▪︎ 12: Volta, Me Abraça

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Sérgio Guizé.

Acordei no meio da noite com o uivo do vento e janelas tremendo suavemente, sem contar a silhueta macabra de algumas árvores que invadiam meu quarto e tornavam o local cenário de um filme de terror. O sono havia ido embora para não voltar... Eu deveria arrumar alguma coisa para fazer até que o cansaço me tomasse por completo.
Paolla odiava tempestades e, automaticamente, lembrei dela. Sabia que ela deveria estar na sala, tentando dormir no sofá completamente assombrada e eu jamais me perdoaria se a deixasse lá.
Me levantei de imediato, uma vez já desperto, e fui em passos rápidos até a sala pelos corredores que eram iluminados em flashes pelos raios ameaçadores.

E por correr no escuro, não tinha direção e muito menos uma visão do que estava bem acontecendo. Só soube quando senti o cheiro específico de Paolla tomar meu nariz e nossos corpos se esbarrarem por tabela. Antes que ela pudesse soltar qualquer grito, a deixei contra a parede, colocando o dedo indicador em seus lábios, como se pedisse silêncio e apontei para cima, falando sem as palavras que Bianca dormia no andar superior.
A olhei no profundo dos seus olhos castanhos grandes, as pupilas dilatadas indicavam o que o coração gostaria de gritar e eu apostava que estava da mesma forma. Coloquei uma das minhas mãos na lateral do seu rosto, meu polegar acariciando levemente seu rosto, enquanto ela fechava os olhos e deitava a cabeça para a direção do carinho. Sentindo segurança no afago.
Aproximei meu rosto do dela, fechando meus olhos lentamente. Colei nossas testas, nossos narizes e bocas se roçando levemente.
Seu braços me envolveram pela cintura e me trouxeram para perto, de modo que nossos corpos se encontravam, dando um abraço de ferro em mim.

— Nenhum tempo é preciso pra que eu perceba que te amo, garota. Um dia, dez anos, uma vida. É você, sempre vai ser, o que eu posso fazer? — Perguntei, deixando um beijo no canto de sua boca.

— Me desculpa, mesmo. Pensei que, com a ideia de que você seria pai mudaria toda a sua perspectiva e que você escolheria a Bianca. — Ela sussurrou contra os meus lábios, uma pequena lágrima desceu bochecha abaixo e fungou.

Meu polegar interceptou a pequena gota no caminho. Ergui meu rosto e deixei um selinho na ponta do seu nariz.

— Eu não tenho problemas em criar esse filho com você, aposto que seria uma madrasta exemplar... Faremos tudo juntos, o que ele quisesse e o que você também. Existem tantas crianças que já nascem de pais separados, qual o motivo que te fez pensar que eu seria capaz de te abandonar? Te amo mais do que me amo! — Disse de volta, num tom doce.

A resposta de Paolla foi um beijo voraz, uma forma curiosa de dizer que me amava também. Mas, já estava acostumado com esse comportamento de impulsos dela. O que me deixou ainda mais atraído, não haviam dúvidas! Nossas bocas tinham uma sintonia só delas, enquanto as línguas dançavam dentro. Minhas mãos apertavam seu rosto à medida que o beijo ficava intenso e foram as mesmas que nos separaram quando perdemos o ar. E então, voltamos ao beijo, sem muitas palavras e cerimônias.
Estávamos sedentos e isso não era dúvida alguma, eu queria tanto ela e ela me queria tanto que era um verdadeiro alívio fazer isso.
Peguei Paolla pelo pulso após nos separarmos desse beijo tão necessário e corremos até meu quarto, onde, tão pouco, nossas roupas saíram voando e tomaram rumos que não eram da nossa conta em qualquer sentido.
Uma vez nus, tudo podia ser possível naquela noite tão diferente.

Coloquei ela de costas para mim numa bancada baixa, ela apoiada na mesma e abaixada, de modo que sua bunda ficava empinada e de fácil acesso para mim. Passei a ponta dos meus dedos por toda a extensão delicada de suas costas, sentindo cada músculo e ossinho e percebendo seus tremores como reação aos meus toques.
Essa mão a passeio desceu pela sua cintura e ficou em sua coxa, onde ela subiu e tateando, encontrei com sucesso sua parte mais sensível. Me encaixei por trás, onde podia roçar nela e manter uma provocação injusta onde Paolla podia sentir e ser estimulada.
Comecei uma massagem lenta, mas que ia aumentando gradativamente. Seus suspiros e sussurros eram como música para os meus ouvidos e me deixavam cada vez mais excitado. Ao perceber suas pernas trêmulas e seu princípio de "ápice", parei. Ela soltou um suspiro insatisfeito, mas o que havia acabado dava espaço para coisa melhor.
Dei mais espaço para suas pernas e me ajeitei, de forma que eu poderia me conectar calmamente à ela, de corpo e alma. Paolla soltou um gemido manhoso quando entrei por inteiro, enquanto eu revirava os olhos ao sentir a onda de prazer insana me tomando.
Comecei movimentos de ida e volta, minhas mãos em sua cintura ajudavam na movimentação e a traziam cada vez mais para mim, indo fundo. Vez ou outra, eu desferia tapas estalados e altos na bunda dela, sem contar os palavrões que me eram soltados.
De forma inesperada, Paolla rebolou em meu membro, me fazendo sentir um espasmo tão gostoso que pensei que iria chegar lá mesmo.

— Porra, Paolla... — Murmurei.

Ao ouvir seu nome sair da minha boca, a própria olhou para mim por cima do ombro. Mordia o lábio inferior com um sorriso dissimulado, me trazendo a morte completa. Enquanto me olhava com tremenda luxúria, acabou escapando um gemido, quase revirando também seus olhos. A sua expressão aos meus movimentos só me dera mais estímulo, como jogar querosene no fogo.
As estocadas iam aumentando, nossos corpos emitiam estalos, e ela ia se apertando em volta do meu membro, até que ela — e eu também — chegássemos juntos ao clímax.
Quando ocorreu, ela se ajeitou — suas costas até estalaram — e ela se virou sem jeito até e pegou as roupas, assim como eu o fiz para recolocar meus pijamas. Infelizmente, ela não planejava passar a noite no mesmo quarto que eu. Iria voltar para o medo da sala. Segurei-a pelo pulso e impedi que ela pensasse em ir.

— Volta, me abraça. — Pedi com tato, talvez até certa carência.

A morena se aconchegou em meus braços e escondeu seu rosto em meu pescoço.

— Me diz que nunca mais vai me deixar? — Sussurrou Paolla, rouca pelo motivo óbvio.

— Prometo não te magoar, nunca mais. Vamos passar por isso juntos.

Medo BoboOnde histórias criam vida. Descubra agora