Capítulo 40 - parte dois.

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A gente fazia sexo em qualquer lugar no instante que dava tesão. Ele sempre me fazia sentir prazer e sempre tinha paciência. Ele conhecia meus limites e os respeitava mais que tudo. Seus braços eram o meu aconchego para noites ruins, onde eu tinha pesadelos.

A reciprocidade foi o que fez nossa relação dá certo e evoluir.

Gael ficou super feliz ao saber que moraria com o tio Leandro. Sim, nós compramos uma casa no Rio de Janeiro e eu decidi vir embora para cá. Não tinha nada que me prendesse em São Paulo e eu queria muito recomeçar minha vida em outro lugar. Eu não queria mais ficar lá e não me sentia mais confortável ali. Guerra havia seguido a vida dele e eu também seguiria a minha.

Eu ficaria junto de quem me fizesse feliz, sendo verdadeira e amando incansavelmente. Se um dia Rangel deixasse de me fazer feliz, eu não ficaria mais ao lado dele. Quando eu contei para Guerra que estava namorando com Rangel, ele não disse nada e não expressou nada, como sempre. Aliás, Guerra havia sido o amigo fura olho e Guerra havia sido o invejoso da história toda. Além de ter sido egoísta e ter me usado.

Eu e Guerra decidimos ter a guarda compartilhada de Gael, ele iria morar comigo mas nas férias e sempre que pudesse, iria ver o pai. Gael ainda era muito novinho e ele precisava ficar comigo. Quando ele crescesse, eu deixaria ele decidir se queria morar comigo ou com seu pai. De qualquer um dos lados, ele receberia muito amor.

Guerra relutou para que eu não fosse embora e toda a família dele também, mas eu queria... ainda mais quando abri três empresas de estética no Rio de Janeiro. Depois de um tempo, eu havia contado para Leandro que tinha um dinheiro guardado e o mesmo havia me ajudado a aplicar. Abri três empresas de estética no Rio de Janeiro, uma em São Paulo e comecei com Maria uma indústria de cosméticos, já tínhamos lojas em vários estados. Tudo estava dando certo. Eu transferi minha faculdade para o Rio de Janeiro, me formei e já ganhava quase cem mil reais por mês. Eu havia dado a volta por cima. Adorava ter o meu próprio dinheiro e as minhas próprias coisas.

Eu e Leandro também abrimos um restaurante juntos, no cardápio tinha a maravilhosa sopa dele. Ele também dava de graça a sopa para moradores de rua. Nós sempre tentávamos ajudar os outros, fazíamos eventos comunitários todos os meses e desde cedo ensinávamos o Gael a ter respeito por todos, inclusive pelas mulheres.

Eu sempre fazia eventos comunitários de apoio às mulheres em situação de risco, seja moradoras de rua quanto mulheres vítimas de violência doméstica que estavam se reestruturando. Eu dava aulas de maquiagem, aulas de depilação, aulas de design de sobrancelha e ainda fornecia um certificado no final para que elas pudessem trabalhar. Eu, no fim do ano, criei uma ONG para mulheres vítimas de violência doméstica, onde tinha psicólogos, um espaço para levantar a auto estima delas e eu mesma gostava de palestrar a minha história para incentivar que elas saíssem dessa vida. Leandro sempre estava do meu lado, como delegado da mulher, ele sempre palestrava os meios de pedir ajuda e alertava que elas nunca estavam sozinhas.

Era o máximo ver as mulheres se ajudando, se cuidando e tentando se reerguer. Era algo que eu queria que tivessem feito por mim... mas que agora, eu podia fazer pelo outro. Eu estava muito feliz.

Depois de muita persuasão da parte de Leandro, nós casamos e tivemos nosso primeiro filho, uma menina linda que batizamos de Maria Cecília. Guerra não havia gostado nem um pouco da notícia, mas aceitou em função de uma paz que deveria ser estabelecida.

Eu estava feliz. Muito feliz.

Eu sempre visitava a família de Guerra, sempre conversava com Maria e sempre saíamos juntas. Nós duas havíamos ajudado Rafaela e agora ela cursava enfermagem, era uma mulher responsável e renascida. Soube que Guerra havia voltado a falar com ela e finalmente a perdoado, era um momento que sempre desejei assistir. Eu sabia que Guerra a amava mais que tudo. Ele era alguém muito especial para mim. A gente conversava às vezes, sempre procurávamos sair com o Gael - que era um menino muito esperto e inteligente - para não tentar confundir a cabecinha dele. De qualquer forma, cada qual havia seguido sua vida e nós dois estávamos felizes. Éramos amigos apesar de tudo.

Paixão PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora