a filha das trevas

capítulo 8

Para de chorar e levanta idiota, você está virando uma chorona, seca essas lágrimas e vá atrás dele sozinha.
Desci as escadas e fiz uma coisa da qual não tenho muito orgulho, peguei o celular de Kalus.
Sim, ele tem celular, ele vive mais no mundo humano que no sobrenatural.
Subi as escadas correndo, temendo que alguém me parasse, dei uma olhada de canto de olho e avistei Mercúrio, nosso assunto não havia abalado ele, oque só me mostrou que eu precisava parar de ser trouxa.
Me tranquei no quarto e peguei o livro da profecia, digitei a localização no GPS e consegui encontrá-lo, destranque a porta e escrevi uma carta que dizia :

Fui resolver os meus problemas, não percam tempo tentado vir atrás de mim ou algo do gênero, curtam a festa e voltem a suas vidas, não preciso de vocês, irei descobrir a verdade e fazer o certo, espero que não façam besteira.

E com essa carta me despedi deles, pulei a janela e desci usando um feitiço de levitação, ninguém estava vendo mesmo.
Corri até um taxista que estava parado na esquina.

- conlicença, o senhor poderia me levar até este endereço ? - virei a tela do celular para que lê visse.

- fica meio longe você não acha ? - ele me pergunto - fica a uma hora de viagem, Morumbi é distante para gente.

- eu sei, meu pai mora lá e minha mãe foi viajar e esqueceu de me levar.

- como isso é possível ? Como ele esqueceria de te levar ?

- ela foi direto do trabalho e esqueceu de pedir ao motorista, agora ele foi embora e me deixou, ela me mandou chamar um táxi.

- ok, mas vai ficar meio caro.

°•°

Finalmente chegamos, tive que usar um feitiço de hipnose para apagar a memória do taxista que me cobrava, a casa era linda, havia um grande portão muito bem cuidado, um grande lance de escadas, apertei a campainha e depois de alguns segundo alguém respondeu.

- sim, pois não ? - uma voz masculina.

- o senhor Tremont mora aqui ?

- sou eu oque deseja ?

- meu nome é Blair Wichester, vim falar a respeito de um livro escrito por ti. - um minuto de silêncio, o barulho do portão eletrônico se destrancando ressoou pela rua silenciosa.

Entrei pelo jardim e subi as escadas, a porta estava aberta e dava diretamente na sala de estar.
Tremont estava sentado em uma poltrona de frente a um sofá branco de couro.
Me sentei no sofá, sem dizer uma palavra, o silêncio se manteve por 2 minutos.

- então... - ele quebrou o silêncio - você é a garota da profecia e está aqui para saber o por que do meu livro estar diferente dos demais, estou certo ?

- sim, eu quero saber, estão escondendo algo de mim e eu vou descobrir.

- eu não sou um bruxo, um mago ou se quer um feiticeiro, sou um senhor do tempo Blair, e eu vejo o futuro e o passado de todas as pessoas, eu sabia que viria, estava lhe aguardando, infelizmente, uma outra pessoa também virá.

- quem !?

- não posso dizer, mas eu irei responder a sua pergunta.

- eu não fiz nenhuma pergunta, como irá responder ?

- a verdade é que... - ele ignorou minha pergunta - todos têm medo, seu padrasto, deseja poder, ele sabe que além dos anjos e demônios, os vampiros também são capazes de destruir vocês, o medo dele é perder oque conquistou, ele quer te usar para destruir os vampiros, mas essa decisão cabe a você Blair, a profecia não está certa, porém também não está errada. - olhei perplexa para ele.

- vamos direto ao ponto, oque quer dizer com isso ?

- o destino é uma arma que atira para vários lados, mas sempre acerta o mesmo alvo.

- você está me confundindo. - exclamei irritada.

- Blair, você pode fazer oque for, mas o seu destino sempre será o mesmo, salvar alguém, pode ser os vampiros, as bruxas, os dois ou... Você.

- eu já não tô entendo mais nada.

- o seu destino não é matar alguém e sim salvar alguém, trazer a paz temporária para alguém, cabe a você seguir o destino e escolher quem vai salvar.

Antes que eu tivesse alguma reação, Cláudio apareceu na sala e disparou um feitiço contra o senhor do tempo, matando aos poucos, dava pra ver a vida se esvaindo pelos seus olhos, as lágrimas se formavam em meus olhos e começavam a escorrer, eu estava assustada, não esperava por aquilo.
Antes que ele morresse eu me ajoelhei aos seus pés, derramando minhas lágrimas sobre seus calçados.

- por favor, não se vá, você me ajudou, resista, eu não sabia... Não queria que isso acontecesse, por favor me perdoa. - supliquei.

- eu já sabia, lembra ? Eu disse que mais alguém viria. - foram suas últimas palavras.

- seu desgraçado - me virei de frente para Cláudio. - por que o matou, oque quer ?

- vamos embora Blair, não vou discutir com você.

- ME RESPONDA. - ordenei com ira.

- não eleve o Tom de voz para mim, eu sou seu pai e exigi respeito.

- você não é meu pai e nunca foi, você é só um homem que acha que tudo está ao seu alcance.

- Blair, já chega, vamos embora.

- não ! Eu não vou embora com você.

- tem certeza ?

- ele atirou um feitiço contra mim, aos poucos eu fui ficando tonta, tudo estava girando, pontos pretos se formavam na minha frente, então ele se tornou a escuridão.

Minha barriga sangrava, me virei para trás para dar uma última olhada, estavam todos lá, me procurando, eu sabia que ia sangrar até morrer, não queria que eles me encontrassem, corri floresta adentro, sangrava cada vez mais, aos poucos eu sentia minha força indo embora, eu morreria ali, sozinha, meu destino foi concluído, agora era só esperar, eu estava morrendo, uma grande poça de sangue se formava, meu corpo formigava, eu morri, no meio do nada sozinha.

Acordei ofegante, estava no meu quarto, mas... Estava presa nele por um feitiço, ele me trouxe de volta, o senhor do tempo não me ajudou, abandonei duas pessoas que me ajudariam, voltei a ter pesadelos, eu realmente falhei.