48 horas depois A polícia nos aconselhou a esperar, ou seja não poderíamos fazer nossas próprias buscas. O que estava me fazendo cair na mais profunda tristeza, saber que minha filha está por aí provavelmente apavorada e eu não poder fazer nada. A polícia conseguiu com a ajuda dos parentes de Júlio o restaurante onde ele gosta de ir, encontraram a reserva e no estacionamento tinha um pouco de sangue. Isso tudo significa que minha filha foi sequestrada, a família de Júlio disse que na manhã em que Faith desapareceu ele tinha uma reunião de negócios em Londres seu carro não foi encontrado em sua casa, nem no estacionamento do trem. Eu estava perdida em pensamentos quando Brianna apareceu no nosso quarto de hotel. - Por que nós não podemos ir procurar por ela? - Nós podemos comprometer provas se formos sair assim, princesa. - Disse Frank entrando logo atrás dela. - Mamãe, eles não tiveram mais pistas. Ele disseram que é uma mais fácil procurarmos por ela nessas primeiras 72 horas. Ainda temos mais ou menos 24 para acha-la com mais facilidade. - O problema, meu amor é que nem sempre nessas 24 horas as pessoas são encontradas e depois disso tudo fica ainda mais difícil. Eu não quero acabar com as suas esperanças mas o tempo está acabando. - Eu disse. Não queria perder as esperanças mas tinha algo dentro de mim que dizia que essa era uma batalha perdida. - Claire! Não diga uma coisa dessas vamos encontrá-la. - disse Jamie atrás de mim. - Eu tive uma ideia. Mas nos vamos ter que quebrar o que os policiais pediram. Vocês tem um mapa da região que eles estavam. - Eu tenho um mapa. - Disse Frank. - Faith é uma moça muito inteligente, vejamos quando elas era crianças eu ensinei a elas a sempre prestar atenção no caminho. Caso acontecesse algo elas deveriam deixar algo para trás. Mas a polícia disse que se algo aconteceu ela foi pega de surpresa. Vamos nos dividir, do restaurante até a floresta proxima são uns 50 km ou seja quem a sequestrou estava de carro. Temos dois suspeitos um senhor que já foi preso por sequestro e Júlio. Que por um acaso sumiu junto com o carro dele. - Sim. - Bree se aproximou de mim e disse baixo e com calma- Eu não acredito que aquele policial disse aquilo para você mamãe. Faith nunca fugiria, eu sei disso. - Eu sei, mas sempre tem essa possibilidade. Voltando, vamos nos dividir. Bree você acha que Roger estaria disposto a ajudar? - Ela assentiu e saiu do quarto para ligar para ele.- Vamos dividir ao meio a floresta onde é mais provável.
Agora de frente para a floresta. Parecia ainda mais sombria, para falar a verdade eu já teria entrado lá se não fosse por Roger não ter chego ainda. Olhando para Jamie notei seu belo rosto cansado e totalmente preocupado. Assim como o de Bree e Frank. Eu tinha certeza de uma coisa nenhum de nós conseguiu dormir nessas últimas 48 horas, eu estava me culpando por não ter feito nada com o que eu estava sentindo em relação a ela ir nesse maldito jantar. Ninguém a conhecia aqui, as pessoas não iriam se preocupar com uma moça que nunca viram. Se para nós já era algo surreal não imaginamos isso ao fazer uma viagem, ninguém espera que sua filha suma do nada. Roger e o reverendo chegaram, o reverendo viria conosco já que ele se recusou a ficar e esperar em casa. Roger iria com Frank e Bree, a única coisa que eu queria era ver minha filha viva e bem. Não tem motivos para tanto desespero, ela está bem. Mentiras que passam pela minha cabeça, não está tudo bem. Agora um pensamento muito pior, e se não a encontrarmos a tempo e ela estiver morta? Não pense assim. Mas esse pensamento voltava com tudo na minha cabeça, e voltava e eu tentava mudar de pensamento mas ele sempre volta. - Sassenach? - Ele deveria estar me olhando por um longo tempo, muito tempo mesmo. - Vai ficar tudo bem. Vamos encontrá-la. - Ele me deu um abraço apertado. Houveram duas ocasiões anteriores que eu tive medo de perde-lá a primeira foi em seu nascimento e a segunda foi quando ela tinha seis anos e teve um caso muito grave de pneumonia, onde ela ficava sedada quase o tempo todo. Nas duas ela era tão pequena e indefesa, mas agora ela era uma mulher adulta. Era não, ela ainda é uma mulher adulta, que vai continuar como cirurgiã e casar com a pessoa que ela ama ter filhos e viver por muitos anos e vai morrer tendo uma vista linda do pôr do sol, esse é o momento favorito dela. Quando ela era criança eu sentava com ela na varando para ver o pôr do sol e ela ficava maravilhada, ela piscava várias vezes e quando eu perguntava porque ela estava piscando tantas vezes, ela me disse que se fizesse isso poderia trabalhar como uma máquina fotográfica e nunca se esquecer da vista, ela piscava assim para mim, Frank e Bree varias vezes. Eu a entendia eu de certa forma também queria guardar todos os bons momentos na memória. Agora por algum motivo eu a vejo sentada ao meu lado pequena e se aconchegando contra mim me olhando ela não precisava dizer seus olhos já diziam; EU TE AMO MAMÃE, mas ela sempre dizia sem medo. Eu fico imaginando se tudo o que ela passou cada vez que ela ficou doente, para cada vez que ela chegava da escola chorando porquê as outras crianças não queriam fazer amizades com ela, se tudo o que ela batalhou para estar onde estava em sua vida profissional era só para chegar a esse ponto, se fosse assim eu espero uma bela explicação de seja lá o que for que tem atrás disso, se é carma ou destino, eu só não conseguia imaginar isso como destino não coisas desse tipo com as minhas filhas. Com todas essas questões eu parei de pensar muito em Brianna, Ela sempre foi apegada a irmã. Eu tenho medo que com tudo o que está acontecendo elas quebrem esse lindo laço de amizade, elas são sempre sinceras uma com a outra, elas tem isso de amizade e cumplicidade antes de serem qualquer coisa esse amor de irmãs - que por mais que ocorram brigas elas já mais vão dormir sem conversar sobre e uma sempre tira bela risadas da outra - esse amor que é mais forte que tudo, eu sei que elas matariam uma pela outra assim como eu faria loucuras por elas nossa família sempre foi pequena e cheias de defeitos mas isso nunca interferiu no que nós éramos, nunca deixamos uma achar que brilha mais do que a outra e elas nem precisavam que nós as ensinassem porque elas já sabiam que não eram melhor que ninguém, assim com ninguém era mais do que elas, igualdade era isso elas pensavam assim mesmo que muitas pessoas não pensassem desse jeito, essa era a forma em que elas são. - Está tudo certo para irmos. - Jamie me olhava enquanto chegava mais próximo de mim. - Sassenach Eles falaram que lá tem alguns javalis selvagem, disseram também que é uma área de caça então eu ficarei com o rifle e você vai ficar com uma faca já que não vamos nos separar. Você está com seu kit na bolsa? - Afirmei. - Em algum momento você vai precisar falar, comer e dormir você sabe disso não é? - Afirmei de novo. - cada um de nós tem uma mochila, Bree também vai ficar com a bolsa de primeiros socorros, nós temos que voltar para cá antes de anoitecer. Eu só estou dizendo o que já está combinado - nesse momento ele mudou o tom de voz para um tom muito mais sério do que o tom sereno que ele estava usando. - se não tivermos sucesso hoje, não vamos acampar sozinhos lá dentro. Não vai ter brigas para ficar e acampar lá. - Olhei para o meu relógio eram 8:00 h da manhã, só tínhamos até mais ou menos 12 h para procurar por ela, já que no verão fica claro por mais tempo. Entramos na floresta e nos dividimos, não tínhamos um protocolo para o caso de encontramos ela, acho que essa busca era só para não me sentir tão inútil quanto eu realmente era. A polícia já tinha entrado na floresta mas a teoria principal deles era de que ela fugiu por suas próprias razões. O que me deixou enfurecida e depois do quase escândalo que eu causei na delegacia eles gentilmente pediram para irem sem mim trazendo novas informações. Já eram meio dia quando paramos para descansar. Eu queria continuar, porque eu não conseguia comer. Jamie me abraçou e encostei meu rosto em seu peito grande e forte e adormeci, me fazendo ficar culpada, pelos meus cálculos estávamos andando a mais ou menos cinco horas, eu não estava com fome e nesses dois últimos dias tudo o que entrava na minha boca, saia rapidamente. Jamie disse que tinham várias pegadas de pessoas por dentro da mata, mas também tinha de animais. Depois da pequena parada que durou quase uma hora, eu acordei sendo levada no colo de Jamie. - Por que não me acordou? Eu poderia ter andado você já está segurando bastante peso. - Bom, você não dormiu quase nada nesses dois últimos dias, Sassenach. Eu queria que discansa-se eu estou preocupado com você, não tem dormido nem comido nada nesses últimos dias. - Bom eu só vou poder descansar quando estiver com minha filha sã e salva perto de mim, - Eu não queria ser grossa mas acabei sendo um pouco então decidi mudar de assunto - Jamie tem algo que você não me explicou, se a encontrarmos como vamos fazer para pedir ajuda? Ou chamar Frank e Bree. Talvez precisemos de ajuda. - Não se preocupe com isso. Vamos dar um jeito. Estávamos andando a muito tempo, já eram quase 15:00. Tinha um cheiro muito familiar para mim, tão familiar que qualquer outra coisa. Mas notei que Jamie também parecia sentir, o cheiro doce e metálico de sangue. - Você está sentindo o cheiro? - Bom, se você está sentindo Claire, então não é impressão minha. - Disse o reverendo. - Sim. Jamie você acha que é de animal? - Não podemos ter certeza até encontrarmos um corpo não é?- Com sua última fala um calafrio percorreu meu corpo. - Vamos seguir o cheiro então. Nós andamos por bastante tempo - pelo menos é o que eu acho já que o tempo parecia ir em uma lentidão com o desaparecimento de Faith. - Eu vi o jornal e o meteorologista disse que te uma lua de sangue. É interessante não acham? - O reverendo estava tentando puxar assunto para dissipar o clima de tensão que estávamos. - É sim. - Respondi vagamente. Muito a frente entre as árvores eu vi uma cabana pequena com poucos cômodos - Jamie aquilo é uma cabana?
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- Sim. Vamos ficar aqui. Sr. Wakefield, você conhece melhor o local acha que consegue encontrar os outros? - Ele assentiu e foi. Não tinha como dizer como eu me sentia, era uma mistura de tudo, raiva, tristeza, impotência. Eu entendo estou aqui para socorrer Faith caso a achemos, mas fizemos toda essa locura era porque eu me sentia uma péssima mãe, por não estar procurando por ela, para tirar parte desse sentimento de impotência.
Eles demoraram quase duas horas para aparecer, já eram cinco da tarde. Fazendo pouco barulho mas ainda sim fazendo. A uns quarenta minutos antes vimos uma pessoa na janela, parecia uma mulher. Com os longos cabelos loiros, e um pouco robusta. - Uma cabana. Ela não sai. Acha que têm mais pessoas ali? - Perguntei, olhando para Jamie. - Talvez. - Ele me deu um olhar tranquilizador. - De ela estiver lá ou não vamos encontrá-la. É uma promessa Claire, vamos encontrá-la. Suas palavras ficaram na minha cabeça por um longo tempo. Me virando para olhar se vinha alguém, algumas folhas se mexeram mostrando o Reverendo Wakefield, Brianna, Frank e Roger. - Uma cabana? - Disse Bree nos olhando - Vocês acharam uma cabana abandonada e nos chamaram para ver? - Na verdade a chaminé está saindo fumaça. Podemos ficar e esperar, mas eu tenho um ideia melhor. - Disse Jamie. - Vamos fazer o seguinte, viemos caçar dizemos que nossa água acabou e vamos pedir para ela, aproveitando para olhar o perímetro as janelas estão todas fechadas e tampadas. Vamos Roger e eu. Frank iria dizer algo mas mudou de ideia, ele não parecia um homen que ia caçar, Roger também não era mas ele era quase tão grande quanto Jamie. Bree estava do meu lado, se encostando em mim, parecia cansada. Ofereci minha água a ela que recusou, ninguém dizia nada, o silêncio era total e absoluto, estávamos do lado oposto da casa não podíamos ver o que estava acontecendo na porta. Quase dez minutos depois vimos Jamie e Roger subir a trilha que tinha de frente para a casa. Assim que chegaram a nós, Jamie se sentou ao meu lado. - E então? O que aconteceu lá? - Elas estavam com problema de encanamento, e não nos deixaram entrar. Mas assim que batemos na porta elas começaram a cochichar de forma desesperada entre si. - Disse Roger, Jamie tinha uma expressão séria e um pouco sombria. - Acho que vamos ter que passar a noite aqui. Quem quiser ir embora pode ir.
========================================================================================== Oi pessoal, espero que gostem desse capítulo. Beijinhos 😘😘. Até mais.
