"Mas querida você tem que tomar mais cuidado!" Lillian Luthor dizia no dia seguinte para a filha que havia, segundo ela batido seu carro em uma árvore para desviar de um cachorro no meio da rua. Kara que estava ao lado de Lena sentia-se constrangida por estar presente ouvindo aquilo sabendo que não havia sido exatamente daquela forma.
Mas Lena disse que não queria decepcionar a mãe novamente e que bastava tê-la decepcionado. A senhora Luthor, contudo estava ali para tratar dos preparativos para o leilão, mas naquele momento queria fazê-las o convite para irem visitar a instituição para a qual elas haviam escolhido doar todo o dinheiro arrecadado.
-É como eu digo: Estar realmente engajada numa causa é senti-la, conhecê-la.
Lillian Luthor disse enquanto as três caminhavam pelos corredores, a mais velha ia à frente muito desenvolta, pois não era a primeira vez desde que estava ali. Kara e Lena olhavam para os lados e em seguida fitavam-se de soslaio. Lena não sentia que estava na sua mais perfeita beleza física com aqueles arranhões e às vezes tal incômodo tornava-se perceptível.
-Você está linda boba.
Kara sussurrou em seu ouvido após aproximar-se mais um pouco.
-Você está dizendo para me agradar.
Lena rebateu falando um pouco mais alto.
-Você quem deve estar querendo mais elogios e fica com essa falsa modéstia.
Kara acusou. Estava passando mais tempo com a morena, fazia visitas com frequência em sua casa e demorava-se, faziam algumas coisas entre elas assistir filmes ou Lena explicando sobre experiências da sua profissão e a melhor parte disso era que Kara a olhava encantada como se pudesse vislumbrar tudo o que ela estava dizendo-a.
Lillian ouvira a conversa, apesar de não estar em um alto tom e apenas dera um breve sorriso fingindo não ouvir. Era muito grata pela ajuda que Kara estava dando a sua filha e sabia que Lena também a ajudava, uma troca natural. Ela apresentou o local para as duas com cuidado.
A loira parecia levar jeito com as crianças e elas gostavam dela, Lena era mais retraída, mas podia notar o seu esforço para fazer-se alguém sociável para elas. Eram todas muito curiosas e aceitavam receptivamente bem as visitas entregando brinquedos e explicando coisas ou se apresentando.
Lena sentira um aperto no coração ao lembrar-se que estavam todas com câncer. Lembrou-se de Samantha que estava sempre nela, bem como escrevera numa das cartas. Aquelas crianças pareciam felizes em conjunto com seus brinquedos, seria a inocência da infância? A aceitação da doença? Ou engrandecida esperança de que seriam curados?
***
-Você está tão calada desde que nós voltamos da visita e sua mãe foi embora.
Kara disse enquanto já estavam na casa de Lena e trocava seus curativos e tratava dos arranhões bem como estava fazendo ultimamente. Lena fitava a parede em silêncio com uma expressão séria, pensativa, mas nada leve.
-É só que...
Começou, mas se interrompeu suspirando.
-Aquelas crianças, parecem tão puras e inocentes para um fardo como esse...
A Danvers acabou o que estava fazendo e agachou-se frente à morena que estava sentada a beira da cama, Lena de imediato olhou para baixo fitando o rosto de Kara embora ainda estivesse com a mesma expressão.
-Elas parecem, não é? Mas são fortes, apesar de também frágeis e elas gostaram de você. E não só isso, nós vamos ajudá-las nessa, nem que seja um pouquinho, mas nós iremos ajudar com esse fardo Lee.
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Cartas • SuperCorp
FanfictionVocê já teve um bem em comum com alguém? Um bem que você não se imagina sem? Ou está tão acostumado com ele que não passa pelas ruas de seus pensamentos que um dia possa perdê-lo? Um bem irreparável, insubstituível. E se esse bem for uma pessoa? Kar...