Partidas e despedidas.

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Escócia, Abril de 1948.

  Eu estava com o coração partido e com uma criança no colo que não parava de gritar e chamar por Jamie, quando eu pensei em Jamie a única reação que tive foi a de chorar, como eu ia viver sem o amor da minha vida? Como eu iria viver sem o pais dos meus filhos. 

    - Faith, meu amor está tudo bem, você deve estar cansada, quer dormir um pouco? - quando ela percebeu que eu estava falando ela parou de chorar e balançou a cabeça negando.

    -Não, mamãe fome. - eu sabia que ela não estava com sono ela dormiu o dia inteiro. 

  Me sentei em uma elevação e a ajeitei em meu braço e abaixei o meu corpete, ela pegou o seio e começou a sugar, eu olhei para o céu, estava bonito com o início da manhã, estava em seu tom azul bem claro com as nuvens brancas, estávamos perto da estrada, pois eu podia ouvir alguns carros passando algumas vezes. Me levantei e andei com ela ainda tomando o meu leite, quando um enorme barulho passou por cima de nossas cabeças e Fauth soltou meu seio e começou a chorar, eu a endireitei em meu colo e a ninei dizendo que estava tudo bem  que ia ficar tudo bem. Não sabia por quanto tempo ia continuar forte mas ao chegar a estrada, um carro nos viu a passar e parou. 

    - Com licença a senhora precisa de ajuda?- perguntou um homem eu o olhei de volta mais não respondi.- A senhora fala minha língua? 

    - Desculpe- disse , ele me olhou com um olhar de surpresa. - o senhor pode me informar em que ano estamos?

    - Claro, estamos em 1948. Eu poderia lhe ajudar de alguma forma?- Eu o olhei com os olhos marejados.

   - Pode me dizer também quem… quem ganhou a batalha de Culloden? - disse com a voz entrecortada por causa da vontade de chorar. Ele me olhava como se eu fosse uma louca- Por favor.

    - A senhora precisa de ajuda…

    - Me diga!! - Gritei , pelo visto perturbando o homem e Faith que começou a chorar, e eu comecei a me irritar por nenhum dos dois fazerem o que eu havia pedido. Ele me olhou mais uma vez como se precisa chamar ajuda de algum tipo de hospício.- Por favor, por favor.

    - Os ingleses... - depois disso eu não escutei mais nada do que ele estava dizendo,pois havia perdido todas as forças que não me deixavam chorar me sentei no chão de concreto e me balancei ao mesmo tempo ninando Faith e em uma tentativa desesperada de me acalmar também.   Eu não soube quando ele me ajudou a me levar até um hospital em Inverness, lá eles perguntaram meu nome e o nome do meu marido para que pudessem lhes informar do meu paradeiro, depois de algumas horas sentada na cama de hospital fui informada de que meu “marido” já estava a caminho.

    Nesse tempo eu apenas cuidava de Faith, e tentava brincar com ela sem muito ânimo, quando anoiteceu como sempre ela estava ficando um pouco manhosa por causa do sono e como ela estava acostumada com Jamie tentando a distrair ela ficou meramente irritadiça por ele não estar e começou a chamar por ele, e chorando dormiu pelo cansaço, e eu fechei os meus olhos desejando que nada disso tivesse acontecido que ele estivesse ali comigo me abraçando junto Faith como fazíamos às vezes  e então ele levantava e colocava Faith em seu berço mas nada disso iria acontecer e foi com esse sentimento de dor e perda dormi.

  Acordei ouvindo sons de vozes do lado de fora do meu quarto de hospital, uma voz muito familiar que reconheci sendo a de Frank. Abracei Faith um pouco mais em meu colo e ela  acordou procurando meu seio, abaixei a roupa de hospital e a posicionei melhor em meu braço, e logo ela começou a sugar, quando olhei para cima e em direção a porta percebi que Frank me olhava, obviamente ele havia dirigido a noite toda, ele tinha olheiras ao redor dos olhos, ele se aproximou o mais rápido possível e o mais cauteloso que podia, ele me olhou e depois olhou para o ser desconhecido em meus braços e depois para mim.

Perdidos no Tempo - EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora