___ CAPÍTULO UM___
O pior das melhores férias
Não era a primeira vez que Sophia era alvo das reclamações de sua mãe, a Sra. Isabella Strobbel, à mesa do café, na Rua Antônio Nobre n°. 31. E até dava razão a ela. Por vários dias foram acordados por araras que grasnavam loucamente.
— Hoje passou dos limites – A Sra. Strobbel reclamou irritada enquanto adocicava o café – Eu irei chamar o IBAMA para recolher todas essas araras selvagens voando por aí!
Sophia tentou explicar.
— São meus amigos, mãe. Trocamos mensagens por...
— Que horrível! – Sra. Strobbel esbravejou – Não podiam inventar algum método mais... Não sei... Mágico? E menos irritante para a troca de mensagens?
Sophia deu ombros e recolheu as cartas.
Sua mãe não simpatizava com os assuntos mágicos, principalmente após Mila, irmã de Sophia, sofrer um ataque em CasteloBruxo que a deixou um tanto abobalhada. Acreditava que as meninas deviam seguir com a vida normal, sem qualquer influência misteriosa.
Infelizmente para ela, ambas as filhas eram bruxas e cursavam em CasteloBruxo. A mais velha iria cursar o sexto ano e a caçula o segundo. Esta última, especialmente, sentia falta da escola mágica e de seus amigos.
Sentia falta do castelo, das manhãs no salão principal, dos jogos de quabribol, das aulas de magizoologia, feitiços, poções... Talvez essa nem tanto, uma vez que suas mãos automaticamente se voltavam para uma cicatriz em seu pescoço, quando se lembrava da ex-professora de poções.
De todo modo, Sophia estava empolgada para ler as cartas que lhe foram enviadas, afinal, era seu décimo segundo aniversário. A primeira era de Reyes Martinez, um garoto moreno e cabelos muito lisos sempre penteados para o lado. Ele a cumprimentava e contava como havia sido suas férias. Ao final, a desejava felicidades e um ótimo dia. Em anexo da carta, havia um pequeno embrulho: era um colar que ostentava uma linda turmalina.
Em um átimo, Sophia estava em pé ao seu espelho experimentando a jóia. Amara a tonalidade verde azulada. Com o pingente atado ao pescoço, passou a análise das outras cartas.
Os remetentes eram Olívia Melo, uma colega de sua casa, a serpente de fogo, Guará, o menino com cabelos lisos caídos sobre a testa em uma franja e Laiana Baleroni, sua melhor amiga em CasteloBruxo. Reparou que Natalie Borage não havia a escrito, mas não pensou muito. Provavelmente ela estaria ocupada com alguma coisa mais importante.
Decidiu abrir logo a carta de Laiana.
Bom dia, bruxinha.
Pessoas como você não se acha por aí. Sério. E hoje é seu dia! Você é uma pessoa muito gentil e especial! Espero que tenha se divertido nessas férias, segundista, porque você merece o mundo todo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sophia e o CasteloBruxo - Livro 02
FanfictionDepois das aventuras trágicas em CasteloBruxo, está na hora de Sophia voltar a estudar. Todavia, há muitas novidades e, com elas, muitos obstáculos e um grande e perigoso desafio que aguarda Sophia e seus amigos na mágica escola de magia e bruxaria...