Cartas • SuperCorp

QUARTO ESPAÇOSO

Feliz. Kara sentiu-se feliz, transbordando, mas de forma simples. Muito feliz naquele dia e Lena pareceu tão interessada em tudo que ela comentou ou explicou. Mas à noite estava se sentindo desconfortável após o banho, pois aquele quarto lhe era tão espaçoso. Ela sentou-se, e em seguida deitou. Mas não estava conseguindo se sentir a vontade de fato, dormira nele noite passada porque estava de fato cansada da viagem.

Teve uma ideia, mas tomou tanto tempo pensando nela que a ideia tornou-se rasurada. Só não queria incomodar, disse para si mesma. Porém, no final das contas sentia que não conseguiria mesmo dormir daquela vez, ainda mais quando estava tão elétrica ainda do dia. Derrotada, batera na porta do quarto ao lado.

-Kara?

-Oi...

Disse sem graça fitando a morena.

-Entra.

Lena pedira dando passagem para que a loira entrasse.

-Algum problema? Teve ideia de fazer alguma coisa e veio me convidar?

Meu Deus. Kara pensou nervosa. Aquela ideia havia sido muito perigosa, se deu conta ao fitar Lena e em seguida a cama.

-Bem... Não é nada.

Disse. "Abortar missão" o seu subconsciente avisou nervoso e Lena estreitou os olhos.

-Nada? Você sabe que eu não irei acreditar nisso. É o quarto, não é?

Kara erguera as duas sobrancelhas surpresa com a pergunta.

-Como você sabe?

-Kara, você gosta de aconchego e essas coisas, e uma das primeiras coisas que você comentou comigo foi que o quarto tinha um tamanho bem padrão do local, mas exagerado para você.

Lena disse com o esboço de um pequeno sorriso gabola, mas que para Kara também parecia charmoso. A morena também tinha a sobrancelha esquerda levemente arqueada como quem tem total conhecimento das próprias palavras.

-Uau... Isso que é ser observadora.

-E te conhecer.

Lena completou lembrando-a.

-Você pode ficar.

Kara escorregou o olhar para a cama e vira uma bandeja, em seguida olhou para a TV.

-Então... Eu estava assistindo "Tempos Modernos".

A morena disse e Kara sorriu olhando-a, Lena sorriu de volta porque sabia que a loira se interessaria. Afinal Charles Chaplin retratava um trabalhador na revolução industrial.

-Parece um ótimo programa.

A Danvers comentou e as duas sentaram-se na cama, lado a lado enquanto comiam e faziam os seus comentários vez ou outra e deixavam escapar algumas risadinhas. Vez ou outra Lena tirava o olhar do filme para poder fitar Kara, tão perto e tão naturalmente linda como sempre e com seu cheiro agradável. A morena descera seu olhar para os lábios da outra e suspirou baixo e discretamente.

Então quando ela olhou para a TV novamente, não demorara tanto assim e Kara a fitou de soslaio. Descera seu olhar até os lábios de Lena lembrando-se da sensação que na verdade se via incapaz de esquecer: A sensação de lhe beijar os lábios. E seria inevitável dizer para si mesma que não havia tensão alguma naquele cômodo entre ambas. De qualquer forma, algo que fingiam não haver ali.

Kara olhou para frente novamente quando a súbita vontade de beijar Lena chegou alarmante, Lena comprimira seus lábios tentando fingir que não sentia a mesma vontade em relação à Kara e resolvera pegar mais um morango da pequena tigela. Mas ao invés de tocar em algum morango fora a mão de Kara que acabara tocando. Também foi uma surpresa para a loira e ao mesmo tempo as duas se olharam.