capítulo 9

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Uma pulseira de metal com detalhes azul piscina estava presa ao meu braço, eu tentei tirar mas não sai de jeito nenhum, não sabia a quanto tempo estava presa lá ou o que haviam feito comigo.
Após alguns minutos em silêncio no quarto, meu padrasto abri a porta.

- qual seu problema em ?! Eu te mimei, dei tudo oque você queria, sempre estive presente, fui um pai pra você, e é assim que me retribui ? - simplesmente ele cuspiu as palavras, enquanto entrava no quarto.

- assim como ?! Querendo saber a verdade, eu saí pra saber qual é o meu verdadeiro destino.

- Blair, o seu destino é salvar alguém, feliz com a sua busca ?

- se esse é meu destino, por que não deixa eu escolher quem salvar ?

- porque você é apenas uma adolescente medíocre, que não sabe nem tomar as próprias decisões sem cometer um erro, tão dependente quanto um bebê. - ele me fitava com raiva.

- ah, claro, graças a isso você acha que tem o direito de me prender e forçar a matar os vampiros ?

- sim Blair, você vai nos ajudar, queira ou não, temos uma surpresa pra você - ele olhou para porta e fez um sinal, e em alguns segundo, os guardas apareceram com Mercúrio - se você não nos ajudar, o seu amiguinho morre, e olha que eu sei matar um vampiro.

- você está blefando.

- certeza, ainda estamos com seu segundo ajudante, Kalus, eu posso matar esse sem ter consequência para o próximo.

- você acha que vai me intimidar apenas com isso ? - afrontei-o

- ok, você quem sabe. - ele posicionou a mão no peito de Mercúrio e uma luz branca começou a queimar minhas vistas.

- NÃO. - gritei interrompendo ele - eu te ajudo.

- muito obrigado Blair, não se arrependerá, amanhã te trago novas informações sobre oque precisará fazer.

Ele deu as costas e saiu do quarto, deixando apenas eu e o Mercúrio para trás.

- Me desculpe - após alguns minutos em silêncio, Mercúrio disse. - eu não queria ter te abandonado na festa.

- uau, como você é idiota, além de dar uma festa sabendo o nosso compromisso, me esquece e fica totalmente vulnerável para que o idiota do Cláudio consigo te capturar, depois vem se fazer de arrependido, fala sério Mercúrio, eu esperava mais de você.

- todos esperam Blair, mas eu sou incapaz, eu sou fraco, eu falho as vezes, porém eu sei reconhecer meu erro.

- só reconhecer o erro não será o suficiente.

- porra, por que você tende a se fazer de durona.

- vai se ferrar, eu não me faço de durona, eu sou forte, quando milhares de bruxas e milhares de vampiros esperam que você os salve, ou você aprende a ficar forte, ou morre no meio da jornada. - o encarei com desprezo.

- quer saber, eu não ligo, tentei me redimir mais não dá, eu fui atrás de você na festa, pedi perdão, e tentei corrigir meu...

- com a porra de um beijo, você acha mesmo que iria corrigir tudo com um beijo ?! Isso é coisa de filme.

- eu sou um idiota mesmo né, achei que conseguiríamos construir uma vida juntos, ir embora depois disso tudo, e morar livres com uma família.

- você é tão patético quanto os humanos.

Nessa hora, Cláudio abriu a porta, entrou no quarto e levou Mercúrio embora.

- Você está livre pra andar pelo castelo, mas se sair, seu amigo morre. - disse me dando uma última olhada.

Novamente estava sozinha no quarto, me levantei e sai, fui até o quarto da minha mãe, onde a mesma se encontrava deitada, lendo um livro.

- Mãe, por que você deixou ele vir atrás de mim ? - perguntei sentando na beirada da cama

- eu não deixei, nem sabia que ele, tinha ido atrás de você, só soube quando ele chegou te segurando desmaiada nos braços. - ela largou o livro e me fitou.

- como ele me achou ? Isso tá estranho, mas eu vou descobrir. - alisei o queixo enquanto me levantava e saia do quarto.

- Blair - minha mãe me chamou, antes de eu sair do quarto - tome cuidado com tudo.

- ok.

Sai do quarto e esbarrei com Mabel, que só me deu um olhar frio e um meio sorriso.
Caminhei até a cozinha, onde alguns empregados trabalhavam.

- senhorita Wichester, vejo que retornou de sua viagem. - Maria, a cozinheira a 80 anos, me afirmou. - ficamos preocupados com seu sumiço, mas seu pai nos disse que apenas havia feito uma viagem e voltaria logo.

- Maria, onde meu pai prendeu o vampiro que estava aqui ? - ignorei a afirmação.

- na ala oeste do castelo, mandou um guarda ficar de vigia.

- e como você sabe ?

- ele me mandou levar uma bolsa de sangue para ele.

Dei as costas para a cozinha e corri até a ala oeste, subi as escadas e no topo da torre, o guarda com uma espada, guardava a cela que Mercúrio estava, caminhei tranquilamente até o guarda, olhando fixamente em seus olhos, desejei intensamente que ele morresse e derrepente, meu desejo se concretizou.
Por algum motivo, a pupila do guardo se dilatou, ele pegou a espada e cortou o pescoço, peguei a chave que estava em sua armadura e abri a porta.

- eles te machucaram ou fizeram algo com você ? - perguntei, me ajoelhando ao lado de Mercúrio, que estava sentado no chão.

- não, eles armaram contra você.

- como assim. - recuei um pouco.

- seu padrasto sabia que não era possível prender sua magia demoníaca, queria ver quanto tempo demoraria até descobrir isso.

- exatamente Blair, agora que eu sei, será mais fácil ainda, conversei com um mago, e ele me deu isso. - ele agarrou em meu pescoço e botou uma gargantilha, que se prendeu em meu pescoço e eu não conseguia tirar, por nada, senti minha magia me deixar. - isso agora prende sua magia obscura, ou seja está sem magia, e será castigada, é o terceiro guarda que você mata.

- seu desgraçado, quando eu escapar, farei questão de matar você, sem dó, nem piedade.

Ele me levou até meu quarto, e me trancou lá, a última coisa que disse foi que eu não sairia dali nem tão cedo.

a filha das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora