então, ele tem uma namoradinha.

194 17 6
                                    


    O dia estava cinzento e o frio assombrava novamente as ruas. As pessoas já se encontravam agasalhadas vindo de vários lados. De fato, era mais um dia normal para elas. Mas para ele, não. O mundo nunca mais iria ser o mesmo. E ele, de alguma forma, teria que se acostumar com isso.
    A ventania soprou pelas ruas fazendo os seus cabelos negros voarem, embora estivesse usando boné, na direção de sua face. Não poderia prender os cabelos por conta do disfarce improvisado que havia feito às pressas. Acordou quase atrasado, pois não conseguiu dormir direito naquela noite. Teve que enviar várias mensagens para seus pacientes avisando que daria um tempo e que não precisavam pagar o que estava pendente. Porém, no fundo ele sabia que não conseguiu dormir também por causa dela.
    Entrou no seu carro e dirigiu-se em direção à delegacia. Hoje seria o dia da sua primeira missão e o dia que teria que encarar sua mãe e seu tio juntos.
    Ele se sentia mal por ter se afastado de Rey, principalmente pela pancada não intencional, mas foi algo que ele não tinha planejado e nem pensado direito à respeito. Ao lembrar disso, cerrou seus olhos escuros e sentiu a tristeza tomar conta de si. Ben nunca acreditou, verdadeiramente, no amor. Mal havia começado a acreditar e teria que afastá-la de si. Isso o corroeu por dentro. Seu coração  dizia apenas uma coisa naquele momento: fuja com ela para bem longe e sejam felizes. Infelizmente, a sua realidade não era um conto de fadas e nem chegava perto de ser. 
    Talvez tenha sido melhor assim. Ela não está mais ao lado de uma bomba que poderá explodir a qualquer momento e levá-la junto.
    Por sua sorte, Melissa teve a gentileza de fechar o seu consultório e entregar-lhe a chave — com o mesmo olhar malicioso de sempre. Ele sempre odiou a forma que ela o encarava, mas ela conseguia ser gentil quando queria. Por isso, ele a contratou, porém esse não era o único motivo. Quando se conheceram, Melissa era mais introvertida do que era atualmente e sempre relatou ter sido vítima de Snoke. Sempre deixou claro que faria de tudo para ajudar pessoas que foram vítimas, assim como ele, e se esforçou bastante durante o ínicio de tudo. 
    Mas, tem uma coisa que sempre o deixou desconfiado. Ela não dizia seu sobrenome e sua documentação estava em branco. Sem nada, vazio.
    Como isso era possível? 
    Como teve um pouco de pena e visto que ela estava determinada para ajudá-lo, ele a aceitou. Ainda assim, até hoje não descobriu nada sobre seu passado. 
    Ele já estava conseguindo ver a delegacia se aproximando enquanto dirigia. Estacionou o seu carro bem próximo e esperou Lando aparecer — ou algum rosto familiar. Depois de alguns minutos, ele aparece ao lado de seu carro dando batidas de leve na porta. Ben pegou o que era necessário e trancou seu carro enquanto saía do mesmo. 
    Lando estava sorridente como sempre, mas a diferença era que seus olhos estavam cheios de olheiras. Que bom que não sou o único que não dormiu direito. O homem, que agora era seu novo parceiro, apertou a sua mão e o guiou até a sua van. 
    — Você vai receber as suas instruções sobre a investigação de hoje. Mantenha-se sempre alerto e com o seu novo dispositivo eletrônico ligado. E claro, dentro do seu bolso ou próximo de você. — Ele o alertou.
    Ben assentiu e se acomodou no banco do passageiro de frente da van.
    — Deixe-me adivinhar: iremos entrar dentro daquela casa fedida e assombrada novamente? — Ele perguntou. Já estava começando a sentir náuseas antes de chegar ao destino.
      — Você acertou! — Lando disse com uma empolgação bem fingida. 
    Ben bufou e observou as janelas da van enquanto Lando dirigia.

    A casa estava da mesma forma e intacta, ele não sabia como a casa estava de pé ainda. Não podia negar o fato de ser um esconderijo muito bom. Além do local parecer assombrado, tinha um cheiro horrível que faria qualquer um que fosse bisbilhotar sair correndo em busca do ar livre.
    Mas, ele estava ali por obrigação e teria que aguentar aquele cheiro todos os dias. Não só o cheiro como o medo também — o medo de falhar nessa missão.
    Sempre estava colocando a mão no frasco dentro de seu bolso para se lembrar de que não deveria falhar. Se ele falhasse, iria morrer e ninguém iria proteger a sua amada. Ele deixou claro para si mesmo que mataria qualquer pessoa que tentasse machucá-la e, enquanto ele viver, ninguém irá ter essa ousadia. Pois quando se trata de alguém que ele ama, poderia até se tornar pior que o diabo. 
    Entraram por aqueles quartos novamente, ele os odiava. Parecia que não acabavam nunca e pareciam que era o mesmo — um loop eterno. Ben detestava coisas monótonas e essa casa era uma delas. Passaram pelo túnel bem escuro que tinha bem no final dos cômodos infinitos e ele sentiu o cheiro podre sair aos poucos. Começou a respirar melhor e sentiu um alívio ao chegar ao esconderijo. 
    — Bem-vindo, sobrinho. — Ele ouviu uma voz grossa a poucos metros de distância à sua direita. Era seu tio, Luke, e ao seu lado estava a sua mãe, Leia. Terei um ótimo dia hoje. 
    — Viraram gêmeos heróis contra o crime? — Ele perguntou num tom irônico.
    — Sim, junto com a ovelha negra da família que está conosco hoje. — Luke zombou dele.
    Leia fuzilou seu irmão com o olhar.
    — Não estamos aqui para esses cumprimentos carinhosos de familia. Não temos tempo para isso. — Lando disse atrás dele. 
    — Vamos começar antes que o dia acabe. — Leia disse indo em sua direção e dando um abraço apertado nele. Ben ficou sem graça e, discretamente, retribuiu o abraço.
    Luke deu um leve sorriso.
    — Ben Solo, hoje você irá seguir Hux e analisar o comportamento dele. Presta atenção nas pessoas com quem ele conversa. E se puder...— Antes de Lando terminar a frase, ele pegou uma mini câmera vermelha e deu a ele. — Tire fotos que dê para ver o rosto das pessoas. 
    Ele analisou a mini câmera e notou que era uma câmera digital. Guardou-a em seu bolso e permaneceu atento à conversa.
    — Estou te entregando um caderno em branco, você irá escrever nele tudo o que você notou hoje e, principalmente, algo que seja suspeito. — Ele pegou um caderno da mesa mais próxima deles e o entregou.
    — Coloca dentro de uma mochila, porque nesse bolso aí não vai caber não. — Leia foi em direção ao armário que tinha ali e pegou uma bolsa de uma alça só.
    — Seu filho já está parecendo um carteiro, com essa bolsa irá parecer mais ainda. — Luke o analisou e os cantos de seus lábios se contraíram como se fosse rir.
    — Mas essa é a intenção. Estou disfarçado de carteiro ou você não conseguiu notar isso? — Ben disse num tom firme.
    — Daria um belo romance: a garçonete e o carteiro. Tenho uma ideia melhor: o psicólogo e a paciente. — Luke começou a rir. Mas como ele era um velho debochado. 
    Leia deu um beliscão em seu braço e ele se aquietou fazendo uma expressão de dor.
    — Não precisava disso. Você já é uma mulher adulta, aliás, já está meio velha para esse tipo de atitude. — Ele a fuzilou pelo olhar.
    — E você também, não acha? Está velho demais para ficar zombando do seu sobrinho. — Leia fechou a cara e desviou o olhar.
    — Vocês são uma comédia. — Lando estava rindo bem alto. 
    Ben revirou os olhos e guardou os seus novos pertences dentro da bolsa que sua mãe havia lhe dado. 
    — Já posso me retirar? — Ele perguntou.
    — Pode, mas saiba de uma coisa: você só virá aqui nesse esconderijo comigo, com a sua mãe ou com o seu tio. E só irá sair da mesma forma também. Você está proibido de vir aqui e sair sozinho daqui.
    — Entendi. — Ele murmurou e cruzou seus braços.
    Leia o abraçou bem apertado novamente e se despediu de Lando. Luke apenas o encarou e apertou a mão de Lando. Ben o olhou de volta e deu um sorrisinho debochado.
    Agora, ele teria que sentir o cheiro podre novamente. Bufou enquanto caminhava, lentamente, em direção ao túnel.
    
    O caminho de volta para a delegacia estava bem tranquilo. Ambos estavam em silêncio enquanto o som melancólico saía do rádio da van. Aquela música estava o deixando com sono dando-lhe uma vontade de permanecer em sua casa e tirar um belo cochilo. As suas pálpebras ficaram pesadas e a sonolência quase o dominou. Abriu seus olhos rapidamente e tentou focar nas casas que passavam rapidamente na janela do automóvel. Observou as pessoas conversando e se divertindo. Sentiu uma leve pontada de inveja. Ele queria tanto que tudo fosse normal. 
   Começou a se imaginar passeando com Rey nos lugares que passava, a saudade aumentou mais ainda e a vontade de chorar só estava começando. Tirou as lembranças de sua cabeça e voltou a focar na sua primeira investigação. Nunca iria se permitir chorar na frente de alguém, muito menos na frente de Lando — que dias atrás estava mirando uma arma na sua cabeça. 
    Quando chegaram na delegacia, ambos se despediram e seguiram seus caminhos. Ben estava um pouco inseguro sobre seguir Hux, já que o ruivo sempre estava o assombrando. Qual seria a reação dele se me visse o seguindo?  Começou a sentir um certo receio, uma vontade de voltar atrás e desistir. 
      A brisa gelada passeava sobre os arredores da vizinhança. Ben já conseguia ver a rua silenciosa erguendo-se adiante, escorregadia, molhada e negra de chuva. Ele posicionou a sua bolsa em seu ombro e caminhou próximo ao apartamento de Rey, que era vizinha de Hux. Analisou a rua e procurou um lugar mais discreto para observá-lo — e ela também, claro. Havia algumas árvores atrás de alguns carros que estava um pouco à frente do apartamento e ele decidiu se acomodar ali, tomou o máximo de cuidado para que as folhas não molhassem a sua roupa. Ele puxou um par de óculos escuros dentro de seu bolso e os colocou. Que carteiro usa óculos escuros, Ben? E o céu está nublado!  Pegou alguns papéis e ficou fingindo que estava analisando-os como se fossem cartas. Eu deveria ser um ator. 
    Após um longo tempo encostado ao lado das árvores, ele ouviu uma risada escandalosa bem familiar. Suas pernas enfraqueceram e seu corpo começou a tremer, decidiu focar novamente nos papéis que estavam em branco. A risada dela voltou e seu coração começou a ficar acelerado. 
    Com a curiosidade afiada e o coração quase saindo pela garganta, ele decidiu observá-la e viu que ela estava com Finn, o amigo dela que ele havia ameaçado matar se não entregasse a carta à ela. Um leve sorriso formou-se em seus lábios, e como ele estava tão feliz ao vê-la rindo. Mesmo que ele não fosse o motivo do riso dela. Sentiu uma leve pontada de ciúmes enquanto observava os dois conversando.
    Por sua sorte, ele havia notado que Hux estava parado atrás de um poste observando Rey e Finn. Rapidamente, ele se escondeu atrás das árvores e continuou o observando. O ruivo estava trajando um sobretudo preto e seu olhar frio mantinha-se em alerta sobre os dois amigos, desprevenidos, que continuavam conversando fora do apartamento. Um som alto é emitido no seu bolso e, imediatamente, Rey e Finn olham para ele. Ambos têm um sobressalto e Finn puxa Rey pela mão e leva-a de volta para dentro do apartamento. Esse maldito não sabe nem disfarçar. Ben riu baixinho da imprudência de Hux e continuou o espionando.
    Hux pegou seu celular dentro de seu bolso e ao colocá-lo em seu ouvido, deu um enorme sorriso. Ben estranhou esse gesto, pegou a sua mini câmera e tirou algumas fotos. Seria Snoke ou alguma namorada?  Depois de alguns minutos, Hux guardou seu celular e começou a andar pela rua. Ben, silenciosamente, o seguiu percorrendo o mesmo trajeto.
     O barulho irritante que vinha da sala fez Rey acordar assustada. Era apenas o despertador de Finn. Após bocejar, pegou seu celular e viu que era bem cedo — próximo ao horário em que seu amigo iria para a faculdade. Como era uma boa amiga, levantou-se da cama rapidamente e decidiu preparar o café da manhã para ele. Ao passar pela sala, Finn a cumprimentou com um abraço bem apertado.
    — Bom dia, rabugenta do meu coração. — Finn analisou o rosto dela. — Parece que você está melhor hoje. Posso saber o que tinha naquela carta? 
    — É, estou um pouco melhor — Rey pensou se deveria contar a verdade, mas achou melhor não dizer. — Era apenas uma conta que tenho que pagar — Ela pensou rápido na sua resposta e tentou disfarçar.
    — Tem certeza? — Ele arqueou as sobrancelhas. — É que achei estranho o carteiro da sua vizinhança ter me tratado daquela forma por causa de uma carta.
    Ela deu de ombros.
    — O carteiro daqui não bate muito bem das ideias, sabe? — Ela desviou o olhar em direção à porta da cozinha. — Vou preparar seu café da manhã antes de ir para a faculdade. 
    Se direcionou ao banheiro e quase levou um susto ao se olhar no espelho: parecia que um furacão passou por ela. Arrumou seu cabelo, escovou seus dentes rapidamente e lavou as suas mãos. Voltou de volta para a sala e lançou um sorriso em direção ao Finn.
    Apressou seus passos enquanto ia para a cozinha, queria evitar mais perguntas de seu amigo e só tinha vontade de pensar nas palavras que estavam escritas na carta que ela recebeu. A angústia que ela tinha sentido antes parecia ter ido embora aos poucos, ela queria enviar outra carta para ele. Mas, não sabia se era confiável encher seu coração de esperanças novamente para levar uma pancada na cabeça de novo. 
    Ela tinha sentido seu coração sair pela sua garganta ao terminar de ler a carta, não tinha esperado por aquilo já que ele decidiu ir embora de sua vida. Mas, será que ele estava em apuros?  Subitamente, lembrou-se de quando ele contou a história sobre seu passado. Sobre Kylo Ren e o fato dele ser um monstro. Espero que ele não tenha ido atrás daqueles idiotas. 
    Ele está bem, Rey. Relaxe! Embora esteja convencendo a si mesma de que ele não estava em apuros, sua intuição dizia outra coisa. Eu deveria ir atrás dele?  Refletiu um pouco sobre a sua pergunta e uma voz sussurrou na sua cabeça: Ele quem foi embora, então quem tem que ir atrás de você é ele. Não queria concordar, mas viu que tinha razão. Parou de focar os pensamentos nele e voltou a fazer o que deveria estar fazendo minutos atrás. 
    Abriu o armário da cozinha e observou os pacotes que estavam empilhados. Acho que vou fazer alguns biscoitos amanteigados. Pegou farinha de trigo, manteiga, açúcar e uma essência de baunilha. Juntou os ingredientes e viu que ficou uma massa lisa e a cortou em rodelas. Pegou uma forma e untou com manteiga, pegou as rodelas que havia separado e as colocou na forma. Posicionou a forma dentro do forno e o ligou. 
    Enquanto os biscoitos estavam assando, ela ajustou o pó de café dentro da cafeteira com a água e a ligou. Em questão de minutos, o cheiro de café e dos biscoitos dentro do forno passou pela cozinha. Rapidamente, pegou suas luvas, desligou o forno e retirou os biscoitos. Ao retirá-los do forno, o cheiro adorável ficou mais forte ainda fazendo o estômago de Rey roncar. Posicionou os biscoitos em um prato e desligou a cafeteira. 
    Tirou as luvas de suas mãos e as guardou dentro de uma gaveta. Arrumou o pano que ficava sobre a mesa e colocou o prato com os biscoitos junto com a cafeteira e duas canecas. Pegou uma caixa de suco na geladeira e colocou na mesa ao lado das canecas. 
    — O café da manhã está pronto. — Rey exclamou e se ajustou na cadeira. 
    Enquanto secava seu cabelo com uma toalha, Finn apareceu na cozinha com uma expressão de alegria estampada em seu rosto.
    — Ainda bem que você me avisou, porque nas outras vezes você só devorava tudo e me chamava depois — Ele fez um bico. — Mas eu consegui sentir o cheiro delicioso enquanto estava no banho.
    Ele se sentou ao lado dela na mesa, pegou um biscoito do prato e o comeu.
    — Nossa, isso aqui está muito bom — Os olhos dele brilharam. — Já falei que você deveria participar no Masterchef várias vezes, mas você não me escuta. 
    Rey revirou os olhos. 
    — Eu quero ir para a faculdade primeiro, você sabe disso. — A tristeza nublou as suas feições e seus lábios se contraíram. 
    — Sinto muito, mas sei que você vai conseguir — Ele sorriu e depois fez uma expressão de espanto. — Cadê o açúcar?!
    Rey olhou para a mesa e viu que havia esquecido de colocar o açúcar. Deu uma leve risada, levantou-se da cadeira e pegou o açúcar no armário.
    Enquanto observava Finn, ele estava terminando a refeição apressadamente e quase havia devorado todos os biscoitos. Ela pegou as canecas e as colocou dentro da pia. 
    — Caramba, você é muito guloso. Quase não deixou nada pra mim! — Rey murmurou com a cara fechada.
    Finn deu um tapa em sua cabeça.
    — Larga de ser boba, você pode fazer mais biscoitos — Ele cruzou os braços —, mas eu não porque agora tenho que ir para aquele inferno. 
    — Pense no lado positivo, Finn, você tem o Poe para te fazer companhia.
    Ele deu um enorme sorriso e a abraçou.
    — Tenho vocês dois. Não trocaria vocês por nada, nem por uma coleção de CD's da Beyoncé. 
    Rey fez uma careta e riu escandalosamente.
    — Duvido em. — Ela deu um tapa em seu braço. 
    Saíram para fora do apartamento e Rey estava se preparando para se despedir de Finn, mas ele começou a contar as mesmas piadas de sempre fazendo-a rir bem alto. Inesperadamente, um som alto ecoou um pouco longe deles e ela se assustou com o que viu: Hux com seu olhar assustador observando-os descaradamente. Finn a observou encarando o homem pálido. 
    — Esse tarado não para de observar a gente — Ele sussurra baixinho e segura o braço de Rey levando-a para dentro do apartamento. — Não saía daqui e se tranca dentro da sua casa. 
    Rey meio assustada assentiu com a cabeça.
    — Qualquer coisa me ligue. Tchau, Reyzinha. — Ele a abraçou e depois foi embora. 
    O que Hux está aprontando dessa vez? E para onde Ben foi?
    
    O trajeto que Hux havia feito os levou até a um mercado próximo da região. Havia bastante pessoas fazendo compras e conversando entre si. Ben, mantendo seu olhar fixo no homem, notou que o mesmo parecia estar aguardando alguém. Hux estava encostado numa árvore próxima e olhando para os lados o tempo todo. Meio difícil Snoke ou Palpatine aparecer num mercadinho, mas não é impossível. Naquele momento, ele queria ter uma arma consigo caso algum deles apareça. Entretanto, Lando parecia não ter pensado na segurança de seu "detetive". Uma missão suicida, claro. 
    O jovem Solo respirou fundo e passou a mão em seu cabelo, pensativo. É rídiculo eu ter que ficar observando um cara desses. Revirou os olhos e caminhou lentamente, se mantendo atrás de grupos de várias pessoas para que o ruivo não pudesse enxergá-lo. Ele examinou as suas mãos grossas avermelhadas, estava suando de nervosismo. Odiava estar ali no meio de várias pessoas e odiava estar sem ela.
    Depois de algum tempo observando-o, uma mulher apareceu ao lado de Hux e ele abriu um sorriso enorme. A mulher aparentava ser mais jovem que ele, seus cabelos eram negros e seus olhos eram puxados. Ela o abraçou bem forte e acariciou o seu cabelo ruivo. Ben, sem hesitar, pegou sua mini câmera e tirou várias fotos dos dois.
    Então, ele tem uma namoradinha. 
  

Dear, patient.Onde histórias criam vida. Descubra agora