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Eu tirei o frango do forno, e comecei a cortar as cenouras. Gabriel entrou na cozinha.

— Me mande fazer algo, ou eu vou surtar.

— Corte os tomates, já estão lavados.

Ele começou a cortar as frutas, em silêncio. Depois que terminei as cenouras, eu comecei a picar a cebolinha.

— Como você tá com tudo isso? — Ele quebrou o silêncio.

— Com o que?

— Meu pai e sua tia.

— Pra mim tá tudo bem, titia merece ser feliz. — Dei de ombros.

— Sim, o meu pai também.

Ele terminou os tomates e colocou ao meu lado.

— E... A faculdade? — Puxei assunto.

— Descobri que realmente gosto de engenharia.

— Que bom, eu fico feliz. — Terminei as cebolinha e coloquei tudo em uma só tigela. — Me passa o limão.

Gabriel me entregou o limão, e se encostou na pia, me olhando.

— E você? Não vai fazer faculdade?

Eu dei uma risadinha e apontei pra minha barriga.

— Você pode fazer on-line, ou semi-presencial.

— É... Não tinha pensado nisso. Vou procurar pelo curso.

Eu terminei a salada e coloquei em cima da mesa. Abri a geladeira e peguei o suco de laranja.

— É natural, eu fiz mais cedo. — Peguei dois copos, pratos e talheres, e arrumei a mesa.
Gabriel me olhou por um tempo, depois se sentou e comeu em silêncio.



— Eu lavo a louça, e você seca e guarda, por que não sei onde ficam as coisas aqui. — Ele colocou o pano de prato no ombro.

— OK. — Dei de ombros.

— E seu namorado?

— O Arthur não é meu namorado. — Rolei os olhos.

— Sério? Por que achei que fosse.

Eu peguei o pano de seu ombro, e comecei a secar conforme ele ia lavando.

— Eu devia mesmo namorar com ele. Ele é tão lindo e gentil.

Vi que ele fez uma careta, então continuei.

— A gente se fala todo dia, ele é um doce. Me entende, e gosta de mim de verdade. — Eu peguei o último copo de sua mão. — É, talvez, eu namore Arthur.

Gabriel se virou para mim rapidamente. Eu nem tive tempo de pensar, antes dele me erguer e me colocar em cima do balcão. O copo se espatifou no chão, mas eu não me importei, pois sua língua invadiu minha boca. As borboletas começaram a voar em minha barriga, e meu corpo todo queimou de desejo.
  Sua mão pousou em minha cintura, e a outra foi para minha nuca, deixando o beijo mais intenso. Minhas mãos passeavam por sua costa, por baixo da camisa. Ele só se afastou um pouco, quando já não tínhamos ar.

— Eu limpo o vidro. — Ele respirou pesadamente. — Vai escolher um filme.

Ele me colocou no chão, e pegou a pá e vassoura perto da porta. Eu fui pra sala, e recuperei o fôlego.




Consequência De Uma Aposta [Concluída] Onde histórias criam vida. Descubra agora