CONQUISTADORAS

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Kara Danvers nunca fora de maiores aventuras, caseira, preferia ficar em casa lendo um bom livro a ir para locais barulhentos e beijar bocas de pessoas que ela certamente nunca mais veria na vida. Bem... Sim, tomava alguma bebida alcoólica, mas nunca nada demais. Afinal de contas embriagava-se rápido com essas coisas por não ter tanto costume.

Mas Samantha Arias não, Samantha sempre fora diferente desde a época do colegial. Tão energética e colecionadora de aventuras se prendendo em sorrisos fugazes, beijos sem compromissos e transas sem amarras. Tão decidida, nunca se apaixonou dizia ela, mas tivera suas quedas leves, admitira sem qualquer dificuldade.

E ainda que tão diferentes Kara Danvers e Samantha Arias eram melhores amigas de longa data e a senhorita Danvers estava sempre se deixando levar para onde a melhor amiga queria ir, mesmo que não fosse o seu ambiente. "Vai ser legal!" a Arias sempre dizia e não que Kara acreditasse, mas sempre eram tão próximas e juntas que sempre ia com a amiga.

- Oh, desculpe!

Kara ouvira uma voz firme, mas apressada e tirou o seu olhar das folhas do livro o qual estava lendo no banheiro daquela boate e encontrou um par de olhos verdes, uma pele pálida e cabelos negros que entravam em contraste com a sua pele.

- Oh não, eu... Eu... Quem devia ter trancado a cabine, eu...

A loira disse um pouco desconcertada arrumando melhor os óculos em seu rosto parecendo claramente sem graça pelo ocorrido. A morena estreitou os olhos minimamente e olhou para o livro outra vez, quando tornou a olhar para o rosto de Kara dera um pequeno sorriso torto no canto esquerdo de seus lábios que não mostrava seus dentes, mas Kara decidiu que era charmoso.

- O quê? Você quer que eu saia?

A senhorita Danvers perguntou afinal ela ainda estava ali.

- Não. Não é isso. É que... O que você faz numa boate se queria ler um livro aparentemente no maior silêncio possível? É no mínimo contraditório.

A morena respondeu honesta e Kara a olhou com uma expressão de que era óbvio que ela estava achando aquilo. De fato não fazia sentido.

- Bem... Na verdade, eu não queria estar aqui. Mas minha melhor amiga adora esses ambientes e sempre me trás.

A outra levantou as duas sobrancelhas como quem realmente compreendeu e se aproximou mais um pouco.

- E você não pode dizer não?

- Não. Eu não quero. Eu sempre deixei claro para ela que sou sua parceira, ela conta comigo até para me trazer a um ambiente caótico – Kara respondeu a última frase com um pequeno sorriso. - E depois... Se ela se embriagar mais do que deve... Eu a levo de volta para casa.

- Uau – a morena respondeu cruzando os braços e escorando-se na parede ao seu lado, olhando diretamente para Kara. - Você sim é uma grande amiga, onde distribuem dessas? Eu quero uma.

Brincou com um pequeno sorriso maior do que o último.

- Eu acho que não é tão fácil assim, tem que fazer por merecer. Mas você não está... Apertada? Algo assim? Eu não sei... Está perdendo tempo com uma mulher antissocial.

A colocação fizera o sorriso, da de olhos verdes, aumentar.

- Não estou tão apertada assim. É que a antissocial parece interessante, eu nunca encontrei uma mulher lendo algum livro no banheiro de uma boate.

- E eu nunca vi uma mulher linda perder seu tempo falando comigo no banheiro de uma boate sobre eu ler um dos meus livros nele.

E não houve palavras por algum tempo, as duas simplesmente se olharam sem a necessidade de dizer alguma coisa. Um momento esquisito para se protagonizar com uma linda estranha? Kara se perguntou, muito provavelmente sim.

Cartas • SuperCorpOnde histórias criam vida. Descubra agora