O Hoje

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      Faith

     O hoje, deveríamos viver o hoje como não foi vivido o ontem, fazer aquilo que nós queremos fazer agora. Mamãe sempre me diz que eu sou muito espontânea, mas sempre teve coisas que eu queria fazer mas tinha receio de me arrepender, desde o incidente eu preferi não prever o que poderia acontecer no futuro, eu só quero viver, amar, me divertir, ser feliz, superar minhas inseguranças.

    Eu saí do hospital uns dois dias depois de dar entrada, papai disse que a polícia escocesa foi tão ineficiente em nos encontrar quanto na época em mamãe havia sumido. Perguntei a mamãe quando ela pretende contar das pedras para Bree, ela disse que em breve.
   
     Eu estou na rua com Julio, andando de mãos dadas, meu cabelo grudando no meu rosto conforme o vento bate.

     - A ideia de ir para Boston não é tão ruim assim, é? - Ele me pergunta, eu dou meu sorriso mais sincero, não que antes não fosse, mas agora parece mais espontâneo. - Pelo visto não.- Ele me olha de forma mais profunda. - Gosto quando você sorri assim para mim. Seus olhos ficam fechados ai eu sei que você esta sorrindo de forma sincera. 

       - Você é uma gracinha. - Digo rindo. Eu estava usando um vestido floral bem leve com um saltinho e meia 7\8, eu não me importo do vestido não ter mangas, e que meus braços fiquem amostra. Quando eu tive uma repentina ideia.- Eu gostaria muito que você me ajudasse com uma coisa.

      - Que seria?- Ele pergunta.

      - Não posso te dizer agora, mas vamos precisar de uma tesoura. - Ele fica debatendo mentalmente se deveria ou não me entregar uma tesoura. - A vamos, eu não vou sair atacando as pessoas. 

       Ele começa a me puxar na direção da casa de seu tio que não fica muito longe de onde estavamos e não quero que papai nem Da vejam que provavelmente vamos nos trancar em algum comodo. Quando chegamos seus tios não estão na casa e vamos direto para seu quarto ele pega uma tesoura. Ele fica olhando e esperando o que vou fazer. Peço sua ajuda.

        - Você poderia me emprestar uma blusa sua? É que esse é meu vestido favorito e eu não que fique cabelo preso nele. - Termino, ele vai para o guarda-roupa e me entrega uma blusa, desabotoou meu vestido, não é por nada mas ele passou três dias comigo nua então simplesmente não me importo de que ele me veja trocando de roupa, sua blusa que fica na metade de minha coxa.  - Você tem um espelho aqui?- Digo antes de ele se aproximar para me beijar. O que é correspondido no mesmo instante, quando ele se afasta de mim e pergunta.

      - Você tem certeza de que fazer isso?- Ele não está me proibindo o que seria feito pela maioria dos caras, balanço a cabeça que sim. - Têm um espelho no banheiro do quarto. 

       Molhei meu cabelo penteado todo para trás e o prendi e puxei o elástico mais para baixo, exatamente porque eu sei que ele iria encolher, dou mais umas olhada no espelho e para ver se  está da forma que eu quero e corto. Essa foi a sensação mais feliz do que triste, já que eu não cortava o meu cabelo desde os treze anos, porque Josh disse que ficava mais bonita com ele grande, mas eu cresci e eu vou decidir como meu cabelo fica. De forma automático quando olho no espelho lembro de mamãe, com seus cabelos revoltos ao redor do rosto. Julio me olha de porta com uma expressão indecifrável. Talvez paixão, me levanto e vou até ele na porta.

        - Você está linda, com seu cabelo curto. - Sorrio satisfeita comigo mesma. Todo mundo dizia que eu parecia com minha mãe mas eu não esperava que fosse como se eu fosse uma versão mais nova. 

         - Obrigada. - Digo, seus olhos vidrados nos meus, suas pupilas dilatadas. Eu o quero e sei que ele também me quer.

          - Você quer tomar um banho? - Me pergunta mas eu estava formulando uma boa resposta e não respondi de imediato - Caramba. È muito rápido para você?- Ele se apressa em perguntar já se arrependendo.

Perdidos no Tempo - EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora