VIII Meu Encontro com o rei anão

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Meu mestre sempre falava que a água era o elemento dos deuses que menos se tinha o controle, ele falava da calmaria dos rios, mas também falava sobre a força dos oceanos, ele dizia que nas mãos erradas a água era tempestuosa e brutal uma arma com poder destrutível quase infinito.

Ao lutar contra esse cara eu tinha percebido que meu mestre estava certo, nunca imaginei que lutaria boxe contra um punho de agua, os golpes nem eram fortes, porem a sensação que deixava era de extremo cansaço.

A batalha tinha sido dura, tanto pro anão quanto pra mim, a exaustão tomava conta do meu corpo, eu sentia meus músculos rasgados, nunca antes tinha precisado usar tanta magia por dois dias seguidos, nem mesmo quando treinava, muito menos nas lutas contra meu antigo amigo.

Mesmo com o esforço e a insistência dos outros eu continuei deitado no chão tentando recuperar o fôlego, a nova magia era extremamente poderosa, porem consumia muita energia e concentração, eu precisava bolar algo pra ela. Eu sentia minha mana crescer cada vez mais conforme eu batalhava, se continuasse assim eu acho que voltaria como era antes, em poucos dias, talvez até melhorasse.

Me pergunto se meu mestre estaria feliz com esse crescimento.

O barco pouco tinha sofrido com os açoites dos chicotes, assim como os tripulantes que tinham sido presos em uma espécie de esfera de água, o lado bom é que alguns peixes haviam pulado no barco, pelo menos era bom pra quem gostava de peixe, o que não era meu caso.

Depois de recuperar o fôlego e o pânico passar, os tripulantes nos saudaram com vivas, foi legal ser reconhecido, mesmo eu mal conseguindo fica de pé.

A viagem continuou e com ela o anoitecer, meus músculos não ardiam mais, conseguir me levantar me arrastando parando de frente ao corpo do anão que estava roncando, sinceramente eu não sabia de onde esse cara tirava tanto sono assim. Alguns tripulantes estavam por ali espalhados em sacos de dormi improvisados já que a parte de baixo ficou molhado.

Me aproximo do capitão.
- Quanto tempo até chegar?

- Se não tiver mais nenhum contratempo só mais algumas horas, mais uma vez agradeço. – O capitão do navio era o único que tinha alguns ferimentos no rosto.

- Esquece isso, meu senhor.

Ele acena e volto a deitar no batente da escada que dá aceso ao capitão, e fecho os olhos, não demora até o nada me encontrar.

Não sei quanto tempo passou desde que eu comecei a dormi, só sei que não foi tempo suficiente para me recuperar nem fisicamente nem mentalmente, parece que dormi só serviu para me deixar ainda mais cansado, felizmente eu não sonhei com nada dessa vez.

Abro meus olhos e vejo que a luz da manhã está começando a aparecer, com um sol tímido entre as nuvens, me sento encostado na mureta do barco e vejo que alguns homens e mulheres se preparam para desembarcar, com dificuldade levanto e olho ao redor diferente da outra cidade essa era bem mais limpa e organizada, até as pessoas se vestiam melhores, o lugar tinha algumas entalações que eu presumia ser dos comerciantes do barco.

Seu porto também era maior e tinha mais barcos, era perceptível que aquele lugar se tratava de uma rota de comércio, quase todos os barcos ali se preparavam para zarpa.

- Acordou bem na hora elfo chegamos a Skelton - o anão fala com ar de orgulho na voz.
- O que tem de mais aqui?
- Bah, primeiro que aqui estamos muito longe da jurisdição de Stomalack, segundo aqui é o segundo maior porto chefiado por Hammer-Tow, estou praticamente no meu quintal.

Tá explicado por que tanto orgulho, obras enânicas não eram comuns de onde eu vinha e era muito raro ver um anão na grande floresta, então o que eu sabia sobres os anões estavam nos livros, mesmo o preconceito entre elfo e anão sendo menor ele ainda existia. Na realidade os elfos pouco se misturava com os outros povos, e os que se misturavam eram separados, ou banidos, não me entenda mal não que tenhamos algo contra, só gostamos de ficar na nossa.

As Crônicas de Olímpia - AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora