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Toquei a campainha e esperei. Titia estava no carro, falando ao telefone. Ouvi passos se aproximarem da porta, e ela se abriu. Bruno sorriu para mim.

— Olá Jéssica.

— Olá. — Eu Sorri e endireitei minha postura. — O Gabriel está em casa?

— Está sim, vou chamá-lo.

Eu olhei pra Luiza, e ela fez um sinal de positivo com o dedo, me incentivando. Gabriel apareceu na porta com uma enorme cara de sono. O cabelo bagunçado, e o rosto meio inchado.

— Me desculpe atrapalhar o seu sono da beleza, mas eu estou indo fazer o primeiro ultrassom, achei que você devia ir junto. — Ele levantou uma sobrancelha, depois franziu a testa. — O bebê Gabriel, vamos ver como está o bebê.

— Hã... Eu só vou lavar o rosto.


Eu voltei pro carro, e esperei ele voltar.

— Viu, não foi tão difícil assim. — Luiza sorriu.

— É, não foi.

Gabriel entrou no banco de trás, e colocou o cinto de segurança.

— Cadê seu namorado?

— Cala a boca. — Rolei os olhos e ouvi sua risadinha.

— Está ansioso Gabriel? — Titia puxou assunto.

— É claro, é meu primeiro filho.

— Também é o meu. — O olhei pelo retrovisor.

— Acho que vocês vão ser ótimos pais. — Titia começou a dirigir em direção à clínica.

— Não sei, não é tão fácil cuidar de uma criança. — Fiz careta.

— Se eu cuidei de você, vocês dois podem criar esse bebê. — Ela piscou.

— Você ouviu sua tia Jéssica, você pode criar o bebê. — Gabriel riu.

— Pelo amor de Deus, cala a boca ou eu vou pular no seu pescoço!

— Ei!

— Dizem que na gravidez algumas mulheres pegam ranço de alguma coisa, acho que peguei ranço de você! — Gritei.

Ele apenas sorriu, e então desviou os olhos pra janela.


A consulta estava marcada para às 15 da tarde, e nós chegamos em cima da hora.

— Eu vou esperar vocês aqui, vão! — Titia parou o carro em frente à clínica.

Gabriel me seguiu até a recepção, e depois para a sala do médico. Era um senhor já de idade, com cabelo grisalho e marcas de expressão. Eu tive de colocar uma roupa especial, como uma camisola. Gabriel segurava a risada sentado em uma cadeira. Eu estava a ponto de lhe dar um tapa, quando o médico disse:

— Por favor querida, deite-se na maca.

Eu fiz o que ele pediu, e ele passou o gel em minha barriga.

— Vamos ver como está esse bebê.

Ele passou o treco pela minha barriga, e nós ouvimos o som do coraçãozinho. Era um ritmo constante e calmo de TUM-TUM-TUM. Gabriel se inclinou para a frente, e sorriu.

— Nossa... — Foi tudo que consegui dizer.

Era uma coisa inexplicável, eu nunca tinha sentido algo assim antes. O médico continuou passando o treco em minha barriga. Eu não conseguia ver muita coisa na imagem, era tudo um borrão, mas o som do coração dele era um sinal de que ele realmente existia.



— Aí tia, foi tão lindo. O coração ecoava alto pela sala.

— Eu quase chorei, se é louco. — Gabriel riu, um sorriso diferente, e ele também tinha os olhos mais brilhantes. — Obrigada por ter me chamado Jéssica.

— É o mínimo que eu podia fazer. — Dei de ombros.

— Quando você quiser companhia para voltar, me chame.

— Ok. — Sorri.



Depois das festas de fim de ano, eu não saia muito de casa, minha tia foi quem marcou a consulta. Eu já estava grávida de dois meses, e a barriga já estava começando a aparecer, as pessoas olhavam. Gabriel e Arthur estavam na faculdade, assim como Mirela. Pedro passou na Federal, e estava cursando veterinária. Mateus foi o único que continuou como sempre, e eu. Eu passava os dias em meu quarto, lendo e acessando a Internet, enquanto os meus amigos estavam na faculdade, seguindo suas vidas.



Consequência De Uma Aposta [Concluída] Onde histórias criam vida. Descubra agora