Ben permaneceu incrédulo encarando a sua paciente, que teve uma reação inesperada por ele. O mundo dele parou no momento em que a declaração saiu de seus lábios, tentou parecer o mais calmo possível. Mas, ao encarar aqueles olhos esverdeados, ele ficou mobilizado. Ela era linda demais. Seus cabelos acastanhados lisos. Seus olhos esverdeados brilhantes. Suas sardas que destacavam a sua beleza. Era a garota mais linda que ele já havia visto.
A jovem tampou seu rosto e começou a pedir desculpas descontroladamente. Sem conseguir se conter, ele começou a rir enquanto pegava um pano para limpar a mesa.
— Rey, está tudo bem. — Ele passou o pano nas partes que haviam gotas de vinho — Se você não sente o mesmo, eu irei entender perfeitamente. — Murmurou com uma voz rouca.
Um sentimento de rejeição despertou nele. Ela não deve sentir o mesmo. Não deveria ter se expressado tão rapidamente, afinal, era cedo demais. Não queria encará-la o tempo todo, pois sabia que ela já estava percebendo a tristeza que começou a estampar em seu rosto. Ninguém gostaria de ser rejeitado, ainda mais por uma mulher dessas.
Sua paciente deu um sorriso e tocou em sua mão que o fez estremecer completamente.
— Eu não esqueci aquele beijo. — Ela disse pausadamente — Você me deixa louca, Ben Solo.
Eu estou maluco. Isso não é possível. A ficha não caiu ainda na cabeça dele e o mundo paralisou novamente.
Estavam parados.
Encarando um ao outro e a mão de Rey sobre a dele.
Arrepios subindo pelos seus corpos e a intensa atração que predominava entre eles.
O que eu deveria fazer agora? Ouviu a jovem respirar fundo e a cadeira se mexendo.
— Acho que já está tarde, preciso voltar. — Rey se levantou e começou a se ajeitar.
Ela não escaparia tão fácil assim, não depois de admitir aquilo.
Ben pegou seu braço esquerdo e a virou em sua direção. Agora, eles estavam de frente um para o outro com o coração tão acelerado quanto um carro de corrida.
Tum-tum
— Se não esqueceu o beijo, me mostre-o novamente. — Ele se aproximou de Rey e segurou seu rosto com as duas mãos.
Tum-tum, o coração estava acelerando cada vez mais.
O homem inclinou-se aproximando abruptamente dela afastando a pequena distância entre eles. Estavam tão próximos que sentiu o cheiro doce dela. Queria sentir os lábios dela urgentemente.
Sentiu as mãos de Rey segurando sua nuca e o puxando em direção aos seus lábios. Depois de alguns pequenos segundos, ela roçou seus lábios nos dela. Sua língua acariciou seu lábio inferior pedindo passagem e ele cedeu. Tudo estava flutuando naquele momento. Um beijo intenso e apaixonado que estava o deixando sem fôlego. Deixando-o querendo mais, muito mais. Colou seu corpo contra o dela. Lentamente, direcionou a sua mão em sua cintura fazendo Rey soltar um leve gemido. Ela quer me deixar louco e está conseguindo!
Mas, infelizmente, nem tudo dura para sempre.
A jovem interrompeu o beijo e se afastou rapidamente dele. O sorriso que estava em seu rosto havia sumido. Será que ele estava a pressionando?
— Me desculpe, Ben. Não estou me sentindo muito bem. — disse Rey, com uma voz fraca.
Ben respirou fundo e desviou o olhar. Estava sendo bom demais para ser verdade. Claramente, ela não o queria tanto como ele a desejava.
— Talvez esteja sendo cedo demais para você — Ele disse num tom baixo.
— Não é bem isso. É que eu nunca imaginaria que alguém como você pudesse se sentir atraído por mim. — Ele não acreditou no que ela disse. Ela estava insegura.
— Rey, não sei sobre muita coisa em relação ao seu passado. Mas, se tem uma coisa que eu sei é que você é a mulher que eu desejaria ter ao meu lado. Vi seu esforço no restaurante de Luke e sei que você é determinada a realizar seus sonhos. A maioria das mulheres que conheci sempre foram interesseiras e não estão em busca de um amor verdadeiro e sim, de uma pessoa que fique bancando elas. — Ele respirou fundo — Você não é igual a elas, você é uma mulher especial, Rey. Saiba disso.
Uma onda de silêncio estendeu-se no local. Rey virou-se em sua direção. Os olhos dela estavam marejados.
— Ninguém nunca me disse isso, Ben — Ele adorava quando ela dizia seu nome — Estou surpresa e sem palavras.
Devagar, ele levou sua mão ao rosto de Rey e a acariciou. Lentamente, ele levou seus dedos em direção aos lábios dela. Como eram macios. Queria senti-los novamente, mas não podia pressioná-la.
— Você deveria sempre ouvir isso. — Disse Ben, quase sussurrando.
Estavam tão próximos novamente, ele conseguia ver cada detalhe do rosto dela. Ouviu a respiração ofegante de Rey e notou que ela queria o mesmo que ele, ela estava tremendo.
Se ela soubesse sobre meu outro lado. Poderia me amar?
O sentimento de rejeição e medo despertou de novo dentro dele. Deveria protegê-la de Hux e, infelizmente, também dele. Sabia que ele também era perigoso, nunca iria machucá-la. Mas, o seu outro eu…
No fundo, ele sabia que deveria se afastar dela.
Para protegê-la, ele faria de tudo — inclusive, deixar seus sentimentos de lado.
— Eu posso te levar de voltar, se quiser. — Ele se afastou dela e desviou o olhar.
— Seria melhor, está um pouco tarde e descobri que meu vizinho é um psicopata. Então, tenho que tomar bastante cuidado. — Disse Rey, rindo. Mas, ele não achou isso engraçado.
Rey percebeu que ele estava sério e parou de rir imediatamente.
A jovem não sabia o quanto ele estava preocupado com ela, não sabia que se Hux a machucasse, ele iria se culpar pelo resto da vida.
— Vamos, Rey — Ele saiu em direção à porta e ela foi atrás dele.
Pegou as chaves do carro no bolso e abriu a porta do carro para Rey entrar. Notou que ela estava envergonhada e deu um sorriso tentando confortá-la, ela sorriu de volta para ele. Estavam parecendo um casal de adolescentes envergonhados, ele riu ao pensar isso.
— Antes de chegarmos no seu endereço, gostaria de dizer uma coisa — Ele virou-se para observá-la — Vou te proteger, Rey, nem que eu tenha que deixar meus sentimentos de lado. Não tenha medo, você não está sozinha.
— E nem você, Ben. — Disse Rey, murmurando.
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Dear, patient.
RomanceBen Solo era um psicólogo bastante famoso reconhecido pela sua determinação e solidariedade. Rey era uma garçonete e seu sonho era cursar Gastronomia, pois sempre amou culinária. O que os dois têm em comum? Ambos queriam recomeçar suas vidas. E em u...