X Uma escolha

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MARK

Eu sabia que a missão ia ser complicada, mas nunca imaginei que íamos enfrentar um monge, e um dos bons sua força era alta tanto com os punhos como com os pés, para piorar tinha uma defesa bem sólida, conseguia se defende e ataca em uma velocidade incrível, mesmo estando em dois estávamos com dificuldade até para se defender.

Eu não sabia o porquê dele está assim, pelo que li os monges eram sábios que viviam nos monastérios, perto da costa, nas antigas montanhas flutuantes.

Enquanto o anão procurava brechas em suas defesas eu ficava de longe preparando nossa defesa, e pensando em um contra-ataque.

O anão era jogado para longe com um impacto, que quebrou a armadura improvisada, antes que o monge tentasse algo, eu lanço mais duas esferas, chamando sua atenção. O golpe só o fez recuar, a bola de gelo estoura no chão, espalhando pequenos estilhaços inofensivos. Eu precisaria economizar energia, mas se antes estava difícil agora tinha piorado, o anão tinha desmaiado e eu não era bom no corpo a corpo.  Cada segundo que passava ele ficava mais forte e eu mais cansado e sem mana, precisaria de uma estratégia. 

Jogo mais duas esferas de gelo, na primeira ele desvia pulando para traz porém a segunda acerta um de seus punhos congelando até acima de seu antebraço. Aproveitando essa brecha, coloco meu cajado na minha frente e concentro minhas energias invocando uma lâmina e quase a segunda, aponto o cajado para frente lançando uma das lâminas mirando o lado congelado do monge.
Segundos antes de acertar seu lado desprotegido, ele levanta o braço congelado se defendendo, aproveitando o gelo em sua mão para bloquear a lamina, e se desvencilhando do gelo ao mesmo tempo, pra não dizer que nada mudou o impacto empurrou ele pra traz e seu braço antes congelado agora estava ferido.

- Forte seu ataque mago, mais só serviu pra quebrar o gelo no meu braço - ele levanta o braço mostrando o gelo quebrando.
- Grrrr. Cala a boca.

Ele vem correndo com os punhos exalando chi, tentei pará-lo com as sombras, mais ele foi mais rápido e pulou parando atrás de mim, antes que eu pudesse pensar em me defender seu punho me acerta em cheio no rosto, me jogando longe. Assim que meu corpo saiu do chão, baixei a mão do cajado, enquanto meu corpo se chocava com um tronco vi o homem cair de joelho. 

Me levantei cuspindo sangue, o olhar do homem para mim era de ódio e surpresa, ele segurava o ombro tentando desesperadamente para o sangue que teimava em escorrer. Fincado no seu ombro uma pequena lamina translucida, banhada em sangue, meu plano apesar de tudo tinha dado certo. 

- Como ?...

- Simples, eu invoquei duas lâminas, uma eu joguei em você, uma espécie de ataque desesperado, uma distração, já a outra mantive flutuando enquanto esperava você baixar a guarda - fiquei a poucos passos dele - eu sabia que não teria chance em uma luta corpo a corpo e minha magia não é rápida o suficiente. A principio ia te prender com as sombras, mas você foi rápido e escapou, mas ainda assim você parou abaixo da lamina, ignorando completamente sua existência. 

Me curei enquanto falava com ele, já me concentrando para mais uma magia final. 

- Meu azar foi você conseguir acertar meu rosto, isso não estava nos planos, mas agora seu braço estar em desuso, mesmo que tente lutar com apenas 1 braço, isso pode causar a amputação do outro. 

O monge se levanta seu braço pendurado sendo segurando apenas pela própria lâmina, meu cajado ainda em punho, daquela distancia era impossível errar. A lamina serrilhada brilhava com os pequenos raios de sol que entrava pelas folhas. 

 A expressão do monge era de quem não desistiria tão fácil.

- Chega acabou devolva o que foi roubado – falo tentando não matá-lo.
- Ah você não entende garoto, eu vou lutar até a morte se for preciso – ele falou isso olhando para os lados, não com medo de outros virem, mas como se tivesse escondendo algo.
- Você não consegue se movimentar sem que corra o risco do braço ser amputado – falo depositando mais mana na ponta do cajado, que agora já tinha um leve brilho. 
- Então me mata elfo – ele grita.
- NAOOOO PAPAIII – um grito de uma garotinha faz o homem arregala os olhos. 
- Filha eu mandei você se esconder - o Homem tinha lagrimas nos olhos.
- Moço por favor não mata meu pai – ela me pediu se acabando em lágrimas.

Eu fiquei em choque, não sabia o que fazer, ao meu lado o anão se mexia, na minha frente a menininha escondia o pai atrás de si, abrindo os braços.

- Olha eu não posso deixar você sair com o que roubou podemos fazer um trato – precisava pensa rápido.

O anão já se mexia, se ele acordasse não pensaria duas vezes e mataria o homem.

- Eu não faço tratos com quem tenta me matar – ele cuspia sangue agora.
- Olha faça pela criança, o trato e o seguinte eu do 500 mocadins pra você ir embora, mas devolve o que foi roubado, e pensa rápido o anão tá se levantando e ele vai querer te mata e sua filha vai ficar sem pai – tento ser o mais convincente possível.
- Pai por favor - a garota tinha parado de chorar.
- Olha aqui seu mago eu não estou concordando com isso mas e se eu concordar porque você tá me dando dinheiro? Qual a diferença desse dinheiro para o que eu peguei? – ele parecia mais calmo.
- Bom minha missão é levar o que foi roubado de volta, eu posso fazer isso e ainda te deixa vivo, sua filha precisa de você, e esse dinheiro que eu to dando é meu próprio, essa é a diferença - eu não estava mentindo matar esse homem não era o meu foco e eu não poderia deixa outra criança sem pai.
- Primeiro vocês me tiram do meu cargo no monastério e me humilham e agora quer um acordo? Porque devo acreditar na sua laia?
- Do que você tá falando ? – pergunto sem entender.
- Lógico que não sabe que novidade, vocês aventureiros só querem sabe da glória, não querem sabe das histórias do povo, é simples moleque eles usaram o que poderiam de mim e quando eu resolvi ter opinião, eles colocaram minha família no meio. – mesmo se segurando, o homem na minha frente não conseguiu esconde as lágrimas dos olhos, a menininha agora agarrava a coxa do pai, como se ele pudesse fugir a qualquer momento.
- Eu não sabia disso pra dizer a verdade também fui traído pelo meu povo.
- Mas seu povo espancou sua esposa até a morte com você vendo impotente? E depois colocou fogo na sua casa com você dentro? Armou isso tudo e colocou a culpa em você? – ele distribuía as palavras com ódio nos seus olhos, por um momento lembrei do passado, fogo queimando tudo, minhas mãos involuntariamente começou a tremer e a suar frio.
- Não você tem razão não aconteceu isso comigo mas também recebi a culpa pela morte do meu mestre. Aceitei ter uma vida diferente, quase sendo degolado por isso, mas pensa na sua filha aceita o acordo vai embora e muda sua vida – digo soltando uma bola verde em seu ombro, que começou a se fechar - Essa é a prova que te dou.

Ele olha nos meus olhos suspirando diz:

- Eu aceito seu acordo mais se você tentar me trair eu mato vocês dois.

- Certo, mas ninguém no povo anão te conhece, fica em paz.

Ele concorda e segue, com sua filha andando na frente, eu sigo ele ate uma casa improvisada dentro de uma gruta, o lugar era totalmente camuflado, a entrada era tampada por uma cascata de cipós.  
- Você deu sorte eu já estava para sair daqui – ele avançou para a mala menor e me entregou

Na verdade, era um baú dourado, tinha quase a mesma largura que um barril de vinho.

- Bom – estendo uma das mãos e desfaço a lâmina em seu ombro e libero mais uma bola de energia verde no local – isso não é o suficiente é melhor tratar isso o que eu fiz foi só parar o sangramento, eu espero que consiga uma vida melhor.
- Você é diferente elfo, espero pode encontrar você em circunstâncias melhores.
- Obrigada moço – a menininha me abraça, e eu retribuo meio sem jeito.

Saio da casa voltando em direção da floresta agora o que falar para o anão? Eu poderia matar alguém assim? 
...
O anão já tinha se levantado, mas não parecia de bom humor.
- Onde você se e meteu orelhudo?
Um poço de simpatia esse Anão né.
- Tá aqui o que foi roubado - digo apontando pro baú. 

Ele avança sem fala nada e abre o baú.

- Uau olha isso quanta grana, dá pra compra umas 10 casas iguais a do banqueiro, sem contar com esse papeis, eu não entendo muito mas parece que são diversos contratos, isso explicar o porque do velho pagar tanto pra recuperar isso. Como você conseguiu? O cara te deu de boa?
- Bom anão vamos logo com isso.

Não esperei ele responder, sair na frente arrastando o baú. Mais uma luta mais uma vitória talvez os livros estejam errados e as vitórias não tragam tanta alegria assim, bom pelo menos essa não trouxe.

As Crônicas de Olímpia - AliançaOnde histórias criam vida. Descubra agora