capítulo 13

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Eu dei uma olhadinha em volta, estávamos no meio do nada, só havia árvores e escuridão.

- mas que merda é essa ? - Mercúrio perguntou bravo. - tá de sacanagem, você disse que ia nos tirar de lá e agora estamos no meio do nada.

- fica quieto, você não sabe esperar e já vem gritar. - Kalus retrucou.

- e onde estamos ? - Mercúrio perguntou. - no meio do nada, olha em volta, que merda não tem nada em volta, eu te avisei pra não confiar nele.

- Mercúrio. - comecei calma. - nos não estamos no meio do nada, nós estamos próximos a escola de magia, ela tem uma proteção e fica escondia, só bruxos e seres com autorização conseguem chegar aqui, a barreira mágica que protege a escola impede que ela seja localizada por outros seres, por isso, mesmo que você tivesse morado no mundo sobrenatural desde infância, nunca teria encontrado esse lugar, a barreira que a protege também impede que bruxos consigam entrar diretamente lá, ele nos coloca no caminha da lua, uma estrada que só se ilumina de madrugada, assim chegamos lá.

- entendi, mas não vou me desculpar com um bruxo.

- não faço questão de um pedido de desculpa vindo de um vampiro imundo.

- isso não é hora, vamos ter que ficar aqui até que se escureça pro caminho se iluminar.

- vocês não conseguem decorar o caminho ?

- não é assim que funciona. - Kalus respondeu antes de mim. - a escola sempre muda de localização, com isso, o caminho da lua também muda, para que consigam abrir um portal ou se teletransportar pra cá, é preciso ter estado aqui alguma vez na vida, mas isso não se refere a bruxas, elas precisam só pensar na escola e pronto, por isso que a Blair disse que somente Bruxas e é aí que se encaixa as pessoas com autorização.

- valeu professor.

Me afastei dali antes que os dois me tirassem do sério, precisava pensar um pouco, eu está a com a cabeça a milhão com tudo aquilo, como ia ser depois de tudo isso ? Eu só quero que acabe logo para que eu possa ir embora com meus país.
Olhei para o céu e vi que estava começando a escurecer, com isso, as primeiras pedras da lua se iluminavam, Kalus foi na frente e eu caminhava lentamente atrás ao lado do Mercúrio.

- tá tudo bem ? - ele quebrou o silêncio. - você anda meio distante desse que decidiu fugir da casa.

- tudo sim, eu apenas estou com medo, eu não sei oque vai acontecer, e isso me assusta.

- é normal sentir esse medo Blair, estamos prestes a lutar contra alguém e tudo isso vai ser horrível, mas vai passar, sabe, eu nunca te contei, mas eu vivia no mundo humano porque minha mãe foi assassinada, meu pai temia que eu fosse o próximo e me mandou para um lar temporário com humanos que tiveram as memórias alteradas, por um tempo eu sofri, só queria voltar pra cá, eu presenciei alguns Marcos importantes na história, eu acompanhei a evolução humana Blair, você também acompanhará uma evolução, a sua, e a de todos os envolvidos nessa batalha.

- é aí que está o problema Mercúrio, essa batalha que me assusta, algo me diz que muitas coisas ruins vão acontecer.

- Chegamos. - Kalus que até então acompanhava tudo em silêncio se manifestou.

A escola era linda, havia uma estufa logo de cara bem visível, de ambos os lados haviam dois castelos pequenos ( comparado ao central ) esse eram os dormitórios femininos e masculinos, no centro havia um castelo gigantesco, lindo e moderno, mais parecia uma mansão, o jardim era todo colorido e tinha várias espécies de animais, logo a nossa esquerda havia unicórnios lindos e voando pelo céu haviam dragões.

- como assim nessa escola vocês tem dragões, estão doidos ? - Mercúrio aparentava estar tenso.

- são dragões reluzentes, eles foram criados de modos nem tanto convencionais, são feitos por magia, por isso eles são extremamente dóceis, para ser diferenciado dos dragões normais, eles tem um símbolo no peito, só a escola de magia tem esses dragões, não são fáceis de fazer, um erro e você pode criar um problemão, por isso é contra as leis mágicas criar um dragão. - expliquei.

- olha, pra quem não quis entrar nessa escola, você aprendeu bastante Blair Wichester, da linhagem dos bruxos mais poderosos.

Me virei para ver quem havia dito tais palavras, o diretor da escola estava lá, era um homem alto, usava roupas antigas, tinha a pele branca e os cabelos roxos, no mundo sobrenatural é comum as cores variadas de cabelo.

- óbvio que eu não quis entrar, olha pra essa escola, não é coisa...

- pra uma adolescente destinada a coisas maiores como você. - ele falou em um tom irônico que me incomodou. - eu lembro das suas palavras.

- isso foi só uma desculpa na época, eu odeio esse lugar, cheio de bruxas egocêntricas e bruxos mimados.

- que bruxo não é assim ? - Mercúrio falou em tom irônico.

- nós, a escola não se aliou ao Cláudio, a guerra dele não é nossa guerra, e não precisa ser a sua Blair, lute pelo que ache certo.

- já chega pai.

- Pai !? - Mercúrio e eu falamos em uníssono.

- sim, ele é meu pai, San de River, e aquela vindo ali. - ele apontou para uma mulher vindo na nossa direção muito familiar. - é minha meia irmã e professora aqui, Pietra Price.

- Boa noite... Oque você está fazendo aqui Blair ?

- ué tá devendo ? Por que não posso estar aqui ? - confrontei ela.

- você pode, só não esperava te ver aqui.

- Vamos entrar.

Os três foram na frente e novamente eu fiquei atrás caminhando devagar com Mercúrio.

- estou com uma sensação estranha, eles estão escondendo alguma coisa de mim.

- e te conhecendo você não vai deixar quieto até descobrir.

- olha, as Bruxas carregam um segredo em relação a mim, e eu sei disso e não vou ficar quieta até descobri qual é o segredo.

Adentramos na escola e fomos guiados até uma sala escondida, dentro dessa sala havia uma espécie de quarto de casal.

- esse quarto era meu e de minha esposa, desde o falecimento dela eu não uso mais ele, não consigo, você pode dividir o quarto com ele, eu só pessoa que vocês dois fiquem escondidos aqui, os alunos não podem saber que vocês estão aqui.

Como já era de madrugada, eles saíram e deixaram eu e o Mercúrio no quarto, eu me tirei a roupa e coloquei uma camiseta larga, ficando apenas de calcinha e camisa, o Mercúrio apenas tirou o sapato, deitei na cama e o Mercúrio foi para o sofá.

- você pode deitar aqui se quiser, não tem problema. - convidei.

- Blair, eu estive pensando, todo esse tempo que passamos juntos só fez fortalecer oque eu sinto por você, eu não quero te assustar ou te pressionar a nada, só queria dizer. - ele levantou e se deitou ao meu lado, me encarando.

- Mercúrio, eu andei pensando também sabe, eu acho que eu também gosto de você, eu me preocupo om você, mas eu não tô com cabeça pra isso ainda, talvez mais pra frente nos possamos resolver isso, por enquanto eu quero focar em outra coisa.

- eu te entendo, você tem que focar na Batalha, eu só espero que sua decisão não prejudique nos dois.

- e não vai, o Cláudio me forçou a aceitar oque ele queria pra mim, eu não acho que obedecer ele será a melhor decisão, por isso eu decide te ajudar, só preciso de ajuda.

Mercúrio se aproximou lentamente com os olhos fixos no meu e me beijou, aquele beijo que me tirava do chão, me fazia esquecer tudo que eu pensava, eu adorava aquele beijo, e possivelmente queria que ele fosse meu pra sempre.

a filha das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora