi.

— Te trouxe uma oferta de paz, pelo menos até sábado à noite. — Ele me estendeu a sacola.

Eu a peguei, e a abri. Dentro tinha um pote de sorvete, e um livro.

— Tá tentando me comprar com um livro e sorvete? — Estreitei os olhos pra ele.

— Talvez.

— Obrigada, e sim, eu aceito sua oferta de paz. Até sábado à  noite.

— Já é o suficiente. — Ele sorriu novamente. — Eu já estou indo, amanhã venho te buscar pra conhecer o Leonardo.

— E vai ser só ele?

— Não, os outros integrantes da banda, e três meninas. Ok?

— Tá bom.

— Aproveite o sorvete e o livro, são os seus favoritos. — Ele piscou e se virou, indo em direção ao carro.

Coloquei o sorvete na geladeira, e voltei pro meu quarto.

— Quem era?

— Gabriel. — Me sentei ao lado dela e olhei o livro. — Me deu sorvete e esse livro, e disse que amanhã passa aqui pra gente ir conhecer a banda.

— Aí que legal! Eu tentei comprar um ingresso pro show deles aqui, mas já estava esgotado. — Mirela fez bico. — Que nome é do livro?

— A sutil arte de ligar o foda-se. — Olhei a contra capa do livro. — Eu nunca li, Gabriel deve ter se enganado ao falar que era um dos meus favoritos.

— Mas vocês nunca vai recusar um livro, não é?

— Nunca.

— Tá, mas depois você lê ele, vamos voltar à série.

Eu coloquei o livro na estante e me deitei perto dela. Estávamos revendo The Vampire Diares, e já estávamos na quinta temporada agora.

— Você tá com medo? — Mirela perguntou. Achei que ela estava falando da série, mas ela não prestava atenção na tevê.

— Medo de quê?

— De ter um filho agora.

— Um pouco.

— Eu também teria medo.

— Mas, acho que quando eu olhar pela primeira vez o rostinho dele ou dela, tudo vai passar. — Sorri. — Eu não tenho medo de ter esse filho, tenho medo de não tê-lo.

Ela ficou quieta, e voltou a olhar a televisão.

— Eu... Consegui.

— O quê?

— Vou pra faculdade.

— Que ótimo Mirela!

— É sim, eu estou feliz.

— Não parece.

— É que... O meu dia vai ficar corrido, e você vai ficar bem mais sozinha.

— Não se preocupe comigo. — Eu a beijei na bochecha.



Às 18, Arthur veio me visitar. Nós nos sentamos no balanço preso a minha varanda, e ficamos observando a noite.

— Como vai o trabalho?

— Está bem, estamos crescendo.

— Que bom.

Ele ficou quieto por um tempo, depois pegou alguma coisa no bolso da calça.

— Eu comprei pra você

Eu estendi a mão, e logo estava segurando uma pulseira de prata, cheia de pingentes.

— Que linda, obrigada. — Sorri, e ele também sorriu. — Pode colocar pra mim?

— Claro.

Com todo o cuidado do mundo, ele a prendeu no meu braço direito. Eu sorri novamente olhando a pulseira.

— Você... Está se sentindo bem? Os enjoos passaram?

— Ainda não. E agora, eu não consigo comer mais nada além de frutas, e macarrão. Todo o resto me da ânsia de vômito.

— Isso é uma pena, por que eu iria te convidar para um encontro.

— Sério mesmo?

— Sim, mas... Que tal se eu passar aqui no domingo às oito?

— Achei uma ótima ideia.

Eu apoiei minha cabeça no ombro dele, e fiquei em silêncio. Ele impulsionava o balanço fracamente com os pés, e o rangido da corrente era gostoso de se ouvir.

— Infelizmente, eu tenho que voltar pra casa.

— Nem mais cinco minutos? — Eu o olhei.

— Acho que cinco minutos tudo bem. — Ele sorriu, e eu o beijei. — Hum... Assim eu vou querer ficar mais do que cinco minutos.

— Eu não viu reclamar. — Dei um selinho nele.

Um carro se aproximou, e parou perto da garagem. Arthur arregalou os olhos, e se afastou um pouco de mim. Eu dei risada do desespero dele. Titia desceu reclamando do salto alto.

— Boa noite pra vocês dois. — Ela se apoiou no pilar da varanda, e tirou os sapatos. — Ah, bem melhor assim.

— Boa noite. — Eu e Arthur dissemos juntos.

— Simone já foi?

— Sim, e a comida está no forno.

— Ótimo.

Ela sorriu e entrou, Arthur respirou fundo.

— Você não precisa ficar assim perto dela. — Gargalhei. — Ela gostou de você.

— Bom, mas eu prefiro não abusar. — Ele tocou a ponta do meu nariz. — Agora eu preciso mesmo ir Jéssica.

— Tudo bem.

Eu o acompanhei até o carro dele, e dei um beijo de despedida. Quando ele saiu de vista, vi Mirela espiando pela janela. Ela fez um coração com as mãos, e eu fiz um joinha.

— Tia? — Chamei depois de trancar a porta.

— Na cozinha.

Fui até lá, e me sentei na mesa ao lado dela.

— Amanhã vou passar o dia todo fora.

— Vai onde?

— Alguns amigos antigos vão passar por aqui.

— Beleza.

— E domingo, tenho um jantar com Arthur. — Senti minhas bochechas queimarem.

— Ok, quero que se divirta, ele parece ser bem legal.

— E é. — Eu a beijei no rosto. — Vou me deitar, estou cansada.

— Até amanhã querida.

— Até amanhã.








..........
Capítulo um pouco maior pra vocês.
Pra quem conhece meu outro livro, "Meu Pop Star", o pessoal vai dar uma passadinha aqui no próximo capítulo.
E no livro deles, eu também vou começar tudo desde o começo, então se alguém aqui se enteressar, as postagens lá começam segunda (13/01).

O que estão achando do rumo da história? Vocês gostam de Arthur e Jéssica?

Não esqueçam de favorita e comentar, isso me motiva a trazer mais capítulos para vocês.

Até a próxima!



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