Capitulo 23

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Acordei na enfermaria da escola,não tinha ninguém lá, sentia muita dor no corpo mas não havia nenhum arranhão na minha pele.
Me levantei devagar e fui cambaleando até a porta, girei a maçaneta e respirei fundo.
Minhas mãos tremiam e meu coração palpitava dentro de mim.
Atravessei pé ante pé pela porta e caminhei tranquilamente até sala, estava atenta a tudo, cada barulho, a escola estava silenciosa e não tinha ninguém no corredor, oque mais me preocupava era a força mágica que eu tinha sentido desde que acordei na enfermaria.

- quem autorizou você a sair jovem ?
-olhei no mesmo instante para a direção da voz.

- ninguém, eu acordei e decidi voltar pra sala. - respondi a enfermeira alta que estava parada de frente a mim

- você ainda não está autorizada a ter aula, você desmaiou de repente em frente a escola, precisa fazer alguns exames, seu pai está a caminho pra te levar ao médico.

- meu pai !? Que pai !? - a magia se aproximava cada vez mais.

- o Cláudio, ele não é seu pai ?

Nesse instante um arrepiou circulou pelo meu corpo, minha única opção foi correr para fora da escola, atravessei a grande porta de vidro, ignorando os gritos da mulher e me afastando da escola, segui em direção ao parque, com milhares de pensamentos em mente.
agora a visão fazia sentido, a pessoa de preto, era ele, mas como ele... Meu pai, realmente não da pra confiar em ninguém.
Quanto mais eu me distanciava da escola, mais a magia se aproximava, ela estava me seguindo, seria ele !? Como me achou !?
Virei e entrei em uma estrada pelo parque da Cidade, precisava despistar a magia e seria por lá.
Olhei em volta e não tinha ninguém, a magia estava diminuindo, mas isso podia ser bom ou ruim, ou eu estava conseguindo me afastar, ou estava enfraquecendo e não conseguia sentir a magia.
Adivinhem qual era a resposta, a segunda opção.
Uma figura escura saiu dentre as árvores e me jogou no lago, não eram bruxas, elas teriam usado magia.
Levantei e corri de novo mas a figura me agarrou antes que eu conseguisse me distanciar.

- me solta, eu vou te matar. - gritei já indo iniciar o feitiço pra matar.

- cala boca, eu sou sua amiga, vim a comando do seu pai pra te ajudar. - era uma voz feminina, ela me soltou e me permitiu encarar ela.

Era uma Garota linda, aparentava ser maior que eu, tinha o cabelo loiro, usava roupas que mostravam sua sensualidade, ou seja, eu já até sabia oque era aquela garota.

- você é uma sucubus, não é !?

- uau gênio, oque me entregou? Seria as roupas ? O meu corpo ? A beleza ?

- sua cara de cu, só sucubus tem. - debochei.

- ah foda-se, quer saber, eu vou atrás das minha vítimas, seu pai que se vire pra te encontrar depois.

Ela me deu as costas e saiu andando, eu  caminhei atrás dela, eu sabia que ela não ia me deixar, meu pai mataria ela.

°•°

Foram horas de caminhada até o hotel, ela pegou o caminho mais longo e complicado pra chegar até o lugar que em 30 minutos eu chegaria.

- sério que você me fez andar tudo isso pra chegar aqui !? - falei alto, eu estava com raiva, cansada, molhada, com frio.

- se alguém te procurasse aqui, você não ia chegar tão rápido, por isso dei toda essa caminhada, era o tempo de te procurarem, esperarem e ir embora,agora entendeu fresca ?

Tomei a frente dela e fui até o meu quarto, ela veio logo atrás, entrei e tentei fechar a porta mas ela foi mais rápida e colocou o pé.
A Demonia entrou no quarto me encarando e com um sorriso irônico no rosto.
Fechei a porta, tirei meu casaco e joguei uma mecha de cabelo pra trás, o tempo que eu me espreguicei foi o tempo que ela correu pro banheiro na minha frente, eu já estava ficando com um leve Ranço dela, absolutamente tudo nela me irritava, o jeito, a cara, o fato do meu pai ter mandado ela, ela.
Eu estava cansada então decidi tirar um cochilo, me joguei na cama e fechei os olhos, esperando o sono vir, mas oque veio foi pior.

°•°


Eu estava na floresta de novo, tinha sangue nas árvores e no chão, meus pés se afundavam com meu peso, o vento frio soprava forte, o meu cabelo voa descontroladamente e eu mau conseguia abrir os olhos.

- tem alguém aqui ? Heeey !? - eu gritava, em vão, não havia retorno.

Continuei seguindo em frente, quando comecei a ouvi alguém chorar, fui na direção do choro devagar.
Tinha alguém ajoelhado na neve, próximo a dois corpos, um dos corpos dava pra ver o rosto, era de uma garota, ela era familiar pra mim, me aproximei devagar e percebi que a pessoa ajoelhada era uma menina, não dava pra ver muita coisa, mas ela tinha a unha pintada de preto e um anel, toquei em seu ombro pra oferecer apoio.

- hey, tá tud... - me choquei ao ver que o corpo era do... - MERCÚRIO

- a culpa é toda sua... - a garota era eu, o Anel no dedo dela era o meu anel, com o brasão da minha família, ela... eu, falava em meio a suspiros. - ele vinha aqui toda... ele... ele vinha aqui toda vez, e você... nunca veio.

- isso... não é real, não pode ser, eu preciso sair daqui.

Eu sai correndo sem direção, só precisava me distânciar o mais rápido possível, eu corria.
De repente eu fui atingida, era o Cláudio me aprisionando, as correntes surgiram do chão e prenderam as minhas mãos, elas começaram a descer, me puxando, quanto mais eu tentava sair, mais elas forçavam.

- foi você!!! Seu maldito, eu vou te matar Cláudio, eu juro que eu vou te matar.

- pobre Blair, pra isso você vai ter que sair, e com esse selo, eu vou ter controle total sobre a sua magia, e finalmente vou poder te matar, você sera inútil pra mim.

Ele começou a sugar a minha magia, eu me sentia cada vez mais fraca, até que eu ouvi uma voz, a voz daquela mulher das minhas visões anteriores.

- Acorda Blair, ainda da tempo de mudar...

°•°

Eu acordei assustada e sabia que precisava impedir aquilo, na mesma hora eu peguei meu casaco e sai correndo dali.

a filha das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora