o que ele queria?

208 20 10
                                    

    O trabalho estava sendo muito cansativo para Rey naquele dia. As mesas estavam se enchendo rapidamente e ela estava praticamente correndo enquanto entregava os cardápios e servia as mesas. A vontade dela naquele momento era apenas dormir e pensar no seu psicólogo maravilhoso – mas ela pagou mico novamente o fazendo perguntas desnecessárias. Só de lembrar nisso, ela sentiu suas bochechas queimarem, devia estar bem vermelha naquele momento.
    Além do trabalho que estava a incomodando, o olhar de seu vizinho malicioso em direção à ela naquele dia era um incômodo também. Foi muito estranho aquele olhar íntimo e a forma que ele mordia os lábios enquanto a encarava. Um sentimento de desconfiança em Rey estava despertando cada vez mais quando se lembrava do ruivo. Devia ser um tarado. E ela tinha que ser cautelosa, muito cautelosa. A jovem sentiu a necessidade de contar para seu amigo Finn, mas provavelmente ele contaria para Poe que iria direto na casa dela enfiar uma faca no seu novo vizinho. Poe sempre foi mais agressivo que Finn, já seu outro amigo era bem escandaloso. Já estava imaginando a cena de Finn fazendo barraco e jogando Hux da escada.
    Rey não sabia se seu vizinho estava flertando com ela, mas o modo que fez, a deixou bem incomodada. Mas, de qualquer forma, iria contar para Finn. Se acontecesse algo com ela dentro de sua casa, ele já saberia quem foi. Credo, estou sendo paranóica demais.
    Quando teve tempo, após tanto trabalho que foi feito, seguiu em direção à Finn para lhe contar sobre o vizinho. E lá estava seu amigo no balcão sorridente bem próximo de seu amado. Não queria estragar o clima e nem contar isso perto de Poe, mas tinha que contar o mais rápido possível antes que pudesse esquecer.
    Ao ver ela se aproximando, Finn se afastou de Poe rapidamente e fez uma careta em direção à ela. Poe sem entender olhou para trás e viu que ela estava indo em direção à eles, as bochechas dele ficaram rosas.
    - Rey estragando o clima como sempre. – Finn revirou os olhos e Rey fez o mesmo.
    - Finn, eu preciso falar com você. É algo muito sério. – Rey direcionou seu olhar para Poe, que não entendeu nada   – É sobre um cara e preciso falar isso apenas com você. – Rey disse dando ênfase no “você”.
    Poe levantou os braços como se estivesse sendo assaltado.
    - Ok, não vou atrapalhar vocês. – Ele se retirou indo em direção à porta do restaurante.
    Antes que Finn fosse reclamar sobre aquilo, Rey contou tudo o que aconteceu em relação à seu vizinho e decidiu contar também sobre o quanto ela se interessava pelo psicólogo. Foi tudo tão rápido demais que ela nem se deu conta que falou sobre Ben.
    Finn arregalou os olhos e puxou a orelha dela.
    - Ai! Isso doeu, idiota! – Ela gritou enquanto dava um tapa na mão de Finn.
    - Rey, você é maluca! COMO ASSIM VOCÊ ESTÁ APAIXONADA PELO SEU PSICÓLOGO? Agora está tudo explicado sobre àquela noite – Ele se exaltou - E sobre seu vizinho, se aquele ruivo tentar tocar em você, eu e Poe teremos que procurar um lugar pra enterrar um corpo. Você não iria nos dedurar para a polícia, né? – Finn abaixou o tom de voz enquanto falava sobre a ideia.
    - Eu não ligo para aquele tarado, Finn. Só quero saber como me aproximo do Ben, eu fiz duas coisas idiotas que sei que qualquer homem me acharia maluca. – Ela abaixou o olhar para não ter que encarar a reação do amigo.
    - O que você fez, Rey? – Finn gritou desesperado. Sabia que sua amiga era meio doidinha.
    - Eu o beijei quando estava bêbada e perguntei discretamente se ele tinha interesse em mim. – Rey tampou os olhos.   
    Finn respirou fundo.
    - Se você tem interesse por ele, pelo menos teve atitude. Nem todos os homens têm atitude, Rey. – Ele olhou para Poe de longe que estava na porta da cozinha. Rey começou a rir disso tirando as mãos de seu rosto.
    - Mas ele não me respondeu, talvez ele não sinta o mesmo. – Ela desviou o olhar – Você que sabe como os homens são.
    - Pra saber se ele tem interesse, só ver a reação dele enquanto está próximo de você. Naquele dia, ele parecia estar bem preocupado com você, Rey, ele não comentou nada com você? – Ele deu um sorriso malicioso.
    - Ele me ligou várias vezes e me enviou algumas mensagens. – Ela pegou o celular do seu bolso e botou nas mensagens – Olhe isso. – Ela mostrou para Finn.
    Finn arrancou o celular da mão dela e começou a ler as mensagens.
    - Dá pra notar que ele tem interesse por você, Rey. – Ele entregou o celular a ela e a mesma pôs de volta no bolso.
Rey revirou os olhos e bufou.
    - Se tivesse já teria me agarrado, não? – A jovem ficou pensativa.
    - Claro que não! Ben Solo é bem reservado. Quando eu o vi com aquela mulher, fiquei até surpreso. Poe me contou sobre o modo como ela tratou você. Com certeza, ela tem ciúmes de você com ele e sabe que ele te quer.
    - Como você sabe que ele é reservado? Você fica o analisando? – Ela olhou desconfiada para seu amigo.
    - Só um pouco. – Rey franziu a testa – Qual é, Rey? Ele é lindo e você sabe disso. – Finn deu um tapinha no ombro de sua amiga.
    - Vou contar para Poe sobre isso. – Ela começou a rir.
    - TÁ MALUCA? NEM PENSE NISSO. – Finn gritou.
    Antes que Rey pudesse responder, ela foi interrompida por Poe.
    - Não querendo estragar a conversa de vocês, mas temos muito trabalho pra fazer e ninguém quer ver o Skywalker bravo, né? – Ele cruzou os braços – E além disso, tem mais um cliente lá na porta. – Ele apontou em direção à porta que estava se abrindo.
    - Ok, eu vou atendê-lo e vocês servem as mesas. – Rey foi em direção à porta deixando os dois sozinhos novamente.
    A jovem foi em direção da porta e ficou surpresa com o que viu.
    Era ele.
    Seu psicólogo, Ben Solo.
    Rey congelou e suas pernas tremeram, ele estava indo em direção à ela. O homem estava elegante como sempre, estava com roupas escuras e com um sobretudo bem sofisticado. Rey não deixou de sentir o cheiro daquele perfume que tinha a deixado louca naquela noite.
    - Rey, você tem um tempo? – Ele desviou o olhar e apertou os lábios.
    - Pode ser depois do trabalho?
    Ele pareceu estar incomodado ao ouvir a sua pergunta.
    - Sim, pode. Mas precisamos conversar. Preciso te falar uma coisa e é bem importante.
    Rey cruzou os braços sem encará-lo.
    - Posso saber o que é? – Ela disse num tom baixo.
    - Agora não. Pegue isso e vá nesse endereço após sair do trabalho. – Ele pegou um papel do seu bolso e botou em sua mão.
    Sem saber o que dizer, Rey guardou o papel em seu bolso e ao se virar novamente para encará-lo, ele já tinha ido.
    O que ele queria?

Dear, patient.Onde histórias criam vida. Descubra agora