II Novas Amizade

45 14 66
                                    

Mark

Ri é algo muito bom principalmente a caminho da morte certa.

Esse cara já estava enchendo o saco, além de ser morto ainda tinha que ouvir esse discurso que só servia para engana esse povo burro e esquecido. Eu devia sentir raiva desse povo, mas eu estava era com pena, o império tinha esquecido daquele lugar, ali só servia para ser desova.

Enquanto o pequeno homem segurava meu pescoço lembranças do passado veio na minha mente, com um movimento rápido e sem previa preparação acertei uma cabeçada no nariz do homem, e toda a raiva que eu sentia quando fui enganado foi substituído por alegria.

O homem caia de bunda no chão manchando a fina neve de vermelho, velo bufar e choramingar no chão me fazia rir mais ainda, eu devia está parecendo um louco. Não demorou muito e os guardas vinham ao auxílio do falador, logo eu estava sendo arrastado pelos cabelos e tomando alguns socos.

Apesar da dor aquela tinha sido uma das melhores coisas que tinha me acontecido nas últimas semanas.

Minha testa pingava um pouco do sangue do homem, o que estava manchando o trapo que dão para os prisioneiros.

Acho que meu mestre diria que aquele tinha sido um bom golpe para quem estava prestes a morrer, sou empurrado de joelhos fechando os olhos e esperando o golpe.

O golpe não veio, só sinto meu corpo ser solto na neve, ou melhor, uma pequena poça de água. De repente o ar esquentou, abro meus olhos e vejo a multidão correndo de um lado para o outro em pânico, a maioria caindo de cara no chão, quando penso em correr sou arrastado por pequenas mãos fortes, e mais uma vez vou ao chão rolando escada a baixo com um anão que pesava muito pro tamanho que tinha, porém pelo menos estava longe do dragão e da morte certa.

- Vamos fugir enquanto o caos rola lá fora, essa é nossa chance de sai daqui – o anão fala

- Claro anão e por algum acaso você sabe sai daqui? Ou seu plano é sai rolando por todas as escadas que encontrar?

Eu sei estava sendo chato, mas os últimos dias foi complicado e eu tinha acabado de sai de uma morte certa. Mas esse cara parecia ser alguém debochado então eu também seria. 

- Olha cara um obrigado seria bem-vindo, e sim todas as masmorras são construídas da mesma forma, todas tem uma saída subterrânea agora vem.

Eu tinha esquecido que os anões eram aliados de Stomalak até pouco tempo atrás. Apesar de não terem nenhum tipo de negocio com os elfos, os anões não eram tão estranhos para o meu povo, muitos dos elfos mercadores ou viajantes tinham deixado relatos sobre os pequenos. Até eu já tinha me encontrado com alguns, quando sair em missão com meu mestre.

Esse tinha pouco mais que um metro e meio, seus cabelos eram cor de ferrugem, assim como sua barba que era dois dedos abaixo do queixo, no seu braço esquerdo havia uma tatuagem, que com a pouca luz do lugar era impossível distinguir o que era, eu diria que esse anão ou era um lutador ou um ferreiro, já que seus braços apesar de serem curtos, eram bem musculosos.  

- Melhor procurar algo pra arrancar essas amarras – falo mostrando as mãos.

Esperei uma resposta bem debochada mas se ele ia falar algo desistiu. Eu me adentrei mais na estalagem, procurando uma faca, ou uma garrafa para cortar aquilo. Estava tão distraído que nem percebi quando dois guardas entraram correndo.

- Ora olha só isso recruta, dois presentes pra gente, talvez sejamos recompensado matando eles o que acha? - O guarda parecia se de uma classe bem baixa e pouco estudado, o sotaque na voz não deixava dúvidas de que ele não era da cidade.

Não tivemos muito tempo para conversar.

O tal do recruta veio em minha direção um pouco mais cauteloso que o amigo, que foi correndo tentando acertar o anão de qualquer jeito. Pelo menos esse magrelo estava desarmado. Concentrei-me nele, que apesar de ser um recruta, lutava bem, ou talvez eu só estivesse com dificuldade porque apenas meu pé tinha mobilidade. 

Eu já vinha sentindo minha magia voltando desde a carroça, talvez o ritual que fizeram comigo só fosse uma contra medida para que eu não fizesse merda, até chegar naquela vila. A diferença era que na carroça eu não poderia fazer nada , aqui a historia poderia ser diferente, eu só precisava de uma pequena abertura. 

Com o canto do olho eu vejo o anão caindo, e o brutamontes rindo, fiz a mesma coisa que tinha feito com o falador acertando e acerto em cheio o rosto do recruta, que caiu no chão estrebuchando de dor. Espantando a tontura virei e coloquei as duas palmas no chão, rezando mentalmente para que aquilo funcionasse, que aquilo que eu estava sentindo fosse realmente minha magia voltando. 

- SCUGA CONTROLL – falei baixo.

Senti um formigar na mão o que significava que minha magia havia realmente retornado. Logo uma sombra saia dos meu dedos, e avançava em direção do brutamontes que tinha sido derrubado. Mesmo ainda tonto, eu sentia a pressão do meu feitiço sobre o corpo dele, que tentava se contorce sem muito sucesso. 

- Que droga PORRA, que bruxaria você fez comigo anão? - O brutamontes berra ainda estendido no chão. 

- Vai anão acaba com isso - falo entre dentes.

Vejo o recruta se recuperar do golpe, ao mesmo tempo em que sinto o controle do feitiço escapar dos meus dedos, minha magia ainda estava instável e fraca. Felizmente o anão foi rápido  e pisou no saco do brutamonte que deu um grito e e desmaiou de dor. 

Antes que eu tivesse tempo de ficar feliz sinto uma pancada na bochecha e deslizo pelo chão. Sinto o gosto do sangue, o magrela tinha se recuperado rápido de mais, ainda tonto pelo esforço vejo o anão atravessar o recruta com uma espada, o corpo do garoto caiu já sem vida no chão. O brutamonte também tinha um rasgo atravessando seu peito, de alguma forma tínhamos saído vivos daquela luta.

- Vamos cara, levanta pode ter mais deles – sou ajudado a levantar ainda tonto.

Me levanto e o anão usa a espada para cortar minhas amarras.

Olhamos os corpos dos dois, procurando algo que pudesse nos ajudar, a única coisa que achamos é uma faca, pequena que talvez servisse para corta pão.

- Bom, sou Mark – digo estendendo a mão.

- Eu sou Itz.

Nos cumprimentamos, e corremos pelo corredor que o brutamonte e o recruta tinham vindo. O corredor estava mal iluminado, so tinha algumas tochas empoeiradas. Enquanto corríamos parecia que apostávamos corrida com alguns ratos e baratas, o cheiro forte de urina dificultando nossa corrida.  

Tinha sido apenas uma batalha contra dois guardas mas, pelo nosso estado você poderia dizer que havíamos acabado de lutar contra uns dez inimigos. Minha bochecha sangrava e minha respiração ainda estava descontrolada, sentir essa excitação mágica mais uma vez era incrível, era exatamente como da primeira vez. Já o anão segurava as costelas e fazia careta sempre que seu rosto era iluminado.

Apesar de eu ainda não confiar nele, no momento ele era a única pessoa que estava tão fodida quanto eu, então por enquanto seriamos aliados e formaríamos esse estranho "grupo".

As Crônicas de Olímpia - AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora