a filha das trevas

capítulo 12

- mas... Por que temos que fugir ? O que está acontecendo ? - ele estava nitidamente assustado.

- escuta, quando eu usei a magia, vi um relógio com data na parede, e hoje é dia das bruxas.

- foda-se o dia das bruxas, eu não tô entendendo.

- olha, a anos atrás, uma bruxa chamada Agatha Zimmer foi pega e ia ser queimada em praça pública, mas antes de morrer, ela usou sua última oportunidade de magia pra poder lançar uma maldição, todo dia 31 de outubro, as bruxas tem a magia aumentada, elas ficam mais poderosas do que qualquer ser, a magia delas se iguala a de 100 deusas, é agora o Cláudio vai sentir a minha magia, vai me encontrar.

- olha tudo isso é muito confuso..
Você não disse uma vez que só você sentia a magia ?

- sim seu idiota, mas quando chega o dia das bruxas, quando uma bruxa usa magia, as outras com entendimento podem sentir, se eu não tivesse usado estaríamos seguros, precisamos sair daqui, corremos grande risco.

- tá agora eu compreendo, mas...

- pelo amor de Deus Mercúrio, sem enrolação. - disse já pegando a mochila e colocando nas costas.

- tá ok, o Kalus vai demorar pra chegar.

- como você sabe disso. - parei fitando os olhos dele.

- ele me disse ué, ele tem uma reunião com uns empresários.

- mas... - continuei caminhando. - como assim empresários ?

- ele tem uma empresa aqui, ele tá mantendo o disfarce, eu sei na onde é você quer ir.

- querer eu não quero, mas eu preciso.
- corremos para o portão e caminhamos pela rua em silêncio.

Em toda a caminhada eu via os olhares das pessoas, os cochichos e eu achava muita graça de tudo.

- olha... - ele apontava para um prédio enorme. É ali que ele está.

- ótimo, aposto que tem muito segurança lá. - cruzei os braços, pensativa.

- e agora ? - Mercúrio a todo momento me encarava.

- já sei. - falei quase que ne um grito. - vou usar a magia e teremos segundos pra sair da sala de reuniões.

- então precisamos ir logo.

Corremos até a entrada do prédio, havia muita gente ali, um balcão enorme com três mulheres e três homens, os recepcionista eu suponho, havia uma catraca lá também, andamos tranquilamente até a catraca e uma das recepcionistas se pôs de pé pra nós advertir.

- conlicença, meus jovens, é proibido entrar sem permissão, poderiam me dizer o motivo de sua visita ?

- sim, precisamos urgente falar com Kalus, eu sou a sobrinha dele. - Mercúrio sorria já prevendo oque estava pro vir.

- não funciona assim mocinha, primeiro preciso da autorização dele, porém ele não quer ser incomodado então por favor podem voltar pra casa e aguardar ele lá.

- caramba, ela disse isso mesmo ? - Mercúrio zombava, a mulher me fitava sem entender.

- aí que saco eu não queria usar isso tão cedo. - a mulher apertou um botão no balcão e em segundos quatro seguranças apareceram.

- conlicença, senhorita, estaremos te acompanhando até a saída. Um dos seguranças pronunciou, já me empurrando pra fora.

- desculpa. - Com um mover de mãos um pó verde apareceu e todas as pessoas começaram a dormir, as câmeras estouravam e os computadores queimavam, um a um todos ali dormiram.

- oque você fez ? - Mercúrio me perguntou.

- usei um feitiço de esquecimento e um de sono ao mesmo tempo, eles vão dormir e se esquecer.

- duas perguntas. - já corríamos para os elevadores - se você usou esse feitiço, como eu não estou dormindo, e oque vai acontecer quando todo mundo acordar ao mesmo tempo ?

- mas que saco. - o elevador subia lentamente. - eu não tenho tempo para te explicar Mercúrio.

- Blair se acalma.

- vá se foder, como você manda eu ficar calma quando tem dezenas de bruxas e bruxos atrás de mim ?! - disse ríspida.

- Blair, eu lembrei de um detalhe minúsculo. - Mercúrio falou manso para não me irritar.

- QUAL ?! - gritei pois já estava sem paciência.

- qual o andar do Kalus ?

- puta que pa...

A porta do elevador se abriu nesse mesmo instante, a primeira pessoa que vi foi um homem alto, negro e forte, tinha um cabelo cacheado e os olhos castanhos, usava um terno preto e tinha uma plaquinha de identificação escrita João.
Logo atrás estava ele, Kalus, também de terno, com uma pasta na mão esquerda conversando com uma mulher linda de cabelos escuros e pele negra, usava um vestido que realçava seu corpo incrível, tinha o cabelo Black Power, ela era majestosa, chamava a atenção de qualquer um.

- quem são vocês dois ?! - João perguntou.

- são minha sobrinha e o estudante de intercâmbio que está na minha casa, oque fazem aqui ? - Kalus perguntou.

- precisamos ir urgente, hoje é dia das bruxas e eu fiz besteira. - falei quase que num choro.

- ir pra onde ?! - a mulher, até então desconhecida, me perguntou.

- pra casa.

- tudo bem, só vamos na minha sala primeiro.

A mulher e o homem entraram no elevador e nos três fomos até a sala do Kalus.

- como você esqueceu e usou magia justo hoje ?!

- foi um acidente, não adianta você brigar comigo. - ficamos em silêncio enquanto Kalus pensava.

Mercúrio estava andando pela sala e eu sentada na poltrona, já Kalus estava parado, totalmente inerte em seus pensamentos.

- temos um problema... - Mercúrio falou olhando pra janela.

Corri até lá pra ver qual era o problema, pra nossa surpresa Cláudio chegou antes do que eu imaginava.
Estava acompanhado de três guardas e Mabel, todos pareciam humanos, até o cabelo vermelho de Mabel estava preto.

- precisamos sair daqui agora. - gritei.

- já sei, vamos para um lugar nos abrigar, porém não temos como abrir um portal lá, então vamos sair no meio da cidade dos Ferreiros, de lá caminharemos até o local. - ótima ideia Kalus

- então se apresse, eles já estam chegando. - Mercúrio alertou

- Blair preciso de sua ajuda.

- pra que ?

- só segura minha mão.

- pra que ?

- faz oque ele está falando Blair, eles já entraram no prédio.

Segurei a mão de Kalus e um vento gelado percorreu o ambiente.

- feche os olhos Blair. - Kalus gritou.

O vento se intensificou, dava pra ouvir o barulho dos papéis voando pela sala, me concentrei em tudo ao meu redor, dava pra ouvir a respiração dos dois, dava pra... SENTIR ELES, Eu consegui, agora eu entendo, se me concentrar sei controlar essa capacidade de sentir a magia, eu consigo sentir a magia deles.

- Chegamos.