ELA É TODA SUA

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-Não se enrosque tanto assim. Você irá acabar dormindo.

Lena advertiu sentindo Kara acomodar-se cada vez mais contra o seu corpo, como um filhotinho de gato buscando aconchego de forma manhosa.

-Mas eu estava com tanta saudade de ficar assim com você assistindo alguma coisa.

Kara disse num tom de voz baixa, era fato que o tempo que as duas tinham juntas ficou um pouco mais encurtado após Kara começar a namorar Imra, mas naquele dia sua namorada havia ido para a formatura de uma colega de infância noutra cidade. Ela até mesmo convidara Kara, mas a loira viu naquela ocasião uma oportunidade de passar mais tempo com Lena. Brainy ficara encarregado de cuidar da senhora Ardeen.

-Você nem está assistindo.

Lena disse.

-Isso é detalhe, eu não acredito que você fez um banco para a senhora Ardeen. E foi tão rápida e tão ágil!

Kara disse sorrindo.

-E você foi a melhor assistente, bem... E a senhora Ardeen também.

A morena se corrigiu. A senhora parecia tão grata com a ideia que quis ajudá-la até com aquilo, Lena se dispôs a fazer seu tão desejado banco porque de fato havia simpatizado com ela, era irônico que ela fosse mãe de Imra afinal. Porque ela era amável e Lena não podia dizer o mesmo de sua filha.

-É... Devo concordar.

Kara disse e em seguida inspirou o cheiro de Lena que sentiu os pelos de seu pescoço se eriçar e o coração dar batidas atrapalhadas.

-Kara...

A Luthor disse num tom de repreensão, mas Kara a tinha tão perto e sentia tanto a sua falta, de estar daquela forma com ela, em seus braços, aninhada ao seu corpo, sentindo o seu cheiro. E aquela pergunta ainda martelava em sua cabeça, fielmente.

-Você não sente minha falta?

Ela sussurrou deixando que seu desejo falasse mais alto.

-Kara...

Lena tentou advertir novamente, tentou soar segura, mas não conseguira principalmente porque em seguida Kara lhe dera alguns beijos no pescoço.

-O que você está fazendo?

Lena perguntou, mas daquela vez olhando Kara nos olhos. Seus rostos estavam tão próximos que Kara deixou um suspiro lhe escapar ao poder ver aquele verde intenso tão próximo novamente.

-Você... Depois que retornou de Seattle... Você não sente mais nenhuma vontade em relação a mim?

Talvez aquela pergunta fosse suplicante demais, mas estava há tanto tempo em sua mente consumindo seus pensamentos, distraindo-a e tirando-lhe o sono que se ela fizera aquela pergunta naquele momento olhando-a tão profundamente nos olhos de tal forma era porque ali estava o limite em que poderia guardar aquele questionamento apenas para si.

-E do que isso interessa?

Lena perguntou de volta olhando para os lábios de Kara entreabertos e sentindo uma ânsia de beijá-los novamente, lembrando-se das sensações que os beijos da loira eram capazes de lhe causar. Era aquela a impressão que estava passando para Kara? Que não a desejava mais? Se fosse... Bem, seria o certo a se passar.

Mas não era tão fácil quanto parecia, não era fácil tê-la tão próxima e varrer seus desejos para debaixo do tapete. Não era tão fácil saber que ela estava com outra, que beijava outra, que a tocava, que dormia com ela. Doía, com certeza doía. Doía não se esquecer do que aconteceu em Havaí. Tudo doía... Lembrar-se dos beijos, dos sorrisos, dos momentos mais brandos.

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