XVII Fugitivos

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ITZ


A batalha estava quase vencida o capitão dos guardas era fácil e o elfo levou fácil o outro soldado, mas então bum, uma flecha no ombro e um chute no peito. E bem que eu queria ficar deitado com as vassouras mas eu não podia deixar o elfo com toda a glória.

Pra nossa sorte os soldados estavam mais preocupados em assistir o elfo sofrer nas mãos do Brutos do que ir ver se eu estava vivo e isso me deu vantagem com uma das vassouras atravessei o corpo do líder.

Nem vi se ele tinha morrido logo cheguei pulando no pescoço do Brutus impedindo que ele atacasse o mago.

- Ahhhh, sai sua pulga - ele grita mais continuo forçando a lâmina no seu pescoço.

O sangue já escorria mais nada do Brutos parar de tenta revida.

Minha força não se comparava com a do Brutos, ele consegue me tirar de seu pescoço, eu sigo tentando uma abertura pra corta suas pernas.

- Fica quieto inseto para mim te esmaga.

Continuo dançando com a espada na mão procurando uma abertura, embora fosse forte sua velocidade não era tão grande, então eu atacava mais do que ele, que defendia com as correntes em seus braços, o tilintar dos metais se chocando era o único som no barco.

Enquanto eu tentava acertar com a espada ele tentava acertar com os punhos, pra quem assistia devia ser um show interessante, já pra mim a história era outra, meus braços já começavam a se cansar, a espada pesando e a dança continua.

- Ahhhh.

Vejo o sangue pular de seus punhos, sendo que eu não tinha feito nada, o que significava que o elfo tinha voltado para luta, eu só não sabia o que ele tinha feito.

Mesmo assim minha luta pessoal com o Brutos seguiu, eu conseguia ver o mago acertando os guardas que sobraram, agora só tinha o grandão, e eu precisava acabar com aquilo logo, usar a fúria por mais tempo me deixaria exausto.

O grandao me deu a abertura que eu queria, o elfo atacou com uma bola de fogo acertando as costas do Brutos, o fazendo colocar a mão nas costas para tentar apagar, peguei um impulso usando a lateral do barco.

Cai fincando a espada no peito do Brutos, ficando pendurado, eu devia esta parecendo um boneco balançando. O elfo joga mais uma bola de fogo no grandão, que tenta se debater para apagar o fogo que só aumentava ficando cada vez mais insuportável.

O homem tenta se levantar e pular na água porém o mago o impede.

- Não adianta - o elfo fala fechando os punhos,

A chama parecia ter virado uma mão, assumindo uma tonalidade roxa, o Brutos agonizava, parecia esta preso ao chão. Reparo bem o elfo e vejo que seu nariz tinha começado a sangrar, e não tinha sido um ferimento causado pelos guardas.

- Vamos anão, termina logo – sua voz era de puro ódio.

Eu suspiro levantando a espada, sinto a fúria crescer, e com um movimento rápido com a mão arranco a cabeça do Brutos, fazendo seu corpo dá alguns espasmos e parar de se mover. Dessa vez o elfo tinha deixado o fogo consumi o corpo do Brutos, criando uma grande fogueira.

O elfo se encosta na murada do barco e fica assistindo a cena, seu olhar era de felicidade, seu nariz tinha parado de sangrar. Aos poucos os outros passageiros voltam olhando a cena espantados, alguns nos olhavam com medo, já outros nos olhavam com ódio. Já o capitão nos olhava com incredulidade, como se achasse incrível como dois mendigos tivessem força para matar aquilo.

- Eu defendi vocês antes, mas vocês pagam assim? Tacando fogo no meu barco? - ele fala olhando em volta, parecia esta encenando – vocês terão que sair agora do meu barco. Tem muitos membros de Stomalack aqui.

Ele diz esse final baixo para que apenas eu e o elfo ouvisse. Eu entendia, ele não poderia se arriscar nos defendendo.

Pego no braço do elfo, ao mesmo tempo que os passageiros gritam e nos insultam, alguns jogam coisas na gente. Tento arrastar o elfo, mas seus olhos estavam vazios, mirando os passageiros, seu cajado criava uma bola arroxeada.

Era a primeira vez que o via assim, a bola crescia eu ficava hipnotizado enquanto a bola ganhava vida e girava, ficando cada vez mais escura.

- IGNUS - O fogo em suas mãos mudava de vermelho alaranjado para um roxo quase preto.

Agora o ódio não estava mais só em seus olhos, ele emanava pelo corpo, até eu fiquei assustado com aquilo, era uma sensação de dor, ódio e morte. Eu precisei me força para não sucumbir ao medo.

- Chega elfo, vamos.

Não espero resposta apenas o arrastei, todos os passageiros agora se sentavam amedrontados, eu sabia que aquilo ia ficar feio então joguei o elfo com tudo pra fora do barco, pulando logo atrás.

Caímos na água gelada do oceano, no escuro era difícil ver qualquer coisa, não demorou muito e o elfo submerge cuspindo água, a sensação de ódio tinha se evaporado.

- Eu não sei o que deu em mim, eu ia mesmo fazer aquilo? – Ele fala, sua voz carregada de arrependimento.

Ele falava mais pra si mesmo do que pra mim.

- Eu não sei, mas não pensa nisso, aquelas pessoas não eram boas – tento amenizar as coisas.

- Não foi só os guardas, tinham mais pessoas la – ele fala.

Nadamos ate sentir terra, saímos da água ainda em silêncio, o elfo parecia perdido em seus pensamentos.

- Vamos montar acampamento aqui, pode dormi eu fico com esse turno – falo sentando de baixo de uma árvore.

Ele concorda arranquei um pedaço de galho ele acendeu uma chama e virou pro lado. Eu não conseguiria dormi mesmo que eu quisesse, a visão das chamas roxa não saia da minha cabeça, aquela sensação de ódio e medo, as pessoas se ajoelhando com medo.

Olho para ele sem saber se dormia ou não e vejo uma mexa de seu cabelo assumindo a tonalidade branca, cabelo esse que era todo preto. Suspirei espero que o que as lendas dizem não fosse verdade.

As Crônicas de Olímpia - AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora