- Dificil de acreditar no que estou vendo – Lando segura as fotos com cuidado. – Hux tem uma namorada.
Ben respira fundo e tenta se manter calmo depois de ter tentado insistir várias vezes dizendo que o maldito homem pálido tinha um caso e ninguém acreditou – até ver as fotos que ele tirou.
- É – Ele bufou - , eu disse isso várias vezes e adivinha? Ninguém acreditou! – Ele exclamou.
Lando permaneceu fixando os seus olhos nas fotos que ele havia tirado e murmurando xingamentos baixinhos. Ele ignorou seu parceiro de trabalho e voltou a pensar na grande burrada que fez na noite anterior: entregar a carta para o amigo dela NA FRENTE DELA. Como ele pôde ser tão burro? Sorte dele que estava bem escuro e tem essa cabeleira para esconder seu rosto. Ele sabia que não deveria se arriscar mais, pois ele notou que ela o estranhou. Rey não era tão boba como ele pensava. Ou será que era?
Será que ela vai conseguir descobrir a verdade por conta própria? Provavelmente, ninguém vai.
Mas irei resolver essa merda toda e fugir com ela. Sim, Ben Solo está planejando fugir com sua paciente. Parece até que estou em um hospício. Porém, ele vai acabar parando realmente em um se não consertar essa baboseira chamada Primeira Ordem.
Ele observa Lando guardar as fotos dentro de uma pasta e, ao virar em sua direção, ele olha fixamente para ele.
- O que foi? – Ele levantou uma sobrancelha.
Lando abriu um enorme sorriso e fez um gesto com seus braços.
- Você chegou! Já estava na hora. – Lando disse, empolgado.
E foi nessa hora que ele notou que Lando não estava falando com ele e sim, com uma pessoa que estava atrás dele. E ele nem percebeu que alguém, silenciosamente, chegou até eles. Pessoas distraídas têm mais chances de serem esfaqueada pelas costas. Como ele não notou a presença de mais alguém ali?
Ao virar-se, seu corpo virou uma estátua. Não acreditou no que estava vendo e se sentiu confuso, mais uma vez a vida está me surpreendendo. Ele estava com a testa franzida e espantado. A loira deu um sorriso sem graça e acenou, delicadamente, para ele.
- Olá, rapazes. – Melissa disse num tom animado. Então, ela trabalha comigo há anos e, simplesmente, aparece em um esconderijo secreto e diz “Olá, rapazes"? Só pode estar de brincadeira! Como eu nunca soube disso?!
Após apertar a mão de Lando, ela anda em sua direção tentando dar um abraço. Ele dá um passo para trás, recuando o gesto. Com a raiva começando a subir pela sua cabeça, ele bate na mesa mais próxima.
- Mas, o que significa isso?! – Ele tenta perguntar, mas acaba gritando tão alto que as duas pessoas pulam de susto.
- Já imaginava que teria uma reação assim. – Lando murmurou. Então, por que pulou de susto? Parece que não sou o único ator aqui.
Antes que Ben começasse a falar, ele o interrompeu.
- Ela trabalha conosco há anos e estava te espionando esse tempo todo. – Lando disse com firmeza. Uau, na lata!
E se ele contasse tudo a ela o que ele sabia? Ele estaria morto!
Percebi que sou uma pessoa distraída.
- Admiro a sua inteligência, Melissa – Ele tentou não soar sarcástico. – Conseguiu esconder isso de seu “patrão”. – Colocou as mãos nos bolsos e a encarou. Sua pupila diminuiu de tanta raiva que estava contendo naquele momento.
- Obrigada, mas peço desculpas por isso – Ela deu um sorriso de lado. – Agora que estamos do mesmo lado, está tudo bem. Certo?
Ah, está. Como está tudo certo.
- Claro que está! Estamos todos aqui envolvidos para um bem maior e chega de passados. – Lando diz enquanto sorri na direção da loira.
Fingiu que não ouviu a pergunta dela e nem o comentário que foi dito. Pegou a sua câmera que estava em cima da mesa e a guardou em sua bolsa de uma alça só. Melissa e Lando, agora se encontravam cochichando entre si na frente dele. Isso estava o incomodando pra caralho.
- Não sabia que gostava de mulheres mais novas. – Ele disse num tom irônico fazendo os dois pararem de falar baixo.
Melissa riu escandalosamente e Lando permaneceu quieto com uma expressão séria.
- Estava perguntando se realmente deveria te contar uma coisa...- Melissa faz uma pausa e olha para Lando, o mesmo sorri e a encara assentindo com a cabeça.
- Nada me surpreende mais – Ele desvia o olhar. – Mas, se não quiser me falar. A decisão é sua. – Ele faz uma expressão séria. Como ele era um ótimo ator!
- Eu sou filha adotiva de Snoke...- Ele quase engasga com a própria saliva ao ouvir. – Ele fazia algumas experiências comigo, utilizando hipnose ou medicamentos bem fortes. Sempre disse que eu estaria salvando a nossa família e, com a minha ajuda, nos tornaríamos ricos. Mas, eu percebi que tudo não se passava de uma manipulação bem articulada. Fugi assim que pude, morei nas ruas de vários lugares e sempre fugindo dele. Até eu encontrar uma família gentil que me ofereceu abrigo. – Ao terminar a frase, ele viu uma lágrima cair dos olhos dela.
Lando a abraçou bem forte e ela deu um tapinha em suas costas.
- Lando me disse que você está encarregado de se infiltrar lá dentro. Decidi me oferecer para se infiltrar no seu lugar, conversamos e ele concordou. Não daria muito certo você lá dentro com Snoke. Sei que vocês não se dão bem. – Ele arregalou os olhos quando ela disse a última frase. Impossível ela saber uma coisa dessas. Isso tudo aqui está muito suspeito.
- Concordo com você. Você pode ser um ponto fraco dele. – Ele deu um sorriso já se imaginando ao lado de Rey quando tudo acabar.
Ele pegou o frasco de dentro do seu bolso e entregou a ela.
- Se você falhar, vai ter que tomar isso – Ele apertou os lábios. – Ah, acho que Lando já deve ter comentado com você. Certo?
Seria uma pena se ela falhasse...Rey parecia um zumbi. Estava com olheiras fundas abaixo dos seus olhos e o rosto estava mais claro que o normal – se encharcou de base para esconder o cansaço. Vários planos se passaram pela sua mente e acabou não dormindo. Como trabalhava durante à noite a maior parte da semana, esqueceu que todos os sábados só trabalha apenas pela parte da manhã.
Tomou umas quatro xícaras de café e ainda não tinha adiantado muito. Tentava andar de modo que conseguisse se equilibrar para não desmaiar de tanto sono que estava. Por sua sorte, a festa de sua amiga seria à noite. Então , passaria a tarde inteira dormindo.
Seus amigos a encaravam de modo estranho toda vez que ela parecia cair e ela os encarava de volta com a cara bem fechada. Muitos clientes estavam começando a aparecer quase por volta do meio dia e Rey tentou se manter focada em ficar em pé até chegar em casa.Após dormir tanto, Rey desbloqueou a tela de seu celular e notou que já estava quase na hora da festa. Se levantou apressadamente e foi em direção ao banheiro tomar um banho para começar a se arrumar. Decidiu tirar o foco dos seus pensamentos que eram relacionados ao seu psicólogo. Sua meta hoje era se distrair o máximo possível e acalmar a sua mente.
Colocou uma calça jeans escura, uma blusa verde com mangas longas e suas botas queridinhas. Amarrou seu cabelo em um coque bem alto, passou um rímel para acentuar seus olhos e um batom vermelho escuro. Não pretendia chamar atenção hoje, queria ser discreta o máximo possível e apenas se divertir. Ou, quem sabe, devo tentar conhecer pessoas novas?
Com um sorriso em seu rosto, pegou a sua bolsa com tudo o que era necessário e saiu de seu apartamento.
As ruas estavam movimentadas, não era tão tarde assim ainda. Vários carros estavam passando e pessoas conversando em grupos. O tempo estava bem agradável, nem tão quente e com uma brisa fresca. Ela adorava quando a temperatura estava assim. Se pudesse, iria acampar bem longe de todo mundo quando o tempo ficasse assim de novo. Mas, hoje ela irá se divertir e esquecer todos os seus problemas.
Ao se aproximar da rua que Rose indicou, notou que era uma rua meio deserta e haviam poucos carros estacionados no local. Era completamente deserto e ficava um pouco longe do comércio. Sentiu arrepios na sua nuca e tentou mandar o medo ir embora. Pegou o papel em sua bolsa e verificou se estava no lugar certo. Depois, procurou o número da casa. E, finalmente, ela tinha chegado.
Bateu na porta uma vez e não ouviu ninguém falando.
Bateu novamente e ainda estava um total silêncio. Depois de alguns minutos, ela escuta barulho de chaves e vozes familiares. O barulho da porta abrindo é ouvido por ela e ela endireita a sua postura enquanto aguarda a porta se abrir.
- Rey! Você realmente veio! – Rose a abraçou bem apertado e ela retribuiu o gesto.
- Claro que vim. Por que não viria? – Ela perguntou, rindo.
- Você sempre foi antissocial quando éramos mais novas. – Rose replicou.
- Aliás, ainda sou. – Rey deu um sorriso de lado.
Rose começa a rir e alguém a abraça por trás. As bochechas dela ficam coradas e ela afasta as mãos da pessoa.
- Vocês já se conhecem. – A voz familiar disse. Então, um homem pálido dos cabelos ruivos aparece, nitidamente, ao lado de Rose em frente à porta. Hux.
- Essa é a minha vizinha, Rey – Ele disse com um sorriso estampado no rosto. – Minha vizinha favorita, não é, Rey?
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Dear, patient.
RomanceBen Solo era um psicólogo bastante famoso reconhecido pela sua determinação e solidariedade. Rey era uma garçonete e seu sonho era cursar Gastronomia, pois sempre amou culinária. O que os dois têm em comum? Ambos queriam recomeçar suas vidas. E em u...